"Artistas de Itararé, Cidade Poema"

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Os Dez Maiores Artistas de Itararé, Ano 2011

Dez Maiores Artistas de Itararé















01)-Maestro Gaya







02)-Jorge Chuéri







03)-Irmãs Pagãs







04)-Paulo Rolim







05)-Silas Correa Leite







06)-Paschoal Melillo







07)-Rogéria Holtz







08)-Dorothy Janson Moretti







09)-Regina Tatit







10)-Armando Merege







Itararé, Bonita Pela Própria Natureza

Itararé, Bonita Pela Própria Natureza
Nosso Amor já Tem Cem Anos

segunda-feira, 28 de outubro de 2019

Tibete, Romance, de Silas Correa Leite, resenha crítica de Marcelo Pereira Rodrigues


Silas Corrêa Leite e o seu Tibete particular
Por Marcelo Pereira Rodrigues (MPR)*

Silas Corrêa Leite é um ser performático. Professor, profícuo escritor, jornalista, agitador cultural, comentarista político nas redes sociais, comunista e visionário, seus escritos por vezes se travestem de verborragias e um desejo muito natural (propício a todo artista que se preze, de aparecer). No bom sentido do termo. Mas é aí que surge o contraditório: nos tempos atuais, onde as pessoas se importam mais com a forma do que o conteúdo, em que beldades se auto intitulam atrizes e onde youtubers colecionadores de likes viram celebridades e consequentemente escritores, qual o espaço para verdadeiros escritores, de almas atormentadas, desses que escrevem com sangue, como bem sugerido por Friedrich Nietzsche (1844-1900)? Pois este é o dilema de Silas, a partir da leitura que fiz de Tibete, de quando você não quiser mais ser gente. Com uma advertência na capa: Destruam este diário ou destruam suas vidas. Publicado pela Jaguatirica, em 2017, o livro possui 381 páginas.
Na obra, um homem se retira do mundo e vai viver em um sítio em Itararé – SP. Através de um cotidiano ordinário, vai purgando as suas angústias e sobressai o lirismo de versos bem construídos, letras de músicas que evocam a Raul Seixas, chistes e aforismos poéticos que fazem da leitura um exercício prazeroso, pois a diagramação da obra é bastante convidativa. À medida em que vamos acompanhando o cotidiano deste matuto, vamos subindo as nossas montanhas e estranhando o povo que insiste em ficar na planície. Metáfora do excepcional A Montanha Mágica, de Thomas Mann? Se não temos a verticalidade do sanatório de Davos, a horizontalidade do sítio, o amor do homem pelos bichos de estimação e os cuidados com os afazeres práticos nos conduzem pela mão, como a mostrar generosas relações interpessoais, quando acontecem. O sujeito estranho a este mundo faz o seu diário com trocadilhos, e tem uma visão aguda sobre a corrupção das pessoas. Faca quente cortando a manteiga. O ermitão sabe bem dar o seu recado. Pessoalmente, esse cenário rural me é familiar, e como escritor apresentei ao mundo das letras Arioswaldo, personagem do romance O Filósofo Idiota.
Como toda excelente obra, Tibete... não é conclusiva, e me deixou com a pulga atrás da orelha, e assim pretendo continuar, sobre ser o matuto o alter ego do escritor. Tudo isso devido ao nome Ivo Gabriel Moura Scarpelli. Por favor, autor: não me esclareça! Entre a vida e a arte, escolha a verdade da arte, como bem indicado por Oscar Wilde (1954-1900). Adendo: verdadeiramente, o ano de 1900 foi detestável: perdemos dois gênios. Nietzsche e Wilde.
Que o autor continue com a sua subida (vertical ou horizontal), que escreva para continuar purgando seus sentimentos e que encontre bons leitores. Certamente os do q da qualidade em detrimento aos q da quantidade, pois, como sentenciado por Nietzsche: “Alguns nascem póstumos! ”.
-0-

Marcelo Pereira Rodrigues (MPR) é filósofo e escritor, autor de 12 livros, tendo publicações no Brasil, Portugal, Espanha e América Latina. Editor da Revista Conhece-te, que existe há 18 anos e meio com periodicidade mensal.

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