"Artistas de Itararé, Cidade Poema"

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Capital Artístico-Cultural Boêmica do Sul de São paulo

BLOGUE ARTISTAS DE ITARARÉ CHÃO DE ESTRELAS

"Artistas de Itararé, Chão de Estrelas"

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Clã dos Fanáticos Por Itararé, Cidade Poema

Palco Iluminado de Andorinhas Sem Breque

Os Dez Maiores Artistas de Itararé, Ano 2011

Dez Maiores Artistas de Itararé















01)-Maestro Gaya







02)-Jorge Chuéri







03)-Irmãs Pagãs







04)-Paulo Rolim







05)-Silas Correa Leite







06)-Paschoal Melillo







07)-Rogéria Holtz







08)-Dorothy Janson Moretti







09)-Regina Tatit







10)-Armando Merege







Itararé, Bonita Pela Própria Natureza

Itararé, Bonita Pela Própria Natureza
Nosso Amor já Tem Cem Anos

sexta-feira, 18 de março de 2011

Silas Correa Leite - E-mail, Endereço, Número de telefone, tudo!

Silas Correa Leite - E-mail, Endereço, Número de telefone, tudo!

MAESTRO DUDU GAYA, LINDOLPHO GAYA DE ITARARÉ




GALERIA NOBRE

LINDOLPHO GAYA, ITARARÉ-SP, SANTA ITARARÉ DA MUSICA – Dudu Gaya de Itararé

Em 1942, iniciou a carreira artística no Rio de Janeiro, tocando piano em programas de calouros na Rádio Transmissora. Mais tarde atuou na Rádio Tupi e na Orquestra do Chiquinho, na Rádio Clube. No início dos anos 1950 formou uma orquestra, passando a apresentar-se como Gaya e sua Orquestra. Em 1951, gravou de Zequinha de Abreu as valsas "Morrer sem ter amado" e "Último beijo". No mesmo ano, seu baião "Pregão" foi gravado por sua mulher Stellinha Egg, e Zaccarias e sua Orquestra gravaram o baião "Minas Gerais", com arranjo seus e de Zaccarias. No mesmo ano, Em 1951, regeu a orquestra que tocou a trilha sonora do filme "Aí vem o baião", dirigido por Watson Macedo. Em 1952, gravou mais duas valsas, "Célia", de Elias Fleury, e "Só pelo amor vale a vida", de Zequinha de Abreu. Em 1953, gravou as valsas "Por um beijo", de Catulo da Paixão Cearense e Anacleto de Medeiros, e "Pelo teu amor". No mesmo ano, gravou, tocando órgão, as toadas "Mulher rendeira", de domínio público, e "Lua bonita", do compositor paraibano Zé do Norte. Em 1955, recebeu o Prêmio de Melhor Disco do Ano pelos arranjos feitos para as músicas "O vento" e "O mar", ambas de Dorival Caymmi, com interpretações de Stellinha Egg. No mesmo ano, com a mulher Stellinha viajou para a Europa para uma temporada artística, tendo regido na Polônia, a Orquestra Filarmônica de Varsóvia. Recebeu uma medalha de ouro do governo polonês. Atuou ainda como jurado no congresso folclórico na Festa da Juventude. Na União Soviética, regeu a Grande Orquestra do Teatro Strada de Moscou. Ainda na capital soviética, tomou parte no filme "Folclore de cinco países", com direção de Alexandrov, em que aparece tocando chorinhos de sua autoria. O casal Gaia e Stellinha seguiu para a França, onde o maestro dirigiu a parte musical do filme "Bela aventura", sobre temas e motivos brasileiros, dirigido por sua mulher, Stellinha Egg. Fixou residência em Paris, onde fez arranjos para gravações de músicas brasileiras e sul-americanas, tendo organizado gravações de Ray Ventura. Ainda na capital francesa, fez arranjos para o disco "Chants folkloriques brésiliens", de temática brasileira, com interpretações de sua mulher. Retornando ao Brasil, fez arranjos e composições para uma série de discos de histórias infantis. Desta série fizeram parte entre outros, os discos "A moura torta", "O gato de botas" e "A galinha dos ovos de ouro", gravados pela RCA. Também em 1955, seu choro "Champanhota" foi gravado ao vibrafone pelo instrumentista Mesquita em disco RCA Victor. No mesmo ano, fez a direção musical para o filme "Bela aventura" uma produção de Robert Mariaux filmada em Epinai Sur Seine, em Paris. Em 1958, teve a música "Morreu meu coração", parceria com José Carlos gravada por Carlos Galhardo na RCA Victor. Ainda na de´cada de 1950, teve participação na trilha sonora dos filmes "Aviso aos navegantes", dirigido por Watson Macedo, "Tudo azul", de Moacir Fenelon, "Com o diabo no corpo", de Mário Del Rio, e "Rua sem sol", de Axex Viany. No princípio dos anos 1960, fez arranjos para o disco "Amor de gente moça", de Silvinha Telles. No mesmo período gravou com sua orquestra o disco "Dança morena", com destaque para as composições "Rosa morena", de Dorival Caymmi, e "Grau dez", de Lamartine Babo e Ary Barroso, entre outras. Em 1965, recebeu o Prêmio Euterpe pelas músicas compostas para o show "Rio de quatrocentos anos", apresentado no grill-room do Copacabana Palace Hotel, que saíram em LP comemorativo aos 400 anos da Cidade Maravilhosa. Esse show produzido e dirigido por Carlos Machado apresentou as seguintes músicas divididas em blocos temáticos: "Bossa nova": "Garota de Ipanema", de Tom Jobim e Vinicius de Moraes; "Blues Walk", de C. Brown; "Samba do avião", de Tom Jobim, e "Maxixe", de sua autoria; bloco temático "Carmen Miranda": com as músicas "O que é que a baiana tem", de Dorival Caymmi; "Taí", de Joubert de Carva lho; "Diz que tem", de Vicente Paiva e Haníbal Cruz, e "Good Bye Boy", de Assis Valente, todas com interpretação da cantora Marion; "Valsa Debret", de sua autoria; "Rio", de Ary Barroso; "Praça do Século XVII", com Chianca de Garcia. Em seguida veio o bloco temático "Escola de Samba" com os sambas "Tiradentes", de Estanislau Silva, Décio Carlos e Penteado; "Chica da Silva", de Anescar do Salgueiro e Noel Rosa de Oliveira; "Lá vem Portela", de Billy Blanco, e "Exaltação à Mangueira", de Enéas Brites da Silva e Aloísio Augusto da Costa. O disco se encerrou com mais quatro músicas em homenagem ao Rio de Janeiro: "Polka", de sua autoria; "Calendário", de Vicente Paiva e Chianca de Garcia; "Seresta imperial", com Chianca de Garcia, e "Cidade Maravilhosa", de André Filho. Em 1966, fez parte do júri do I FIC, na TV Rio, fazendo ainda o arranjo e regendo a maior parte das 36 selecionadas. No mesmo ano, foi o arranjador da composição "Saveiros", de Dori Caymmi e Nélson Motta, que foi classificada em primeiro lugar na fase nacional do festival, ficando em segundo lugar na fase internacional. Recebeu no mesmo período o Prêmio Galo de Ouro pelos arranjos e por sua atuação como maestro no LP "O grande festival", com músicas do I FIC. Ainda nos anos 1960, apresentou nas TVs Rio e Continental programa de música popular ao lado de Stellinha Egg. Ainda no Rio de Janeiro, dirigiu musicalmente shows das cantoras Elizeth Cardoso e Amália Rodrigues. Trabalhou durante 15 anos para as gravadoras Victor e Odeon, fazendo arranjos e orquestrações, destacando-se no trabalho com a música brasileira. Em 1974 e 1975, percorreu o Brasil ao lado de Stelinha Egg apresentando-se especialmente em auditórios de universidades fazendo divulgação da música popular brasileira. Em 1975 fez os arranjos e regeu a orquestra no show "Maria Bethânia e Chico Buarque", apresentado no Canecão no Rio de Janeiro, do qual resultou um Lp com o mesmo título. No mesmo ano, foi o diretor musical do primeiro LP lançado pelo conjunto Nosso Samba. Foi considerado um dos grandes arranjadores de sua época. Todo seu acervo acumulado ao longo de toda a vida de trabalho passou a integrar o "Memorial Maestro Gaya" que ficou a cargo de Lindolpho Alves Gaya.
Lindolpho Gaya
Lindolpho Gomes Gaya
6/5/1921 Itararé, SP - Santa Itararé das Artes, estância Boêmia
15/9/1987 Curitiba, PR
-0-
www.artistasdeitarare.blogspot.com/
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quinta-feira, 17 de março de 2011

PASCHOAL MELILLO,ARTISTA DE ITARARÉ, BIOGRAFIA




GALERIA NOBRE


PASCHOAL MELILLO


Nascimento: 14.04.190 - Itararé-SP, Brasil


Paschoal Mellilo, junto com Maestro Gaya, Dois dos Maiores Músicos do Brasil, que são de Santa Itararé das Artes, São Paulo


