"Artistas de Itararé, Cidade Poema"

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Capital Artístico-Cultural Boêmica do Sul de São paulo

BLOGUE ARTISTAS DE ITARARÉ CHÃO DE ESTRELAS

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Contatos: artistasdeitarare@bol.com.br

Clã dos Fanáticos Por Itararé, Cidade Poema

Palco Iluminado de Andorinhas Sem Breque

Os Dez Maiores Artistas de Itararé, Ano 2011

Dez Maiores Artistas de Itararé















01)-Maestro Gaya







02)-Jorge Chuéri







03)-Irmãs Pagãs







04)-Paulo Rolim







05)-Silas Correa Leite







06)-Paschoal Melillo







07)-Rogéria Holtz







08)-Dorothy Janson Moretti







09)-Regina Tatit







10)-Armando Merege







Itararé, Bonita Pela Própria Natureza

Itararé, Bonita Pela Própria Natureza
Nosso Amor já Tem Cem Anos

segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

Árvore de Natal dos 20 Livros de Silas Correa Leite de Itararé-SP

 
 

*

Goto

Surtagens

Gute Gute

Mocorongos

Porta-Lapsos

Pirilâmpadas

O Tao da Poesia

Estados da Alma

Bulbos Transversos

Troios Perigritantes

Raízes & Iluminuras

Trilhas e Iluminuras

Desvairados Inutensilios

Ele Esta No Meio de Nos

O Rinoceronte de Clarice

Os Picaretas do Brasil Real

Campo de Trigo Com Corvos

Assim Escrevem os Itarareenses

O Menino Que Queria Ser Super-Heroi

Não Deixem Que Te Tirem a Primavera

 

Árvore de Natal de Todos os Meus Livros em Prosa e Verso, Entre Ebooks e Impressos

Silas Corrêa Leite – Estância Boêmia de Santa Itararé das Artes, Cidade Poema

Feliz Natal, Feliz 2016, Feliz Livros Novos

Dê Livros de Presentes - Ganhe Livros de Presentes

E Esteja Sempre numa Viagem Rumo ao Futuro

Seja a Sua Vida Um Livro Aberto Sobre Sua Viagem de Existir

 

Os Livros do Autor Silas Corrêa Leite Estão a Venda na Editora Clube de Autores, Autografia, Livraria Cultura, Livraria da Folha, Site Amazon e mesmo em sites e Estantes Virtuais, os mais antigos

Contatos: poesilas@terra.com.br

www.artistasdeitarare.blogspot.com/

 

 

 

 



Almanaque de Natal 2015, Silas Corrêa Leite, Silas e Suas "siladas"...


Outro Almanaque de Natal – Silas e Suas “Siladas”

 

ULTIMO NATAL (Então, Não é Natal)

 

-É Natal?

Não há sino pequenino nem presépios elétricos

Nem corais, nem amigos secretos

Nem consumismo, nem comércio

Resta morta toda a humanidade

DEUS

No píncaro da glória de seu potentado em celestidade

Olha Jesuscristinho ao seu lado e tem dó

São Eles só

Os dois

Os anjos foram cantar hosanas e aleluias noutra freguesia

Da terra já não há mais nada do que antes havia

O mundo acabou

Aquela porcaria

O criador que tudo vê e tudo sofre, e tudo sente, de novo, outra vez

Vai tentar do recomeço

Com mais prudência, adereço, justiça e sensatez...

 

-É Natal?

Não há ouro, incenso e mirra; não há mais ninguém

Da civilização humana nada mais resta

Nem comércio e nem consumo

Nem pannetone ou arroz de festa

DEUS

Do píncaro da gloria de seu potentado supracelestial

Arrependeu-se do que criou. E tanto mal...

O livre arbítrio

O sitio

Daquilo que gerou. (Esse livre arbítrio

Que não valeu nada)

E Ele ali mal se cabendo em si como se numa encruzilhada

Restam escombros

Pós-selvageria

Das atônitas explosões das bombas da água, do lixo, da fome

Que mataram o homem

Em suas vilezas de historiais escombros...

 

(Então não é Natal

Menos mal)

Não há nada para ser comemorado e ponto final.

-0-

Continho

 

Lurdes Pobrinha da Silva

 

Lurdinha queria ver o Papa.