PASCHOAL MELILLO iniciou a carreira artística em São Paulo no final da década de 1920. Nas décadas de 1930 e 1940, atuou com seu conjunto no Cassino do Parque Balneário Hotel com destaque para a lady-crooner Wanda Aranuy. Ao longo da carreira, além das atuações solo, atuou também com quatro formações diferentes: Pascoal Melilo e Sua Orquestra; Pascoal Melilo e Seu Conjunto; Pascoal Melilo Trio e Pascoal Melilo e Seus Guitarristas. Contratado pela gravadora Copacabana, lançou seus primeiros discos em 1952 tocando acordeom juntamente com seus guitarristas na canção "Gigolette", de Franz Lehar, para a qual fez arranjos de baião, as valsas "Só pelo amor vale a vida", de Zequinha de Abreu e Gabriel Migliori, e "Amando sobre o mar", de Zequinha de Abreu e Marques Jr, e os baiões "Cuco", "Tristonho", "Surpresa", "Ciganinha" e "Gracioso", todos de sua autoria. Em 1953, gravou com seus guitarristas os baiões "Tristonho", "Surpreso", "Precioso", "Ribeirão", "Cuco", "Ciganinha", "Pardal" e "Cacique", todos de sua autoria. No mesmo ano, gravou com sua orquestra o bolero "Orvalho", de sua autoria, e com seu conjunto os baiões "Sonho", com Olga Esmeriz, e "Soldadinho", de sua autoria, além do maxixe "400 anos" também de sua autoria, uma homenagem aos 400 anos da cidade de São Paulo que foram comemorados no ano seguinte. Ainda em 1954, gravou com seu conjunto o dobrado "Fronteira de Itararé", de sua autoria e José Melilo, os baiões "Chinezinha", "Gigolette", "Gracioso", "Carrilhão" e "Caipira", de sua autoria, e o maxixe "Retreta da Sé", de Luiz Argento. Com o Trio Pascoal Melilo registrou a polca "Ista faz um bem...", com Glebes da Costa e Zé da Pinta. No ano seguinte, em interpretação solo de acordeom gravou a valsa "No tempo do onça", de Dênis Brean; o baião "Garoto", de sua autoria, e os boleros "Fortuna da saudade", de J. Vilaça e Sadi Fonseca, e "Esmagando rosas", de Alcir Pires Vermelho e David Nasser. Também em 1955, participou do LP "Show Copacabana Nº 1" da gravadora Copacabana coma interpretação de seu baião "Cuco", que foi seu grande sucesso. Em 1956, gravou com seu conjunto o samba-canção "Dez minutos de paixão", com Mateus Bartoletto, o baião "Dúvida", de sua autoria, e com solo seu de saxofone os boleros "Céu cor de rosa", de V. Herbert e Al Dubin, e "A voz do violão", de Francisco Alves e Haroldo Campos. Esta última na verdade uma canção, ele adaptou como bolero. Em 1957, lançou com seu conjunto os baiões "Coralista", de sua autoria, e "Baião do sino", de Mário Genari Filho. No mesmo ano, lançou o LP "Dance com Paschoal Melilo - Pascoal Melilo, Seu Saxofone e Seu Conjunto" da gravadora Copacabana incluindo oito composições já lançadas em discos de 78 rpm como os baiões "Cuco", "Ciganinha", "Carrilhão", e "Gracioso", de sua autoria. Em 1959, gravou o LP "Boite" À beira mar - Pascoal Melilo e Seu Conjunto" interpretando as músicas "Samba na lua", "Indiozinho", "Paschoalypso", "Belezinha", "Ninguém é igual a você", e "Bonitinho", de sua autoria, além de "Innamorata", de J. Brooks e H. Warren, "Amargor", de sua autoria e Renato Nogueirol, com vocal de Pedro Batista, "Saudade de Itararé", com Gomes Costa, e vocal de Pedro Batista e Alfredo Simoney, "Um dia voltarás", de Antônio Sergio, e "Silvia", parceria com Pedro M. Simões Filho, e vocal de Pedro Batista. Em 1962, gravou com seu conjunto o bolero "Lady", de sua autoria, e a guarânia "Minha solidão", de José Leopoldo e Teixeira Lessa. Após um tempo afastado das gravações retornou ao disco com o LP "A volta de Pascoal Melilo" (do selo Inspiração) interpretando 12 músicas de sua autoria: "Quatrocentos anos", "Garoto", "Ciganinha", "Tristonho", "Ribeirão", "Cuco", "Tanáca", "Mascati", "Tristonha", "Cuca", "Quebradinho" e "Reboladinho". Seu maior sucesso como compositor foi o baião "Cuco", um dos destaques musicais do ano de 1953, e gravado por diferentes intérpretes. Desenvolveu longa carreira especialmente em São Paulo sendo um dos primeiros intérpretes do baião naquele estado.
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Brazilian composer Paschoal Melillo doing a characteristic baiao, which is the name for the basic rhythym of this music. Baiao, samba and bossa nova are the three most important structures in Brazilian folk sounds.
On the Rio de Janeiro label Copacabana from the early 50s, Ciganinha is a right example of this type of music and its intentions:warm, virtually always in a major key, and ever so swinging. A perfect warm weather tune., with or without the caipirinha.
Paschoal Melillo e Seus Guitarristas-Ciganinha
In, site internacional:
http://recentkickass78s.wordpress.com/2010/07/17/paschoal-melillo-e-seus-guitarristas-ciganinha/

MELHORES DO ANO DE 1953 E SEGUINTES NO BRASIL MUSICAL



Risque - Linda Batista



João Valentão - Dorival Caymmi



Cachaça Não é Água - Carmen Costa & Colé



De Cigarro em Cigarro - Nora Ney



Eu Sou a Outra - Carmen Costa



Barracão - Heleninha Costa



Too Young - Nat King Cole



Aquela Mascarada - Orlando Silva



João Bobo - Ivon Curi


10º
Cuco - Pascoal Melilo


11º
Fósforo Queimado - Angela Maria


12º
Sodade Matadeira - Titulares do Ritmo


13º
A Fonte Secou - Raul Moreno


14º
Perdido de Amor - Dick Farney


15º
The Song From Moulin Rouge - Percy Faith


16º
Zé Marmita - Marlene


17º
Serenata do Adeus - Roberto Luna


18º
Maria Loura - Trio de Ouro


19º
É Tão Gostoso, Seu Moço - Nora Ney


20º
Bandolins ao Luar - Osny Silva


21º
Aquarela Cearense - Trio Nag o


22º
Só Vives Pra Lua - Angela Maria


23º
Ave Maria - Augusto Calheiros


24º
O Xote das Meninas - Luiz Gonzaga


25º
Orgulho - Angela Maria


26º
I Believe - Frankie Laine


27º
Se Eu Morresse Amanhã - Aracy de Almeida


28º
Folha Morta - Dalva de Oliveira


29º
April In Portugal - Les Baxter


30º
Guarânia da Lua Nova - Luiz Vieira


31º
Camisola do Dia - Nelson Gonçalves


32º
Forró em Limoeiro - Jackson do Pandeiro


33º
Canção da Alma - Carmen Costa


34º
Castigo - Gilberto Milfont


35º
Terry s Theme From Limelight - Frank Chacksfield


36º
Marvada Pinga - Inezita Barroso


37º
É Só - Gilberto Alves


38º
Como És Linda Sorrindo - Augusto Calheiros


39º
Ebb Tide - Frankie Chacksfield


40º
Mulatinha Sarará - Trio Nag o
FONTE;
http://www.betobrito.com.br/100anos/BGs/1953.htm
FOTO RARA PASCHOAL MELILLO DE ITARARÉ-SP

ONG
Artistas de Itararé
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Coordenada por 20 Ilustres Amantes das Artes de Itararé

sexta-feira, 11 de março de 2011

Livro Premiado de Silas Correa Leite, O HOMEM QUE VIROU CERVEJA




Crítica

“O Homem Que Virou Cerveja”, Livro Premiado de Crônicas de Silas Corrêa Leite

Depois de finalista do Prêmio Telecom de Portugal, com seu livro de contos premiados ‘CAMPO DE TRIGO COM CORVOS´, Editora Design, Santa Catarina a venda na www.livrariacultura.com.br, Silas Correa Leite, o tachado de “O Neomaldito da Web” (pelo site Capitu), com bela entrevista polêmica num dos últimos Programas “Provocações” da TV Cultura (SP) do Antonio Abujamra (o vídeo está fazendo sucesso no YouTube) está lançando agora o livro de “crônicas hilárias de um poeta boêmio”, chamado ‘O HOMEM QUE VIROU CERVEJA´, Giz Editorial, SP, Prêmio Valdeck Almeida de Jesus, Salvador, Bahia.

A obra traz a famosa crônica de humor que nomina o novo livro, entre causos (de Itararé, é claro!), croniquetas diversas (sobre Mania de Banho, Fanático Por Bar, Baristas), entre um e outro tributo à boêmia; acontecências engraçadas de Santa Itararé das Letras (como ele mesmo diz) e de Sampa, onde o autor exilado de sua terra-mãe reside (no Butantã). Contações do arco da velha, e ainda o belíssimo texto “A Voz da Filha Que Não Houve” (foi vertida para o espanhol por um site aí, e ficou ainda mais belamente triste), e mesmo a tal da Declaração Universal dos Direitos dos Boêmios que é um destaque nas infovias da web, tão criativo texto quanto o próprio Estatuto de Poeta que corre a rede da net vertida para o espanhol e inglês, e que constou no livro Porta-Lapsos, Poemas, Editora All-Print, SP.

Da “Poética da Tristeza”, como na polêmica entrevista ao Provocações, em que o autor soberano driblou o Mefisto do Abujamra, passando pelo e-book de sucesso O RINOCERONTE DE CLARICE, primeiro livro interativo da rede mundial de computadores, tese de doutorado na UFAL, novamente Silas Correa Leite surpreende pela peculiaridade, estilo, domínio da escrita, fluência, desta feita paradoxalmente em alto astral, onde, irônico, traz um sortido de histórias, ainda com crônicas apimentadas de sensualidade em relações humanas extremamente mais realistas do que propriamente afetivas, verdadeiras narrativas pra boi dormir (no caso, cair nos risos ao lê-las), entretendo, revelando essa nua nova face de Literato contemporâneo que muito merecidamente por certo já o é. Quer saber? Basta buscá-lo num site como o Google, e você vai achá-lo em tudo quanto é lugar, quase 500 links. Com tantos prêmios de renome, vários livros, constando em mais de cem antologias literárias em verso e prosa, até no exterior, é de se esperar de Silas Correa Leite, a cada novo livro, uma mostra de sua lucidez e qualidade lítero-cultural.

O Livro O HOMEM QUE VIROU CERVEJA esteve na estande da Giz Editorial, na Bienal do Livro do Rio de Janeiro (Setembro 2009), e tornou-se uma espécie de fechamento de ciclo do escritor premiado, poeta, ficcionista, resenhista, crítico, preparando-se para outros novos voos, outras obras impressionantes, surpresas letrais, trabalhos diferenciados, acima da média e sempre contundentes, altamente criativos com imaginação fora de série, no caso deste livro O HOMEM QUE VI VIROU CERVEJA, literalmente fora do sério...

Aliás, o autor, que acompanho faz tempo (trabalho uma tese sobre sua importância na nova literatura brasileira), já tem um romance “aprovado” por uma importante editora da grande São Paulo, um sendo avaliado por uma editora emergente do sul, está preparando ainda outros livros, como um novo de poesia, um novo de contos, um sobre vivências na educação pública, talvez um já sobre Fortuna Crítica, alguns infantis ou infanto-juvenis, todos em surrealismo ou realismo fantástico, enquanto em tantos blogues divulga suas letras-de-rock-poemas, entre tantas baladas e blues que compõe e que ainda permanecem inéditas em gravações.

Almeida Fischer disse: “Um escritor se firma e permanece na lembrança de seus contemporâneos especialmente em função de sua inventiva, de sua técnica, de sua linguagem e/ou do seu poder renovador”.


Silas Correa Leite é exatamente isso; é assim, quem o conhece fica só sondando qual a própria criação a tirar da cartola de sua mente. Não vem fazendo sucesso por acaso. Não vem sendo entrevistado ou sendo reportagem na chamada grande mídia porque escreve água com açúcar. Muito pelo contrário. Como ele tem apenas 57 anos, entre palestras, críticas sociais, ensaios e outros trabalhos em verso e prosa, não é de surpreender que o tal do “neomaldito da web” vire mesmo pop e cult, talvez entre para uma academia de letras, ou seja reconhecido por uma grande editora que banque sua obra de grosso calibre, porque é um escritor que tem muito o que produzir, criar, encantar.
-0-
Antonio T. Gonçalves
SP – E-mail: tudotito@zipmail.com.br

Calendário de Itararé - Poema




Calendário de Itararé

-No meu Calendário, na minha Folhinha
Que marcam e agendam o meu dia-a-dia
Eu vivo de sonhar... e fazendo poesia...
De estar na minha gloriosa “Itararezinha”...

-É sábado... é domingo... é feriado
Em que eu me preparo para embarcar
Itararé lá está na rabeira do estado
É a minha caipira Hollywood particular...

-Em Itararé eu me sinto em mim mesmo
Dentro do meu próprio encantário até
Porque no meu belo paraíso, Itararé
Bolinho de Piruá, dolé, pão de torresmo...

-Entra dia, sai dia, e eu me projeto
Estar na minha aldeia, meu rincão
Lá na minha terra plantei meu coração
E sempre a sonhar que estou lá, poeto...

-Vou marcando um xis no calendário
A sexta, a segunda – as benditas férias
Entre boêmios, em casa; as pilhérias
Minha estância boêmia é meu encantário...

-Os amigos todos sabem quando vou viajar
E ficam me vendo alumbrado, sacando
E então notam os meus olhos brilhando
Para os braços de Itararé eu vou voltar...

-Até poder, finalmente, um bendito dia
Aposentado, bem de vida, vencedor
Definitivamente ir para Itararé, meu amor
Com a alma encharcada de luz e poesia!
-0-
Silas Correa Leite – Poema Escrito em Samparaguai
Site: www.portas-lapsos.zip.net
E-mail: poesilas@terra.com.br
www.artistasdeitarare.blogspot.com/

CINZAS - DEPOIS DO CARNAVAL DE ITARARÉ




CINZAS
DEPOIS DO CARNAVAL

-Depois do Carnaval
Nós nos sentimos tão de ressaca
Estropiados – talvez, sem máscara
No retorno à nossa vidinha merreca demais
De tentar parecer que somos “normais”

-Depois do Carnaval
Sem cerveja, fantasia, forfé
Já longe do Encantário, Itararé
A rotina do estudo e trabalho cotidiano
A esperar pelo Carnaval do próximo ano

-Depois do Carnaval
Com o Mestre Jorge Chuéri no Fronteira
Para a Festa de Momo nos divertir
Entre os Blocos Aliados da Cerveja, ou Shakesbeer
Porque além das Cinzas, precisamos prosseguir

-Depois do Carnaval
Samparaguai de novo engarrafada
Longe de Itararé, dura jornada
Jornada das Estrelas só mesmo em Itararé
Na boêmia, na seresta, no Carnaval, no tropé...

-Depois do Carnaval
Tirar a camisa do Bloco do Poetinha
Tão distante de nossa bela “Itararezinha”
E toma trabalhar... trabalhar... trabalhar
Longe de Itararé a vida é quase um não-lugar

-Depois do Carnaval
É sonhar com o Carnaval vindouro
Com a labuta nos arrancando o couro
Mas sabendo que o porvir será sempre, e é
Férias... Feriados... e Carnaval, em Itararé!
-0-
Silas Correa Leite, Santa Itararé das Letras
www.artistasdeitarare.blogspot.com/

quarta-feira, 9 de março de 2011

CARNAVAL DE ITARARÉ

Musa Rosangela, Poetinha Silas, Mestre Jorge Chueri e Zunirzinho, no Carnaval do Clube Atlético Fronteira, Itararé, 2011

quinta-feira, 3 de março de 2011

Carnaval em Itararé, O Melhor da Região


Carnaval de Rua em Itararé




CARNAVAL DE RUA DE ITARARÉ E DEDICADO AS FAMÍLIAS

Consciente de que é dever do poder público manter viva as tradições e costumes de um povo, a Prefeitura Municipal de Itararé, mesmo com o “pé no freio” em termos de gastos, promove um carnaval popular aberto para a população, num lazer organizado e sadio.

O primeiro trecho da Rua Quinze de Novembro (Antigo calçadão) entre a Praça Coronel Jordão e a Rua Coronel Frutuoso será isolada para o carnaval. Sendo devidamente cercada e coberta, oferecerá quase mil metros quadrados para concentrar a folia.

Artisticamente decorada com temas carnavalescos, o local será palco para quatro noitadas de alegria e duas matinées para petizada, sob o ritmo de marchinhas e axé, por conta do eclético Grupo musical Tataco & Banda.

Com o tema “Itararé na folia - o carnaval da família” a Coordenadoria Municipal da Cultura prevê que mais de 15 mil pessoas passarão pelo local nestes 4 dias, encontrando muita organização e segurança, em clima de carnaval.

Um ponto para destaque, vai ser a abertura do evento, previsto para esta sexta feira (4), quando das 21 às 23 horas, haverá um show homenagem a uma forte tradição em Itararé, que foi a verdadeira fábrica própria de marchinhas carnavalescas, que todo ano, produzia músicas com temas da cidade e que explodiam nos salões do Fronteira, Primeirão, 13 de maio e outros.

Renato Antunes Soares, sobre o carnaval da cidade comenta: -”Além de atender o povo de Itararé com uma grande festa, vamos poder oferecer aos turistas presentes na cidade e que esgotaram as vagas em todos os hotéis, um carnaval de muito vigor na Rua XV e muito glamour no Clube Fronteira, que promoverá o maior carnaval de salão desta região do Estado de São Paulo.”


http://www.itarare.sp.gov.br/pmdi/index.php/de-itarare/991-carnaval-de-rua-de-itarare-e-dedicado-as-familias.html

quarta-feira, 2 de março de 2011

Dia Internacional das Mulheres - Poema




Poema Para o Dia das Mulheres

Oito de Março de Todo Ano

MULHERES: nós as amamos tanto, pelo que eles representam e são
Pelo que elas valem; porque dão colorido elétrico às nossas vidas
Delas viemos; nos braços delas estaremos sempre plenos
E sem elas a vida sequer existiria...
Em prazer, esperança, encantamento e poesia...

Porque MULHERES são a plenitude da vida
A luz, a graça - a arte-criação nelas reunidas
E pelo afeto delas, de amá-las e sermos por elas amados
Nossas vidas se enternuram em aconchego e harmonia...

MULHERES: amar para entendê-las
Nos braços calientes delas também compreender estrelas
Mães, Musas, Irmãs, Sobrinhas, Artistas, Autoridades, profissionais e companheiras
A flor fêmea passarinheira
De nossas vidas; que vivemos para humanamente honrá-las
Na alegria, na tristeza, e principalmente no amor, na contenteza e na boemia...

MULHERES:
Todos os dias são dias delas, porque elas brilham; são pura encantação
Em barulhanças, acontecências e especiais afetos
Delas tentamos ser pelo menos pequenos príncipes prediletos
E elas são, não a rainha do lar, mas rainhas de todo lugar
E Divas, Musas - cheias de luz; e de tanto viver para amá-las
Nos fortalecemos a vida inteira; nascer, viver, amar e morrer por elas
Braços abertos, janelas abertas, almas portentosas, coloridas... belas
Estradas de nossas vidas que vivemos de sonhar e conquistá-las!
-0-
Silas Correa Leite - E-mail: poesilas@terra.com.br
www.portas-lapsos.zip.net - Santa Itararé das Mulheres Maravilhosas
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www.itarare.com.br

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Poema Para Miltinho Koning, Um Grande Amigo Ausente




PRELÚDIO PARA UM GRANDE AMIGO AUSENTE

Para Miltinho Koning, In Memoriam

Nós sempre vamos te achar, Miltinho
Nas coxias ribeirinhas em cervas de ranchos de Itararé boêmia
Contemplando vôos de andorinhas sem breque, ou o reflexo do dourado
Num canto piscoso e sereno como a tua cara ridente...

Nós sempre vamos te achar, Miltinho
No aperitivo do bar onde a sorte mesmo eram os companheiros
Ou ouvindo o sanfoneiro Walter Mazorca solar um Chão de Estrelas
Que é onde hoje repousas a tua alma passarinheira...

Nós sempre vamos te achar, Miltinho
Na gráfica do Jornal Guarani imprimindo tantas cores de tua vida
Ou saboreando os pratos deliciosos que a tua Musa Zélia
Fazia com o coração na mão para te ver todo pimpão...

Nós sempre vamos te achar, Miltinho
Chorando a perda do neto primogênito que alvoroçou a tua alma
Contando causos ou ouvindo as contentezas do caçula Marcelo Tatu
Em tardes fagueiras na varanda de tua casa na Rua Campos Sales...

Nós sempre vamos te achar, Miltinho
Quando olharmos os astros luminosos no céu noturno de Itararé
Porque certamente estarás imprimindo saudades no infinito
E abençoando os que amaram muito e sentem muito a tua falta...

Nós sempre vamos te achar, Miltinho
E vamos confiar que no além estarás com a tua ternura límpida
Imprimindo O Guarani para o rincão de uma “Itararezinha Celeste”
Com poemas do Pedro Pinto presente e crônicas do Melilo...

Nós sempre vamos te achar, Miltinho
Num dedo de prosa no Medrado; num papo entre o aperitivo
E tardes de futebol de várzea em que torcias conosco no gol ou no olé
Pois lágrimas de nossa saudade ainda choram prelúdios em Itararé...