O dia inteiro o papo aranha no rádio, na televisão, nas contações das beatas da periferia abandonada e carente, entre becos, cortiços, guetos, palafitas e a enorme favela Ordem e Progresso no Morro do Querosene, a acontecência ‘da hora’ era sobre o Papa que estaria vindo visitar o Brasil.

Lurdinha, coitadinha, deficiente física e mental, olhos cheios de remela, pobrinha e agregada de um barraco onde se restava meio que largada, desesperada e carente sonhava em ver o Papa. Passaram-se meses, sem esperança e sem cuidados, ela ficou com aquilo na cabeça.

Quando era pertinho do Natal, certa manhã radiante, o quarto amontoado em que mal e porcamente fora alojada entre trastes velhos feito um antro de despejo, se iluminou. E ela viu entrar um belo e sorridente jovem, barbudo, cabeludo, que lhe estendeu os braços largos e disse com maviosa voz:

-Olá Lurdinha, eu sou Jesus!

Lurdinha ficou desenxabida, coitada.

Ela queria ver o Papa.

-0-

 

Cântico de Itararé

 

Itararé

Será que vivendo tão distante de ti

Estou realmente existindo direito?

Longe de casa eu lutei, eu sofri

E te trago encantada, dentro do peito

 

Itararé

Valeu a pena o que distante vivi

Tão longe desse encantário, teu chão?

(Só que o caminho da volta não esqueci

E te levo ninhal, dentro do coração)

 

Itararé

Ao lembrar dessa terra a minh´alma ri

(Hoje só a saudade já não satisfaz)

Ah Itararé como eu te relembro, guri

A lua entre estrelas, sobre os pinheirais

 

Itararé

Espero um dia retornar para aí

O poeta andorinha exilada vai voltar

Em teu solo meu corpo vão plantar

Quanto, então, também serei parte de ti!

 

-0-

 

Natal de Pobre

 

 

Boneca velha suja entre sabujos

Boneca de um braço só e lá,

jogada no lixo entre bulbos

Da periferia S/A

 

Criança carente de cara séria

Humilde simples, tristinha

Resgata a pobre boneca sujinha

Na sua realidade de miséria

 

Corre a menina parda com sua cruz

De olhos pobrinhos com remela

Com aquela boneca vestida com panos ruins

Exatamente como ela

 

-É Natal, é Natal de Jesus!

Diz a criança, pobre assim

 

-Vejam o meu brinquedo que já

Papai Noel do céu mandou pra mim

 

............................................................

 

(Deus, no médio céu de horizonte externamente grená

Chora uma lágrima carmim)

 

-0-

 

 

Presépio de Pobre

 

Todo mundo tinha presépio

Na ruela onde morávamos

Eram elétricos, coloridos

Mais que o primeiro Natal

 

Cada presépio encantado

Muito mais que o de Belém

Cada jardim era um luxo

De cores e de pirilâmpadas

 

Como éramos pobrezinhos

E mal tínhamos o que comer

Imagine ter um presépio

Com tantos pertences caros

 

Meu pai andava doente

Minha mãe lavava no tanque

As tristezas que a gente

Fazia omelete de lágrimas

Mas éramos bem criativos

Eu e as minhas irmãs

E montávamos do nosso jeito

Um presepinho bem humilde

 

As paredes eram de tacos

O telhado todo de cascas

De laranjas e de cepilhos

E a tez chão, macadame

 

Os burrinhos eram sabugos

As vaquinhas de limões

Ovelhinhas sabão de cinzas

Estrela tampinha de crush

 

Maria era bem torneada

Entre pinhas e resinas

E São José eu inventava

Numa caixinha de fósforo

 

A manjedoura era apenas

Uma lata velha de sardinha

Com pétalas, flor de lágrimas

Alguns carunchos de feijão

 

Só o enviado de Deus

O divinal Jesuscristinho

Era um belo carretelzinho

De linha, que eu esculpia

Eu o ornava bem feitinho

Com muito amor e carinho

Fazendo um menino triste

A nos olhar sem milagre

E como éramos pobrinhos

Ali já dávamos, tristinhos

Ao bentinho, do presépio

A nossa coroa de espinhos

-0-

 