-0-

Silas Correa Leite – Santa Itararé das Artes
www.artistasdeitarare.blogspot.com
E-mail: poesilas@terra.com.br




segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Desmoralização da Cultura Brasileira - Paulino Rolim de Moura

Palácio Vadico, Legislativo Municipal Itararé



Crônica/Artigo/Opinião



A DESMORALIZAÇÃO DA CULTURA BRASILEIRA – Paulino Rolim de Moura



Parafraseando uma grande citação clássica, mesmo se eventualmente não concordasse com alguma circunstancial posição que o visionário Ecologista e Promotor Cultural de renome, o Jornalista Paulino Rolim de Moura defendesse, exemplificasse ou conduzisse criticamente sob determinado viés ou enfoque técnico-político, no entanto, confesso que defenderia até a morte o direito que ele tem de se pronunciar, até de livre expressão (prevista na Carta Magna Constitucional) não apenas (e também) como titular fundador do primeiro tablóide tupiniquim de vanguarda sob a ótica da Ecologia e de denúncias importantes e verdadeiras, O TROMBONE, como também pela experiência de, fazer-se valer da vox populi para expressar seu desprezo, sua mágoa, sua transparente revolta contra os maus brasileiros que vêm afundando cada vez mais o nosso tal berço esplêndido eternamente a espera de ser um país de um futuro que nunca chega para os fracos & oprimidos, a maioria absoluta da carente população e sua periférica "sociedade anônima".

Quando a Folha de São Paulo, tido como um dos melhores e mais democráticos jornais do Brasil, publicou, ao final de um ano passado aí, uma lista dos dez melhores livros, trabalhos ou o que quer que fosse, da literatura poética mundial, estranhou-me sobremaneira a ausência de mais nomes de ilustres brasileiros talentosos dentro do próprio processo histórico como um todo.

Afinal, não devemos ser xenófobos, mas também não temos que assinar assim, aleatoriamente, embaixo do que prega grande parte da mídia nacional ou internacional, sempre bancada por agiotas do acumulativo e inumano capital estrangeiro, exóticos emboabas interesseiros que bobamente repetimos como se fôssemos macacos-amebas nessa continental "terra brasilis".

Já não chega sermos dopados com a horrenda "music" comercial (pastiche) norte-americana de terceira categoria, os filmecos de ufanismos e agressões prepotentes (violência generalizada), as guerras sazonais para desviar entreveros sexuais no salão oval de um ex-presidente depravado, e ainda temos que agüentar nomes que mal nutrem o ratar tantã de nossos consumidores do alheio, a qualquer custo, a qualquer preço?

Pois, nessa época dos Melhores, dos Tais do Milênio, novamente o Jornalista idôneo e lúcido, Paulino Rolim de Moura, põe o dedo na ferida da desvalorização da cultura brasileira, entregue que estamos hoje à mesmice "online" de um neo-esoterismo fora de propósito maior do que o lucro puro e simples.

E nesse famoso tablóide denominado O Trombone, numa edição de Janeiro de 2.000, Paulino Rolim de Moura, ferino mas verdadeiro, ao seu estilo, seu famoso modus operandi (vanguarda é transparência é outra coisa), senta a pua em cima dos tais "melhores" só porque alguém quer, não porque realmente é ou deveria ser. Onde já se viu?

Esqueceu, a Folha de São Paulo, Poetas como João Cabral de Melo Neto, Hilda Hist, Jorge de Lima, Vinícius de Morais, Carlos Nejar, Manoel de Barros, só para citar alguns, de passagem, claro. E lá estava apenas e tão somente o esplêndido Carlos Drumond de Andrade. Pergunto: e os outros?

A poesia brasileira, quer queiram, quer não, faz séculos que está entre as melhores do mundo. Coloquem-na em confronto com Brecht, Neruda, Pessoa, Maiakowski, Rilke, Ezra Pound, Whitmam, Yeats, Garcia Lorca, José Martí, e verão que lá estamos nós, se não num eventual (por época, tipo, estilo, montante, crista da onda, luzes da ribalta, etc.) num empate técnico, quando não dando de dez a zero.

Por que esse puxar o caroço arigó (e jeca) para o hambúrguer de minhocas dos outros?. Parece coisa de babaquara com o pé na cozinha de um nhennhenhen janota, boçal e paquidérmico. Para dizer o mínimo.

Se a Poesia brasileira é uma das melhores do mundo, que bonito é passar-se por pseudo-erudito, fazendo citações em inglês prosaico, francês arcaico, enquanto nossos "gerentes editoriais" (SIC) desprezam livraços de autores nacionais, inclusive premiados ou mesmo com trabalhos elogiados e expostos no exterior, no primeiro mundo? Cada editora chinfrim de país periférico tem o seu "avaliador" editorial que merece? Deve ser isso.

A literatura brasileira, salvo honrosas exceções (e óbvios ululantes) hoje vive de panelinhas. A Folha de São Paulo é apenas uma delas?. Só publica a tchurma da casa, a trupe atrelada de mala e cuia. Mas existe ainda muita luz além desse túnel, na periferia sociedade anônima, por exemplo, que é a arte marginal, ritmos & blues, underground, como se diz.

Em São Paulo a João Scortecci Editora vem lançando autores novos a honestos preços módicos e parcelados. A Editora Ciência do Acidente também arrebenta espaço sério pelaí. No Rio de Janeiro a Sette Letras, o Jornal Blocos (ótimo!), no Sul a Editora Grafite e, no Paraná teve um brilho passageiro (será que ainda resiste?) a Lagarto Editores. Poetas do calibre de Castro Alves, Guilherme de Almeida e Paulo Bonfim foram esquecidos. Então a lista dos "dez mais" não era séria? Até porque, muita poesia dita moderna nem chega a ser poesia.

E, muita poesia rotulada (mal rotulada?) de neoconcretista ou coisa que o valha, nem prosa poética chega a ser, pois, até mesmo funde uma bronca (e reles, ignóbil, vil) anti-Poesia propriamente dita.

É por isso que, hoje, parafraseando uma adágio antigo, dizemos que, um país como o Brasil se faz "com fome e gringos?" E as privatizações-roubos? E a prostituição infantil e política (liberal)? E a corrupção endêmica institucionalizada em todos os níveis? E o Estado Público propositadamente falido (na verdade sempre foi privado)? E as Riquezas Injustas (São Lucas), Riquezas Impunes (Millôr Fernandes)? E o neoliberalismo câncer que só globaliza a miséria absoluta, quando a tal "modernização" apenas provoca insanas demissões e, com isso, as ações ganham preço alto no mercado?

Que raio de capitalhordismo selvagem e amoral é esse? O Futuro ao FMI pertence.

Pior: e as músicas escolhidas pela Rede Globo (engodando-nos com seu "open-doping" – lavagem cerebral) como se as melhores? Uma vergonha. Esqueceram – tiveram a coragem de – excluir o Trem das Onze (Adoniram), Como Nossos Pais (um hino-poema de uma geração, de Belchior), Casa no Campo (de Zé Rodrix e parceiros), Nas Asas da Panair (de Milton Nascimento), Romaria (Renato Teixeira), Que as Crianças Cantem Livres (Taiguara), As Curvas da Estrada de Santos (Roberto Carlos) Se Eu Quiser Falar com Deus (um belíssimo "spiritual" do talentoso Gilberto Gil), No Tempo dos Quintais (Sivuca e companhia), Gente Humilde (Canhoto, Vinícius e Chico Buarque), O Índio (um achado lítero-filosofal de Caetano Veloso), A Banda (de Chico Buarque de Holanda), Viola Enluarada e tantos outros sucessos, apelando a direção global (plim-plim) ao carioquismo de embuste, ridículo, rigor "formol", pseudo-modernoso...

E lá vem uma nova lista dos Dez Mais Craques de Futebol, e aí vão engolir tipinhos como Edmundo, o Animal, o inconseqüente baixinho Romário, e, com certeza – com tantos outros disparates – algum zé-manés. E ainda tivemos de, mesmo que de forma temporária (olha a lama!) conviver com o – salve-se quem puder – sorriso de lagarto do Roberto Campos na Academia de Luto, quero dizer, de Letras. Charles de Gaulle tinha realmente razão. E o restinho de um "brazyl" continua nada sério, ainda. Fome e progresso? Que Deus tenha piedade de nós.

Concordo em gênero, número e grau com o brasileiríssimo Paulino Rolim de Moura, cutucando onça globalizadamente servil e estúpida com vara curta, brigando com oligopólios da chamada "mídia atrelada", pois, sabemos muito bem (somos politizados para tanto?) que foi ela, a suspeita Mídia, quem elegeu Collor e FHC (Um Fernandinho janota sem partido e um outro Fernandinho boçal com seu tucanato murista cheio de covas,), enquanto, também – e mostrando a cara da incompetência ética (ou sem visão social-plural-comunitária) – publica artigos pamonhas (...) de Paulo Maluf, o maior corrupto do Brasil desde 1500 que, em qualquer país do mundo estaria preso (no país de origem de sua famiglia teria as duas mãos cortadas), e aqui tem espaço livre, e estranhos "arquivamentos" de demoradíssimos (SIC) processos por intermédio de um desembargador no mínimo suspeito. Vade Retro.

Assim, parabenizo O Trombone e Paulino Rolim de Moura. Como poeta é todo aquele que respira pelo fio da navalha da criação (feito antena da época, para citar Rimbaud), que ele continue ativo, dinâmico e verdadeiro, sendo um lutador contra tantas erranças de falsas sabenças, apontando O Trombone para os que pensam que pensam, os que acham que são o que não.

Se a verdadeira Cultura brasileira sobrevive às duras penas, é porque existem guerreiros como ele, sem ligações espúrias com falsos mecenas, com falsos "artistas" de panelas, em terras de Tiazinhas, Feiticeiras, "bunda-music", Hebes-Amebas, Timóteos e Hildebrandos-Nayas de ninho de escorpiões espúrios. Em terra de cego, quem tem olho monta literatura neo-consumista? Deve ser isso.

Eu por mim, prefiro Pixinguinha a Reginaldo Rossi, Manuel Bandeira a emboabas tirados da cartola pouco humana do Tio Sam com seus mil muros de negligências sociais, embustes financeiros e dominios improbos já notadamente em começo de declínio.