FELIA NATAL, FELIZ TUDO EM DEZEMRO, FELIZ 2016

 

 

 

 

 

Silas Correa Leite –E-mail: poesilas@terra.com.br


In, Livro de SILAS, Dezembro 2015

 

 

 

 

domingo, 13 de dezembro de 2015

Adelto Gonçalves, Doutor em Literatura na USP, Resenha GOTO, Romance de Silas Correa Leite


LETRAS-RESENHA CRÍTICA

 

Goto’, Um Romance Pós-moderno                                                                                                             Resenha de Adelto Gonçalves (*)

                                                        

            Itararé, pequena cidade do Estado de São Paulo na divisa com o Paraná, ganhou notoriedade à época do movimento civil-militar de 1932 em que a alta burguesia paulista, desalojada do poder em 1930, tentou, de maneira desastrada, afastar pelas armas o regime instaurado igualmente à força por Getúlio Vargas (1882-1954), fazendeiro gaúcho que soube galvanizar o ressentimento das demais unidades da Federação contra a chamada política do “café com leite”.

Como se sabe, desde o advento da República, capitalistas paulistas e mineiros, praticamente, tinham o monopólio dos benefícios e benesses que a União poderia oferecer, usufruindo-os à exaustão, enquanto os demais Estados chafurdavam no subdesenvolvimento, quase todos entregues à espoliação promovida por suas oligarquias locais.

Em 1932, deu-se então o episódio da projetada batalha de Itararé, “aquela que não houve” porque as forças de um lado e de outro concluíram que não valia à pena levar adiante aquela guerra fratricida, com a capitulação das elites paulistas, que já haviam sido derrotadas em 1930, com o afastamento abrupto do presidente Washington Luiz (1869-1957). O episódio foi utilizado, de maneira jocosa, pelo jornalista, humorista e escritor Apparício Fernando de Brinkerhoff Torelly (1895-1971), conhecido por Apporelly, que passou a apresentar-se sob o falso título de nobreza de barão de Itararé.

Obviamente, o que houve foi uma conciliação de interesses, que permitiria a Vargas levar até 1945 um projeto de governo autoritário e populista que haveria de flertar ostensivamente com o fascismo e o nazismo, até a virada em favor dos Aliados (Estados Unidos, Reino Unido e União Soviética) que se opunham aos países do Eixo (Alemanha, Itália e Japão). Hoje, sabe-se, porém, que a história oficial escondeu que houve mortos de lado a lado em Itararé, entre os invasores gaúchos e os resistentes paulistas.

I

Mais de oitenta anos depois, a bucólica Itararé agora entra pela porta da frente da Literatura Brasileira e ganha foro comparável ao do Yoknapatawpha County de William Faulkner (1897-1962) na literatura norte-americana, e de Macondo de Gabriel García Márquez (1927-2014) e de Santa Maria de Juan Carlos Onetti (1909-1994) na literatura latino-americana. A paulista Itararé é o palco das aventuras contadas por Aristides, ou Ari, ou ainda Goto, personagem do romance Goto – o reino encantado do barqueiro noturno do rio Itararé (Joinville-SC, Editora Clube de Autores, 2014), de Silas Correa Leite (1952).

 

 

                                               II

 

 

Obra do século XXI, em que toda a coerência formal da narrativa já foi desrespeitada, Goto surge como romance pós-moderno, ou seja, é fragmentado, desintegrado e de linguagem rebelde, assumindo-se como não-romance ou anti-romance, ao romper com as fôrmas literárias do Romantismo e do Modernismo, como diria o insuperável professor e ensaísta Massaud Moisés (1928).

Afinal, o barqueiro, em seu trabalho de levar gente de uma margem para outra do rio Itararé, contava para o que ouvia, mas falando na primeira pessoa, exatamente do mesmo modo como havia ouvido o caso.  Com isso, o romance adquire também um sentido polifônico, ou seja, composto por muitas vozes que não a do autor, tal como definiu o crítico literário e filósofo da linguagem russo Mikhail Bakhtin (1895-1975), ao analisar a obra de Fiódor Dostoiévski (1821-1881). É nesse sentido que se pode dizer que Goto alcança o status de pós-moderno.

II

De fato, dono de um estilo inconfundível, Silas Correia Leite é, no dizer do poeta bielo-russo-brasileiro Oleg Almeida (1971), um dos mais originais escritores deste Brasil pós-moderno, com uma visão da realidade que se manifesta de maneira socrática: com ironia, coragem e irreverência. E isso o leitor constata com facilidade logo nas primeiras linhas deste romance permeado por “causos” contados pelo barqueiro de Itararé, como o do ancião analfabeto que assinava havia mais de 50 anos um jornalão do Rio de Janeiro apenas porque precisava de papel farto para embrulhar a carne de seu açougue.

Além dos “causos” contados em linguagem caipira, há o depoimento em que Goto, espécie de alter ego do autor, conta as agruras pelas quais passou nas mãos dos esbirros da ditadura civil-militar (1964-1985) que tanto infelicitou a Nação brasileira:

“Era o regime de exceção. Era o arbítrio. Eu mesmo senti na pele a dor crucial dessa época (....). Pendurado num pau de arara, sem água, sem luz e sem pão, eu  não podia dizer muito porque nunca tinha atentado contra ninguém, minha única arma era a palavra escrita e falada, porque eu era bom de dialética e sabia ocupar meu espaço denunciando, reclamando, pedindo por eleições diretas e o fim das insanidades palaciais. Se eu soubesse muita coisa, de qualquer maneira, confesso que jamais contaria, eu não era um alcaguete e sabia suportar pressões. (Mas apanhei muito. Várias vezes. Quase morri. (...).”

                                                           III

            Silas Correa Leite, educador, jornalista comunitário e conselheiro em Direitos Humanos, começou a escrever aos 16 anos no jornal O Guarani, de Itararé-SP. Migrou para São Paulo em 1970. Formado em Direito e Geografia, é especialista em Educação pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, de São Paulo, com extensão universitária em Literatura na Comunicação na Escola de Comunicações e Artes (ECA), da Universidade de São Paulo (USP). É autor também, entre outros, de Porta-lapsos, poemas (Editora All-Print-SP), Campo de trigo com corvos, contos (Editora Design-SC), obra finalista do prêmio Telecom, Portugal, 2007, e O homem que virou cerveja: crônicas hilárias de um poeta boêmio (Giz Editorial-SP), Prêmio Valdeck Almeida de Jesus, Salvador-BA, 2009.

Seu e-book O rinoceronte de Clarice, onze ficções, cada uma com três finais, um feliz, um de tragédia e um terceiro final politicamente incorreto, por ser pioneiro, foi destaque em jornais como O Estado de S.Paulo, Diário Popular, Revista Época, Revista Ao Mestre Com Carinho e Revista Kalunga e na rede televisiva. Por ser único no gênero e o primeiro livro interativo da Rede Mundial de Computadores, foi recomendado como leitura obrigatória na disciplina Linguagem Virtual no Mestrado de Ciência da Linguagem da Universidade do Sul de Santa Catarina. Foi tema de tese de doutorado na Universidade Federal de Alagoas (“Hipertextualidade, o livro depois do livro”).

Silas Correa Leite recebeu os prêmios Paulo Leminski de Contos, Ignácio Loyola Brandão de Contos; Lygia Fagundes Telles para Professor Escritor, Prêmio Biblioteca Mário de Andrade (Poesia Sobre São Paulo), Prêmio Literal (Fundação Petrobrás), Prêmio Instituto Piaget (Lisboa, Portugal/Cancioneiro Infanto-Juvenil); Prêmio Elos Clube/Comunidade Lusíada Internacional; Primeiro Salão Nacional de Causos de Pescadores (USP), Prêmio Simetria Ficções e Fantástico, Portugal (Microconto), entre outros. Tem trabalhos publicados em mais de 100 antologias e até no exterior (Antologia Multilingue de Letteratura Contemporânea, Trento, Itália; e Cristhmas Anthology, Ohio, EUA). Acaba de publicar pela Editora Pragmatha, de Porto Alegre-RS, Pirilâmpadas, poesia infanto-juvenil.