E sai de baixo.
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Poeta Silas Corrêa Leite - Membro da UBE-União Brasileira de Escritores – Diretor Cultural do Elos Clube/Comunidade Lusíada Internacional. Correspondente em Sampa do jornal O Guarani, de Itararé-SP. Colabora com vários sites, jornais, revistas, suplementos de cultura, etc. Sites pessoais: www.poetasilas.hpg.com.br – www.silaspoeta2222.kit.net
E-mail: poesilas@terra.com.br – Livro ELE ESTÁ NO MEIO DE NÓS (Romance Místico Virtual) no site: www.hotbook.com.br/rom01scl.htm


Box:

Paulino Rolim de Moura
Titular de O Trombone (jornal tablóide) e Boletim Nacional (Suplemento Literário)
Endereço para contatos:
Paulino Rolim de Moura: Rua Pechi, 71 – São Paulo/SP/Brasil – CEP: 03733-050
Fone: 0xx-11-6641-5937 ou 6641-5937
E-mail Recados (Secretária Neusa Buscko: buscko@terra.com.br)

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Paulino Rolim de Moura atualmente está promovendo uma votação entre intelectuais, jornalistas, escritores e autoridades culturais idôneas, para a sua indicada ao Prêmio Nobel de Literatura, a famosa Poeta Elisa Barreto, de renome nacional, em confronto ao nome oportunista de Ferreira Gullar recentemente bancado por uma panelinha carioca, querendo forçosamente oficializar mais um embuste à já desmoralizada cultura brasileira. Maiores informações, contatem os endereços constantes no box acima indicado. Contatem e assinem as publicações.

Crônica de 2002 – Extraído do Site Usina de Letras

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Poemas de Silas Correa Leite

Capa de alguns dos mais de mil cadernos
de rascunhos poéticos de Silas Correa Leite
(desenhados por ele)


Dez Poemas de Silas Correa Leite

Condomínio Via-Láctea


A lua nova sobre o arranha-céu
Com rímel de nuvens e sorriso de miss
Não sabe de janelas abertas
No enorme Edifício Vulgata
De arquitetura espacial.

O edifício e o condomínio têm luas
Como tem ruínas e alguns fantasmas
Da rua olho todos os sinais
Janelas abertas são ruas no breu
Muito além do noturnal.

A lua e o breu noturno no alto céu
O condomínio e seus desenredos
As luzes e as janelas abertas
Talvez a Lua seja uma
Válvula de escape sideral.
........................................................

No céu noturno da cidade grande
O prédio é só cimento armado
Mas a lua é uma janela
No Condomínio Via Láctea
Como um jogo de pinball.

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Declamar Poemas

Para Regina Benitez


Não fui feito para declamar poemas
Ter timbre, empostar a voz, tempo cênico
E ainda dar tom gutural em tristices letrais.

Não fui feito para decorar poemas
Malemal os crio e os pincho fora
Para o poema saber mesmo quem é que manda.

Não fui feito para teatralizar poemas
Mal os entalho e deixo que singrem
Horizontes nunca dantes naves/gados.

Não fui feito para perolizar poemas
Borboletas são pastos de pássaros
Assim os poemas que se caibam crusoés.

Não fui feito para ser dono de poemas
Eles que se toquem e se materializem
Peles de pedras permitem leituras lacrimais.

Não fui feito nem para fazer poemas
Por isso nem cheira e nem freud a olaria
Apenas uso estoque de presenças jugulares.

Não fui feito eu mesmo. Sou poema
Bípele, cervejólo, bebemoro noiteadeiros
Quando ovulo sou fio-terra em alma nau.

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Poema do Cego Pulando Amarelinha

Para Alberto Frederico Correa Santos


O cego pulando amarelinha
Toma o anjo pela mão
Você só vê o gesto táctil do cego, não
Vê jamais o anjo na sua condução
Em cada estágio de saltar sem pisar na linha.

O cego pulando amarelinha
Parece flutuar num balé
E sonda-o a rua de Itararé inteirinha
Perguntando o que nele enseja tanta fé
Céu e inferno; o cego parece que advinha

O cego e a sua amarelinha
Parece um milagre até
Toma-o pela mão o anjo; o cego se aninha
E pula e salta e vence e acerta o pé
Talvez porque céu ou inferno só dentro da gente é.

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Forfé de Pião Rueiro



A madeira na mão um toco de imbuia cheirosa
Pedindo pro Jora da Marcenaria Estrela tornear
O pião pra jogar com a gurizada na rua descalça
Que a fieira tinha tirado de uma cortina de casa

O Seu Jora só perdeu um instantinho-prosa daí
Surgiu o pião rombudo qual coxinha de frango
Marrom lixado e um prego sem cabeça na ponta
Pro bicho correr doido como a bailar fox-trot

O pião na mão e o movimento no colo da idéia
Rua cheia de piás guris moleques curumins até
O sol de Itararé rachando revólver de mamona
Gibis do Flecha Ligeira na mão e tarde ardendo

Então a fila pra assistir a inauguração do pião
O coração tamborilando rabo de olho na mira
Enrolei a fieira na bundinha do pião maroteiro
E fiz panca de Burt Lancaster depois da maleita

Soltei o pião lazarento (que apelidei de Garrincha)
E ele foi de bubuia e fez reviravolteio na Rua Capilé
Foi um deus-nos-acuda dos guris serelepes torcendo
Pro meu pião querido ir de vareio no rio da bosta

Mas o caipora lazarento fez fricote zumbiu e parou
Na minha mão direita como uma roseira de brincar

Eu era criança e Itararé tinha uma barulhança pueril
Cresci virei peão de pegar no batente e fazer poemas

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Poeta Escolhendo Feijão


“Um poeta escolhendo feijão/
Não parece nada poético/
Antes, piegas; na ótica vão/
Onirismos - metáforas do imagético/
Que pedaços ali se haverão/
Como palavras, no profético?/
(Que caldo na imaginação/
A situação até como arquétipo?)/
Um poeta escolhendo feijão/
Está em lavração errada/
As palavras ali não se serão/
Num peneirar de pedra limada/
Por isso os carunchos ficarão/
Além da situação impensada/
E nesse oficio ele é aleijão/
Como um porco, na feijoada”

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A Identidade da Dor (Poema Para o Centenário da Imigração Japonesa)

Hiroshima ainda está lá
Como um espelho
Uma bomba não mata uma cidade
Uma identidade-povo
Uma idéia-espaço

Nagazaki ainda está lá
E reflete Hiroshima
Não pela radiação mas
Pelo que ambas foram e serão

Restos de Hiroshima
Ainda são Hiroshima
Como escombros de Nagazaki
Têm uma identidade silencial

Ninguém mata Hiroshima ou Nagazaki
Ninguém mata a vida
Ou uma identidade histórica e espacial de vida

A bomba não mata a dor
Do que restou da guerra
E essa dor que doerá infinitalmente
Será Hiroshima
Será Nagazaki
Porque a paz confere a dor
Perpetrada na lágrima
Como um desenho arquitetural na saudade
Que a luz lê em sangue
Nas flores de cerejeiras
Como haicais, no átomo

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La Vie En Rose

Leminski morreu de poesia
Ou de cirrose; se vivo fosse
Naturalmente um outro seria
Talvez vencedor de posse
Caetano que fugiu pra Londres
Não morreu e se socorre
A escrever bugigangas hoje
Como se nunca existisse
Hendrix, Joplin; até Cazuza
Se não morresse o que seria?
Lupíscinio não se fez num dia
Só no infinital da boemia
Renato Russo, Torquato, Capinan
Um parafuso a mais tantas vezes
(Ou o anonimato de uma neura vã
Em celeiros de burgueses?)
A vida é cor-de-rosa na juventude
Depois o decrépito vive amiúde
E na velhice a arte louca vegeta
Artista, vanguardista, poeta
........................................................
Morrer criando toda glosa
Em verso e samba e prosa
Foi o clímax de Noel Rosa
Idolatrado

Morrer de velhice por aí
É muito triste ao condenado
Feito Caimy ou Cauby
Cada um de si mesmo em si
Beirando ser esclerosado.

Melhor morrer no auge a criar, de overdose
Jovem portentoso - no suicídio ou na cirrose

Ou restar-se à decadência vil, pobre coitado
E à existência reles e comum ser condenado

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Tomar Chuva


Algumas vezes existi.
Algumas vezes tomei chuva.
Mas quando tomei chuva eu me senti um átomo da água e ali
Fui rio, nuvem, relâmpago, açude, cisterna, foz e quase voei.

Porque tomar chuva é integrar-se à natureza, ser parte dela
Conjugar o verbo haver no sentido mais pleno de seu assento
Eu a chuva e até algumas lágrimas de alegria, êxtase e contentamento
Como se a minha alma-árvore se lavasse por dentro...

E fui chuva e guri e mar e senti minha alma flutuar numa nuvem-nau
Porque eu era a maravilhosa Chuva naquele bendito magno momento

Então a chuva me reconhecendo como parte dela (que o meu espírito o é)
Parou de ser peneiradinha naquele tardiscar cor de rosa-pitanga de Itararé
E o lírio-laranja do sol se abriu e eu me vi ali
No fio-terra, o guri
Angelicalmente de alma lavada
Pronto para enfrentar a cara amarrada
Da vida distante que em busca de mim mesmo a peregrinar escolhi.

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MANDRAKE


O pai prendia a rua:
Cristão não brinca na rua.
O pai desinventava a bola de capotão
De Garrincha, Bellini, Rivelino, Pelé, Tostão.
Crente não joga bola, Deus não gosta.
O pai desproporcionava a infância:
Ler gibis é pecado, não vai pro céu.
E eu era fã do Mandrake, Príncipe Valente,
Flecha Ligeira, Fantasma, Saci e Flash Gordon.

De tanto ler - em casa era castigo ler bastante
De dicionários e jornais à Bíblia
Fiz da minha imaginação uma rua aberta para além da humanidade.
Vi pegadas no céu. Tive rasuras de peregrinações.
Sempre fui muito grosso no futebol, cavalo mesmo.
Um perna de pau que sabia que ki-chute e unha encravada não combinavam
Quando não, por ser crente, era um manteiga derretida, canela de vidro
Que mal sabia dar direito o drible da vaca louca.

Da Poesia fiz almanaque rueiro em fugas letrais
Gibis clandestinos povoaram minha abstração em lavouras-intimidades
Com entrudos de histórias em quadrinhos como se cinesmacope na alma-avelã.
O poeta-caminheiro a escrever acontecências do arco da velha
Pomposos causos pra boi dormir
Entre invencionices desparafusadas e poemas em polaroid.

Assim vim pela vida sendo um guri eterno
Com medo de Deus, com medo do inferno
Chutando a pelota do amargo mundo legal
Para o desmundo das idéias, muito além da triste vida real

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Álbum de Figurinhas



Ai que saudades que eu tenho
Dos meus álbuns de figurinhas de coleção
Que eu cuidava todo trancham, todo pimpão
Quando guri lá em Itararé
À sombra do lar and jazz
Que os anos não trazem mais.

Bolinho de piruá, capilé de groselha preta
O pai floreando o acordeão ou a clarineta
Eu com gibis do Tarzan ou do Flecha Ligeira
E o álbum que devidamente preenchido dava de brinde
De bola oficial de futebol a panela-de-pressão

Com meu belo ki-chute pretinho
Tomava crush de canudinho, e de boné
Jogava bate-bafo na rua descalça e rapelava
A petizada pidoncha da periferia de Itararé.

Um dia chorei de montão
Porque por mais que a vida por bem ou mal ensine
É a frustração na infância que a desilusão define:

-Deixei de ganhar uma bola da capotão
Porque na minha bendita coleção
Faltou uma figurinha carimbada do Belini.


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Silas Correa Leite, Itararé-SP
Teórico da Educação, Jornalista Comunitário, Conselheiro em Direitos Humanos (SP).
Blogues: www.portas-lapsos.zip.net ou www.campodetrigocomcorvos.zip.net
E-mail: poesilas@terra.com.br



Novos Poetas de Itararé




Canto doce

Me vi revivendo em dias sós
e meu Deus!Quanta mudez!
Calei a mim,calei a rima
sem saber que devagarinho,
me dizia a vida
em seus pequenos
e aleatórios pedaços
de canções e anedotas
que o que é doce
permanece
no canto da boca e na ponta dos dedos.
*E de tão tolos que somos,insistimos em sentir o sabor salgado das lágrimas nos lábios e enxergamos apenas a palma de nossa mão!

Ana Raquel da Cruz Proença



Distorção

Assim como a boca que beija
Ao mesmo tempo o corpo anseia
Os sentimentos...os desejos.

Do coração as repreensões cardíacas
Os instintos refutáveis
Frágeis desafios rotineiros

A lua figura no céu
O branco que se perde no ínfimo
O breu e o seu constante delírio

A passividade e a fúria temporal
Na noite,a cronologia dos tempos remotos
O findar de pequenos acontecimentos.

Fernando Hijjander Xavier



Só Mais Uma Lágrima
Só mais uma lágrima...
Deixe-a cair em paz, por favor...
Solene pelo meus rosto,
Última gota do meu querer.
Molhada, brilha,
Enche meus olhosDa tristeza que hoje
Preenche meu coração e transborda...
Lágrima, última,
Desfecho do meu coração,
Que já cansou de tanta chuva e de infinita escuridão.
Por isso peço agora ao mundo
Que o tempo pare,[só por um segundo]
E a paz reine em todo o mundo
Só enquanto cai[no infinito]
Meu último soluço
Meu último suspiro
Que agoniza, mas some[de vez]
Na lágrima, que já não existe mais...

Luíza Salla Marchiori

ODES AOS CAMPOS DE ITARARÉ - Novos Poetas Itarareenses




Ode aos Meus Campos de Itararé

Poemas Itarareenses - Poetas Itarareenses

Tenho-me em ti, Minha Terra Adorada,
– que Deméter abençoou –
E, nos campos, hoje, farturas brotam
Das uvas os mais saborosos vinhos,
– Campos conquistados com o sangue de meu pai –,
Em longa luta vitoriosa.

Selma Hutz


Elegia à Solidão

Entro em desespero
Por não ter te aqui
A caminhar entre a relva;
O cantar dos pássaros é mais triste:
Um lamento em meus ouvidos,
Um sangrar em meu coração.

Josiane Martins


Soneto

É no refúgio relvoso do campo,
Entre as ovelhas tranqüilas a balir,
Que, ouvindo meus tristes penares,
Dos anos que muito sofria,

Vejo, no espelho das águas calmas,
Um rosto que eu jamais vi:
Torturado, no físico e n’alma,
De todos esses anos que perdi.

Esse sofrimento, que me domina,
Não me deixa mais pensar:
Como um tortura de viver;

A paz do campo me fascina,
Faz o meu sofrer calar,
Faz cessar o meu sofrer.

Rogério dos Santos



Soneto

Nos campos do meu cor moroso,
Do que outrora era flor,
Somente, fina relva resta;
Da rosa, só sobrou a dor.

Do riso a lágrima amarga
São as gotas do meu penar:
Rolam na tez, feito cascatas,
Como se da alma a sobejar;

Nas minúcias da tua candura, Perdi-me em te coroar,
Mas, no peito, cravou-se o espinho;

Como castigo a tal bravura,
Pela audácia de meu amar,
Em meu viver, serei sozinho.

Marlene Gil




Amor é Vida

Sou um poeta que, em meio à solidão,
Faz sentir saudade de um anjo
Que, por alguns instantes,
Me fez feliz e radiante.
Sonhar e amar em sonho... apenas no olhar:
Anjo lindo! Seja bem-vindo!
Se a tristeza me move,
Sorrisos seus me alegram,
Mas você foge.
Mereço sofrer a dor e conseqüência
Da incompetência minha:
Amar alguém tão impedido,
Caso raro, inesquecível.
Na vida, tudo passa;
Sozinha sem amor, sem graça;
Um dia, longe daqui, uma luz vai brilhar,
E um anjo lindo vou encontrar e amar.
Já chorei, sofri, sorri;
Por fora estou alegre e feliz;
Por dentro triste amargurado
Da vida sofrida – não amada –.
Quando penso em você,
Sobe um imenso calor: É bom;
Sei lá de onde vem, deve ser do além.
Ah! Se pudesse dizer que amo,
Melhor que não seja verdade,
Pois seria uma crueldade – O Anjo passa!
A voz encanta, até o céu balança,
O coração bate forte.
Espero que a sorte de uma poesia atinja seu coração ao som de um violão.
E que você cante para mim uma canção.
EU TE AMO.

Alvim Lessa
Postado por André Luís Costa às 17:00 0 comentários
Nossos primeiros poemas:

Inaugurando nosso espaço literário, colocaremos algumas obras representativas do atual cenário do curso de Letras:

Tenho uma Noite Plena...
Rodrigo Tomé

Tenho uma noite plena, porque eu sinto
Tua pele morena revestir meu espírito.

Tenho uma noite plena, porque espero
O espectro da tua presença com esmero...

Tenho uma noite plena, porque te amo
E sempre que eu posso teu nome exclamo.

Tenho uma noite plena, porque prevejo
Este canto meu não ser apenas desejo...

Tenho uma noite plena, porque é cedo
E sei que logo tu virás a mim sem medo.


Ode ao Cupido
Adilma Gomes

O menino alado,
Com uma seta do amor
Da divindade dos campos,
O coração incauto feriu;
Vencida, aos prantos,
A voz do coração ouviu;
Já, com brando furor,
Tudo enfrenta e suporta
Por um cupido malvado.
Elegia

Eis me aqui, sozinha entre lágrimas.
E de ti só o que ficou foi esta saudade.
Sinto falta das tardes que passávamos juntos:
Daquele límpido rio em se refletiam os raios solares,
Das nossas conversas sobre a sombra daquela frutífera árvore.
Tudo está vazio, nada é mais bonito, já que não te tenho aqui comigo.
Os raios solares já não brilham mais no rio, nem a árvore oferece frutos.
Tudo está morto, assim como tu e eu, que, a cada dia, morro um pouco sem tua presença.
Ansiosamente, espero pelo dia em que encontrarei-me contigo e finalmente a teu lado permanecerei por toda a eternidade.

Evelise Virgínia

Reportagem de André Luís Costa

Este pode ser considerado o (re)início de um novo velho sonho, uma nova era para os amantes da língua portuguesa e da arte escrita aqui em Itararé. Antes, o que era um sonho latente, uma idealização; agora, uma realidade evidente, uma realização.
Nosso jornal – ou melhor, folhetim literário – é fruto de um sonho coletivo – Elos Clube de Itararé e Curso de Letras –, e possibilitado pela ação instrumental de nossos queridos e diletos mestres, colaboradores e amigos – dentre os quais destaco as presenças pioneiras: Mestre Estéfan Polay, Dona Lázara Bandoni, Diretor Edson Makoto, Josete Biral (coordenadora do curso de Letras), e de nossos tão prestimosos alunos – não menos amigos também. Todos nós unidos em amor à arte, a Itararé, à pessoa humana.
Que, com a glória de Deus, em espírito de amizade e valorização da pessoa humana, possamos conduzir nossos sonhos a uma bela trilha repleta de poesia e vida.

André Luís Costa Do Blogue dele:
http://oelodasletras.blogspot.com/

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

SORO CASEIRO




SORO CASEIRO

Poeta respirando por aparelho
Desconfie e se proteja:

Narguilé com cerveja!
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Silas Correa Leite
Santa Itararé das Artes
E-mail: poesilas@terra.com.br
Blogue: http://artistasdeitarare.blogspot.com/


segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Itararé Divinizada

Reunião Elos Clube de Itararé, Comunidade Lusíada Internacional



Itararé Divinizada

Nenhuma ciência pode classificar
O amor do Itarareense por Itararé
Nem teria cabimento a ciência
Querer se fazer de entendida no inexplicável
Itararé é um lugar no DNA
Na corrente sanguínea
Chão de estrelas, palco iluminado
Itararé, cidade poema, é ninhal, encantário...

Nenhuma ciência poderia decodificar
A boêmia, o luar, a água de Itararé
Nesta terra de gralhas e pinheiros
Festeira, celeiro de artistas, hangar
De músicos, pintores, poetas, ovnis
Tudo isso na veia
Na mente, como se uma aura ou iluminura
Porque Itararé é mágica, berço esplêndido...

Nenhuma ciência traduziria Itararé
Porque ser Itarareense é uma luz
Um código que não é deste mundo
E sabemos ler em versos, prosas e cervejas
Se dinossauros já passaram por aqui
Somos todos rastros
Voaremos para fundar uma Itararé celeste
A partir daqui de Itararé, do céu em nós...
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Silas Correa Leite, da Estância Boêmia de Itararé, Cidade Poema
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domingo, 13 de fevereiro de 2011

BAR DO TEPA, ITARARÉ, FOTO RARA

Bar do Tepa, Itararé, Rua 24 de Outubro
Poetinha Silas e Prof. Dirceu Mendes

O Céu, Um Paraiso de Livros





Artigo/Opinião:



O Céu: Um Paraíso de Todos os Livros




“Mais eis que a palavra


Cantoflorvivência


Re-nascendo perpétua


Obriga o fluxo



Cavalga o fluxo num milagre


De vida...”