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Goto – o reino encantado do barqueiro noturno do rio ItaraRé, de Silas Correa Leite. Joinville-SC: Editora Clube de Autores, 432 págs., 2014. Site: www.clubedeautores.com.br

E-mail: poesilas@terra.com.br

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 (*) Adelto Gonçalves é doutor em Literatura Portuguesa pela Universidade de São Paulo (USP) e autor de Os vira-latas da madrugada (Rio de Janeiro, José Olympio Editora, 1981; Taubaté, Letra Selvagem, 2015), Gonzaga, um poeta do Iluminismo (Rio de Janeiro, Nova Fronteira, 1999), Barcelona brasileira (Lisboa, Nova Arrancada, 1999; São Paulo, Publisher Brasil, 2002), Bocage – o perfil perdido (Lisboa, Caminho, 2003), Tomás Antônio Gonzaga (Academia Brasileira de Letras/Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, 2012), e Direito e Justiça em Terras d´El-Rei na São Paulo Colonial (Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, 2015), entre outros. E-mail: marilizadelto@uol.com.br

quinta-feira, 26 de novembro de 2015

CANTEIROS - Currículo Metapoético de Aprendiz de Plantador de Cenários Íntimos, Silas Correa Leite


CANTEIROS

 

Currículo Metapoético de Aprendiz de Plantador de Cenários Íntimos

 

Entre livros nasci. Entre livros me criei.

Entre livros me formei. Entre livros me tornei.

Enquanto lia o livro, lia-me, a mim, o livro.

Hoje não há como separar: O livro sou eu.

(Inajá Martins de Almeida)

 

 

-Fui engraxate em praça pública, meu primeiro trampo, família humilde, precisando ajudar em casa

Desse época só trago e tenho

As mãos com nódoas de tintas de tanto envernizar e lustrar sandálias de andorinhas peregrinas

-Fui boia-fria nos campos verdes de minha terra-mãe, Itararé

Dessa época de rudeza precoce só tenho

As mãos calejadas de grãos e raízes, árvores e arames, e rios e nuvens

-Fui vendedor de dolé de groselha preta

Hoje só trago e tenho dessa época de pobrinho lutador

As bijutelíricas da infância, que, afinal, foram, o meu maior tesouro

-Fui vendedor de banana-caturra

Dessa época de tristice e labuta trago e tenho e sou

As pencas de lágrimas de meu coração vermelho

-Fui vendedor de pipoca

Hoje só trago e tenho e crio desde então

Os piruás de tantas sofrências da vida de buscas e aprendizados

-Fui vendedor de caldo de cana

Hoje só trago e tenho e soo

O açúcar cristal de minha alma de tangerina

Soando numa taquara rachada com vestígios de ausências...

-Fui locutor de radio aprovado em concurso

(E era um adolescente que amava os Beatles e Tonico e Tinoco)

Dessa época de principio de aprendizado artístico só trago e tenho e verto

As palavras cênicas de sonora angústia-vívere que aprendi nos palcos mambembes e em coxias sem spot-lights

Fui cantor meia boca, calouro em shows da Jovem Guarda

Dessa época só trago e tenho,

memórias de botinhas sem meia, cabelos na testa, imitações de Roberto Carlos, o Rei

E as canções que a juventude fez pra mim, sentado a beira do caminho

(E as flores do jardim de nossa casa)

-Fui cronista colunista do Jornal o Guarani de Itararé

Feito um eterno aprendiz da alma humana

Dessa época só trago e tenho e sou

Os tipos, as boas impressões, os personagens de vidas, sofrências e injustiças

E o tabuleiro das palavras, versos, mixórdias de alucilâminas e chuvas de vírgulas e verbos

-Fui aprendiz e auxiliar e assistente e depois chefe de departamento pessoal de empresa

Dessa época só trago além do cargo, as admissões e rescisões de contratos, e as buscas por justiça

A alma humana se relacionando - dentro da ótica capital-trabalho (e ainda a mais-valia) - com outra alma humana...

-Depois fui chefe de contencioso de área jurídica em empresa de advocacia

De onde aprendi que a justiça é cega, tarda e falha, não me representava

E que só é válida mesmo para quem tem calcanhares descalços

E foi feita para proteger a elite de pústulas para continuar com lucros impunes, com riquezas injustas, propriedades roubos,

e a impunidade social da classe dominante

Então não tinha nada a ver comigo, não me servia

Pois sei de que origem sou e trago e tenho...