Orides Fontela




...O Céu deve ser na verdade uma biblioteca... e-n-o-r-m-e – onde repousam todos os personagens, anjos, heróis, narradores implícitos e explícitos, tipos de capa e espada (e de asa nos pés, antenas ligadíssimas e luz nos olhos), esperando não Godot, Ben-Hur, Lewis Carroll, que já estão assentados por lá, mas Um VISITADOR. Esperando serem visitados (na imaginação? no sonho?) pelos benditos Escritores de Livros! Deus, claro, é o supremo Maior Bibliotecário-Comandante-em-Chefe do Universo. E ali também edita suas (nossas) Vidas-Livros, que sonham finais felizes no palco iluminado da Nave Terra-mãe, sob chão de estrelas. Já pensou que demais, diria o Snoopy?



...O Céu, como uma literária e infinita barriga gestora, guarda, assim, todos os livros que foram escritos; os livraços que serão escritos; os imemoráveis e inimagináveis que ainda estão sendo escritos, entre sonhos, sofrências, blues etílicos, alumbramentos e lágrimas, entre pontos de interrogações, tópicos frasais, nexos causais e reticências em braile... Um e outro santo escriba abençoa uma orelha de livro, um arquivista maroteiro com olhos de lince tira os pós das mesmices entre a água e o açúcar do proseio celeste, e Mestre José Carpinteiro ilustra – na mente dos criadores – capas, prefácios, releituras e citações. Um anjo de asas de papel-arroz amanteigado (com reflexos da Via Láctea), com todas as letras de todos os alfabetos do mundo visível e invisível, no sensorial do escritor a cismar alhures, poetas, romancistas, Sentidores (para citar Clarice Lispector), delicadamente com voz de palha em sonata íntimo-espiritual “sopra” o bendito nome da obra-prima, com subtítulo, modus operandi e tudo. Já imaginou?



...O Céu de todas as Honras e Glórias inimagináveis, claro, tem um arquivo cósmico de todos os historiais. Do gênese supragalaxial, ao salmo cor de rubi, passando pelos mantras-banzos-blues-fados dos apocalipes de mil idéias com signos ficantes. Robinson Crusoé é agora uma abençoada janela-arquivo de lá, num cantinho com pintura xadrez que dá, nos horizontes e crepúsculos, para um ninhal escarlate de suntuosidades binárias, feito rancho de meteoros-metáforas esplendentes.



...O Céu também pode ser só um pouquinho aqui, amostra grátis no DNA metafísico de cada criador e criação. O Escritor que gera livros-árvores, livros-nuvens, livros-circos, livros e pertencimentos enlivrados. Como Hilda Hist, Olga Savary, Clarice Lispector, Proust, Tolstói, Neruda, Saramago, Brecht, Rilke, Cortázar. O escritor ins-pirado, ensimesmado, tocando por uma fagulha de amparo infinital, imagina, desmancha a seco, arrruma, cria, pesquisa e, eureka!. Surgem pedacinhos do céu como Cem Anos de Solidão, O Vermelho e o Negro, Incidentes em Antares, Grandes Sertões Veredas, Sentimentos do Mundo, O Nome da Rosa. A alma de cada um, recolhedor na curva do tempo, no imaginário ou da bateia de memórias, escrevendo uma vida-livro, um clássico. Só por Deus. Fico só sondando o devir, depoimento, rascunho, testemunho letral de um tempo, um povo, um local, uma mente brilhante atiçando implicações que cativarão olhares maviosos.



-No Céu não existe pecado e nem sanção de percurso-viagem-visita (todos serão perdoados?), nós todos, em capa dura ou com colagens de trilhas, temos a nossa vida inteirinha para escrever essa existencialização, tentarmos por uma bela vida e bela obra, com um final feliz. Bem-aventurado aquele que acerta na primeira edição sem cortes. Pois será Céu e na Terra um livro aberto de Deus, Livreiro-mor. No mais, vidas-livros são auferidas, recompostas, registradas, acrescentadas de aforismos, citações célebres, tragédias ou mesmo ilustrações maravilhosas. Que Paraíso de Livros é o Céu, cheios de zilhões de escrivaninhas, estantes, caixas de pandora com suas páginas atemporais...


-No Céu, existir mesmo é conjugar o verbo Escre/Viver; existir é ler (oxigênio matrix), pois não existe Morte ao ler; no ler, por ler. Dormimos o sonho da viagem para dentro de nós, uma vida, um causo, uma croniqueta, uma historiazinha pro Menino Jesus dormir seu sonho de trombetas. Ler é uma busca para a nossa Cura. Cada livro um historial, uma sentição, um rocambole geral a revelar-se em páginas de lágrimas e luzes se misturando, o vermelho e o negro, o azul e o amarelo, a loucura e a lucidez, sob o percurso de um altíssimo balão encantado segurando pontos de interrogações com baunilha num céu de chocolate...


...No Céu, pássaros-marcadores de livros, árvores-papéis de pão, borboletas-vaga-lumes-ideias, pirilampos de tons e nuances, rinocerontes de enlevos, rios de inspirações, nuvens e chuvas de vírgulas, relâmpagos de pensamentos-chaves, tudo o que depois serão versos, estrofes, parágrafos, apresentações, músicas pra alma procurando calma pra se coçar... Cada um lê-se a si mesmo, acrescenta o que se lhe vem a cabeça (consultem sempre o coração), invade pontuações, pondo pingos nos is ou, de relance, quem o sabe um dia, com tantas placas mães e placas de captura, no futural, colocando até pingos em dáblios... Nada é impossível ao que lê.


-Ah “Terra do Era Uma Vez”, o Céu pode ser dentro de cada um de nós aqui. Shangri-lá, Jerusalém, Pasárgada, Santa Itararé das Letras, São Petesburgo, São Paulo, Curitiba, Brasília. A cidade-livro. O herói sempre vence no final, pois a esperança é a inteligência da vida. Vivendo e aprendendo a escrever-se. Lendo e se refazendo, cortando exageros, pois o espírito não tem peça de reposição e nem inventaram bisturi ou silicone para a alma. A re-existencialização-pagina-aberta de cada um ser ou não Ser; cada clã, núcleo de abandono, ilha, adubo, enciclopédia, dicionário, clássico, coleção, gibi, quadrinho, palavra cruzada, cartun, jornais, revistas, livros... almanaques...


...Corra e olhe o céu, diz a balada de Cartola. Traga um céu para si e em si, em todos os recomeços vibracionais. Um Livro, pedaço de seu rio interior. Faça de sua vida-livro um belo romance com realizações e incompletudes que sejam. Sempre fica uma dúvida no ar mesmo, com o que queremos dizer ou soa no diferencial do implícito. Você sempre volta ao local de seu livro de existir. Você é o seu próprio capital de peso. Você é em si mesmo a própria impressão digital, a melhor e a pior prova testemunhal presencial contra e a favor do que você se escrever existindo. Já pensou que risco?. Capriche na narrativa-documento. O leitor-vida-livro sempre vence no final. Na casa do pai já muitas coleções. Escolha o seu cantinho, o seu estilo, a sua ilha-edição. Uma visão ético-plural comunitária ajuda muito nessas horas. Sarar o mundo. Sentir a dor do outro. Corações e mentes enlivrados, já pensou? A sua cara e a sua coragem colorida. Vidas capítulos. Acertos de contas na hora de passar-se a limpo. Refinamentos. Perdendo lastros. Ser feliz é a melhor resposta, a melhor vingança, a melhor solução. EscreViver, evoluir, correr atrás dos sonhos com as mãos limpas e uma lupa magna procurando erros atrás das ilusões perdidas, como se tudo fosse só uma ilha da fantasia em que você de si mesmo e para todos que o rodeiam escreve o roteiro... Silêncio, gravando!


...Seja feliz enquanto escreve nas luzes da ribalta. Seja você seu próprio acervo. Eu fui muito feliz. Eu tinha um pai que contava historias de Itararé e do mundo pra mim. Quer maior riqueza do que isso? Vivendo e aprendendo a viver. Lendo e aprendendo a ser. Cada um de si próprio o capítulo que precede o clímax. Será o impossível? Muitos são chamados e poucos escrevem certos por linhas tortas. Há um céu. Na dúvida, largue tudo e vá ler um livro. Está estressado? Leia um livro de poemas. Está azedo? Leia um romance com capricho e conteúdo denso. Fique encucado, pense e reflita. Pode ser que ainda esteja em tempo, e você desperte a chance de pegar a chave da imaginação e então poder registrar-se numa ala da Biblioteca do Céu, estar como um verbete na enciclopédia artística de Deus, o seu nome-vida-livro nos pilares sagraciais de todas as sagas. O seu nome arrolado lá, no historial perene do livro da vida, pois o que você se escreve na terra, Deus escreve no Céu. No Céu de todas as vivências-históricas, O Paraíso dos LIVROS!.


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Silas Correa Leite, Santa Itararé das Artes, São Paulo, Brasil


Jornalista Comunitário, Teórico da Educação, Conselheiro em Direitos Humanos - E-mail para contatos: poesilas@terra.com.br


Autor de Porta-Lapsos, Poemas, e Campo de Trigo Com Corvos, Contos, a venda no site www.livrariacultura.com.br


Prêmio Lygia Fagundes Telles Para Professor Escritor


Site: www.itarare.com.br


Blogue premiado do UOL: www.portas-lapsos.zip.net


SE EU PUDESSE PEDIR PERDÃO

Foto Itararé, Bairro do Rio Verde

SE EU PUDESSE PEDIR PERDÃO


Silas Correa Leite


Se eu pudesse pedir perdão... por alguma coisa, algum motivo, alguma razão limpa, talvez pedisse ao meu querido pai, principalmente por não tê-lo compreendido exatamente como deveria, e poderia então, pra perdida sorte minha, ter sacado muito bem e antes de sofrer tudo o que sofri; e teria certamente evitado descaminhos, e talvez assim, de alguma forma (doces memórias) e com revisitada imagem dele, os meus destemperos doessem menos no meu peito entrevado, e agora eu tivesse menos marcas das sinuosas trilhas, e assim eu tivesse ainda mais plenamente as asas da saudade dele sobre mim, como uma benção dos céus distantes.

Se eu pudesse pedir perdão...por alguma coisa, algum motivo, alguma razão limpa, talvez pedisse perdão à minha pobre mãe velhinha, principalmente por ter deixado o nosso lar-doce-lar muito cedo, cedo demais (cedo para sempre) - cortei minha infância pela metade - e caído afoito nas garras de gavião do destino insano, e, em vez de aprender com gestos, sanções, atitudes e eventuais surras de falácias caseiras, as lágrimas dos céus me aconteceram bem mais cedo do que eu pensava e esperava, e eu pude compreender (e posso traduzir tristemente isso agora em banzos-blues), que o amargurado que me tornei, além de algum eventual improviso de jazz com solo de tristices, foi ter tomado peito muito precocemente para enfrentar a barra de viver (a barra pesada de viver), e ter caído no rocambole do mundo como um inocente puro e simples, mesmo as mãos limpas, o peito arfando, os olhos viçados, isto é, simplesmente uma frágil folha de papel rasa em que a vida pôs a malvada descompostura dela, o que me tornou também sofredor precoce, depois refém da sensibilidade extremada, com muito déficit afetivo, e eu lamentavelmente pude, assim, de alguma forma, ser abatido, predado, sofrido, tornar-me - na fuga! na fuga! - um poeta com sânscrita identidade de humildes como licor de jabuticaba de terceira dimensão em realidade substituta.

Se eu pudesse pedir perdão... por alguma razão, loucura, ou macadame de sofrência, eu pediria perdão às minhas adoráveis seis irmãs, não apenas por tê-las amado tanto, mas por não ter tido competência para tê-las defendido como deveria, e também por não estar presente ainda mais como o outro seio secreto delas, amparando as ocasionais angústias e perdas, carregando as sobras de tantas tintas íntimas das vaidades exageradas delas, ou colhendo mais dos filhotes-sobrinhos belos e abençoados que me deram quando eu era peregrino fugidor, e por isso, intimamente por isso eu as amei muito, amo-as mais do que posso traduzir, e as amarei muito além do lar infinital do dono do sol, quando, finalmente e então, os meus globos oculares já com saquinhos de chá sobre as pálpebras inferiores disserem de meu quase um século de vida, e eu poder dizer Adeus para ver o remanso do último lírio selvagem da terra, e então poder ir, finalmente, colher estrelas no campo de estrelas do céu com meu finado genitor, porque, assim também, claro, no vislumbre do reencontro, sei que na casa de meu pai há muitas moradas.

Se eu pudesse pedir perdão...de alguma forma, de alguma maneira, em algum estágio e devão desse erradio caminho (de caminheiro atiçado pela busca de um farol além da curva do arco-íris), eu iria pedir também que me perdoassem tantas coisas, nesse favo de inventário e partilha, a saber:

Um: Eu pediria perdão a

Todas as ruas de minha infância, principalmente aquelas com terrinhas cor-de-rosa de minha descalça pegada íntima, na liberdade de ser puro entre aurorais, encantários, ninhais, e, claro, também, mandorovás, camaleões e fantasmas verdes entre beronhas e formigas-saúvas

Dois: Eu pediria perdão a

Todos os quintais das casas de cigano aonde morei, nessa e em outras vidas antigas - ah a aurora que trago da infância! - entre dormentes, trilhos, tatus, canteiros, pardais & cidreiras, porque de eios de água brotaram imaginações saradinhas como cuques de framboesas temporãs

Três: Eu pediria perdão a

Todos os milhares de livros que eu li, porque neles, pelo menos assim em tempos de vacas magras, todos os finais eram magnificamente felizes, o Crusoé era uma gaivota santa numa ilha de nascentes limpas, e eu imaginava que, sendo eu mesmo, sempre, teria santerias por atacado nas minhas aventuras de atiçado, sensível, quase um Sentidor da pá virada

Quatro: Eu pediria perdão a

Todas as mulheres que eu amei, e que não me amaram, e que assim e talvez por isso mesmo foram infelizes para sempre, como uma desculpa-livramento, um castigo-andaime, uma solidão-palhaço, um prelúdio-talismã. Até porque, confesso, o meu primeiro amor foi uma parede. Que eu trago e tenho comigo, como um íntimo butim, como um alforje de estrelas que despenco cada vez que escrevo. E eu escrevo para não chorar. E eu faço poemas porque não sei morrer sozinho como uma lesma cega cor de leite

Cinco: E pediria perdão por

Todos os malditos(..) sonhos que eu tive. Eu, tolo, achava que iria crescer e mudar o mundo. Só os imbecis são felizes? Primeiro queria ser presidente, depois poeta, afinal restei-me educador. Como viram, nunca soube me escolher na melhor parte do filé das víboras, nos tapumes dos chacais, nos guizos dos incrédulos. Fui, perdoem, cem por cento eu mesmo e todo emocional como um baú de estimas. Deus sabe com quantas lágrimas faz o castelo de nossas idas e vindas (não há perdão no esquecimento)

Seis: Eu pediria perdão a

Todos os inimigos, e circunstancialmente os tive em algum lugar ou vareio de palavras, e que por algum motivo me magoaram, me traíram como margens abruptas de um rio inocente. Alguns eu perdoei como se perdoa um esquilo cego por morder seu calcanhar de Aquiles, a outros eu acabei por - moendas do estilo da vida nua e crua - a dar pão e água, e, confesso, muitos eu matei tanto dentro de nim como um surto-circuito, que eles mesmo se anularam com seus nós íntimos, como cactos vítreos de rudezas pegajentas em clãs espúrios

Sete: Eu pediria perdão a

Todos os anjos que me ajudaram, e que devem me perdoar mesmo para muito além do eternamente, porque, aqui e ali, nalguma curva do caminho, sem o saber, sem querer e mesmo sem maldade, eu os abandonei entre um mata-burros, uma pinguela ou um portal. E há lugares (o mundo sombra?) que anjos não freqüentam. E eu atinado fui buscar candeeiro na boêmia, troçando alhures (troféus de mixórdias), trocando flores por cançonetas, amando tardes de chuvas e minguados afetos de ocasião, quase purgando interioridades com primaveras que já deram o que tinham de dar

Oito: Eu pediria perdão

Por todas as preces, todos os brancos lenços de adeuses (até os escondidos), todos os poemas escritos na mais cuneiforme intenção do refluxo do inconsciente - que é quando eu me despojo, me decomponho, pondo a alma para respirar - escrevendo de supetão o rebite de uma idéia, um ideal, entre um copo de leite azedo, um mimo celestial ou uma pestilenta tentativa de abismo que escrevendo evito um pouco

Nove: Eu pediria perdão

A todas as árvores que fui, de alguma maneira e por algum motivo, medidas as proporções, de groselheiras secas a laranjeiras sem guirlandas brancas, como se um dia, de verdade eu tivesse sido alguma espécie de árvore, noutro século, noutra encantação, e, por algum fruto proibido vim a ser vetado de ser outra vez, depois espiritualmente perdi o sagrado direito de tê-las comigo no DNA, e aqui me deixaram em dimensão-placenta errada, não apenas como um castigo pro carbono virar diamante, ou não, mas para como, tentativa de cicatriz, eu de novo aprender a ser raiz, a ser copa, a ser tronco, a ser pétala, a dar flores & frutos, tudo de novo, tudo outra vez, como uma canga, um pesadelo vivido, no arremate de uma alma superior cerzindo minhas perdas entre ofícios testamenteiros e arrozais de desculpas com azedumes terçãs

Dez, finalmente;
Eu pediria perdão, ainda, nesses meus dez mandamentos-testemunhos(?) de desalinho e dor (poetas não têm peças de reposição), a àquilo que fui de alguma maneira, por algum motivo, sem o saber, sem o querer, sem o poder, mas identificando afinidades íntimas:

-Cardume: Por ter sido um pouco areal, um pouco atol, um pouco rede, um pouco albatroz no mar de sargaços da vida, então paguei a duplicata da perda a ser isso também me serviu como lima nova em ferrugens adquiridas

-Tempestade: Por ter navios fantasmas em mim, ser sobrevivente de naufrágios abismais, trazer estranhas marcas disso, fui isso e me feri de ver o que provoquei em ira insana, atemporal, obedecedor involuntário de desastres e tragédias

-Chuva de abril: Por saber que nada me pertence, nada do que me foi dado é gratuito, tudo tem um preço e eu não acredito em valores a não ser o lado pérola da ostra, por isso pago dobrado esse crime de existir em Nau Catarineta errada, indo e vindo, carpinteiro das águas no teatro de absurdo dos ciclos que jamais dominarei

-Cisterna: Porque ainda tenho lágrimas para tornear poemas por séculos e séculos, não tendo medida para a minha tristeza terreal, e nem me sabendo livro aberto em página errada, assim nunca poderei ordenar à dor que saia para sempre de mim, mesmo que eu ande pelo vale da sombra da morte...

-Deserto: Porque sou solitário como uma nave sideral pirata clonada de outra banda cósmica, e solitário me tenho como ser espúrio em vinagre vencido e injusto dessa existência pagã, então escrevo para não ficar louco, escrevo porque o meu cálice transborda e ninguém tem piedade por eu ser como porta-lapsos em núcleo de paradoxos

-Eco: Tudo o que sou, soa alto e claro, o que não sou, não sabendo inteiramente me assusta (cacos do espelho), então eu peço perdão por ter amado de repente quem não devia, dito adeus quando era para ficar estagiário, aprendido ser leitor de tudo quando deveria ser plantador de campos de lavandas em outros mundos em que a morte não existe.

-Barco encalhado: Isso eu sou e serei por muito tempo, mesmo não tenho ainda inteireza do que isso me representa ou me servirá, até porque, em frente ao mar eu me sinto o próprio mar, como se a mãe-natureza me fizesse carbono do sal marinho, depois gaivota número um, depois ilha de areia, depois pobre foca, até que eu perdesse asas ou guelras, até que eu pudesse nadar e ser átomo, esporo, pólen, e chover na horta da espécie humana com seu bezerro de ouro, entrando então pela porta dos fundos da existência só para exatamente pôr o dedo nessa ferida acesa que é o tão mal conjugado verbo viver

E, por fim, perdoem musas e boêmios, perdoem anjos e vigiadores de quarteirão, eu me resto aqui um aprendiz de tudo, entre um vazio e o vácuo, criando borboletas de palavras, sendo sempre um homem fora do meu tempo. Quando eu era piá de tudo, amava estar com os idosos tão sábios. Agora que estou quase velho, adoro lidar com crianças. Sempre achei, aliás, que iria morrer muito cedo e criança. Espero morrer criança com quase cem anos. E que Deus tenha piedade de nós. À bença, Mãe. Ave Estância Boêmia de Itararé. Porque Hoje é Sábado, aviso aos incautos navegadores de primeira hora: Bolinhos de chuva encharcam com cervejas bentas, e criam mais tecido adiposo nas vaidades herdadas.
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Silas Corrêa Leite, Santa Itararé das Artes, SP,
Professor, Poeta, Jornalista. Membro da UBE-União Brasileira de Escritores
E-mail: poesilas@terra.com.br

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