E sei de panelas vazias, e luto contra as misérias estabelecidas

-Fui finalmente reger aulas e me encontrei como ser e como humano,

como profissional, como cidadão com fito ético-plural comunitário

Crianças, jovens - sequelas de injustiças sociais e impunidades históricas

E assim me fui plantador de sonhos, semeador de esperanças, tiofessor, pai postiço, referencial

E ator, cantor, pintor, lustrador - dentro de aulas vivas

Entre baladas, historias em quadrinhos e o palco iluminado de semeaduras didáticas diferenciadas

Que acabei adorando ser maestro-docente e professor com poemas e letras de músicas e bagagens de escrevivências letrais de percurso evolutivo

Que me fui feliz, a partir de tudo que aprendi no currículo da pratica vivenciada de uma estrada de tijolos amarelos

-Hoje, depois de décadas, e de tanto dar aulas, fiquei doente, fui corrompido pela máquina da sobrevivência possível até o estertor

Fui largado num silo-hangar de uma sala de leitura de uma escola pública de comunidade carente, afastado... professor...

-E readaptado como docente e pelo sistema. E aleijado pela docência acumulada; e desvalorizado em Sampa, Samparaguai, o neoliberal estado-máfia, por fim

Estou lotado numa biblioteca de uma escola, e assim

Depois de tantas lutas, cursos, diplomas, livros, currículo de vida e luta e amor...

Entre chuvas, lágrimas, ou suor, força, luta, obra e fé

De sonhos e esperanças ainda um plantador

Feito finalmente um Gepeto, um Peter Pan, um Robinson Crusoé

Longe da minha Terra do Nunca, Pasárgada, Shangri-lá, Itararé

Resto-me ainda poeta, escritor

Numa biblioteca. E entre livros, como minha vida feito um romance, finalmente estou preso em mim.

-0- Silas Corrêa Leite, Professor, Jornalista Comunitário, diplomado Conselheiro em Direitos Humanos, Blogueiro e escritor premiado membro da UBE-União Brasileira de Escritores.


 

 

 

segunda-feira, 16 de novembro de 2015

DETOX CULTURAL - CUIDE BEM DE SEU PENSAR COM LIVROTEPARIA


Artigo, Microensaio, Opinião:

 

 

Detox Cultural – Cuide Bem de Seu Pensar

 

(Quem Usa Detox de Cultura, Seu Lado do Bem Eletrifica e Depura)

 

 

 

“O que amarei, se não for o enigma?

Giorgio De Chirico

 

 

 

Benefícios da dieta Detox Cultural, para ajudar o organismo como um todo – cabeça, tronco e membros (ou, mente, corpo e coração) - na tarefa de eliminar as tantas toxinas da ignorância e estupidez que necrosam sua sensibilidade, visão e estimativa lúcida de vida e de luz, pois é preciso ingerir ‘alimentos’ literoculturais corretos, e abrir mão daqueles que prejudicam ainda mais o processo de evolução e sabedoria de vida. O Detox Cultural evita a entrada de lixo consumista de ocasião, toxinas de burrezas pegajentas, e estimula a funcionabilidade aumentada do cérebro com livros e leituras, pensações e sentições, sabedorias, conhecimentos, prismas e conteúdos.

Primeiro, bolamos uma bula, laudo ou pericia, coisa assim: desligue a TV. Ana Maria Braga? Nem pensar, toxina televisiva de baixo calibre e a ignorância saindo pela culatra. Das grossas e das rudes. Onde já se viu isso? Só em salas de espera de dentistas, médicos, laboratórios, saunas corrompidas e lares de despossuídos de alguma coisa. E em casas de cabeças de bagres. Faustão, Jornal Nacional; novela então, nem pensar, não à banalização do cérebro brasileiro. Desligue tudo. Ligue um livro. Sare-se. Ouça musica instrumental. Crie. Ame. Sinta a natureza evoluindo e vc aí se intoxicando de lixo televisivo. Leia uma vida-livro. Faça um curso, um concurso. Caia na real. Saia viajar, passear. Aprenda dialogando com os que pensam totalmente diferente de vc, fora da caixinha, fora do quadrado, essa é a evolução da espécie. Chega de achismos, mesmices, fora isso, fora aquilo, se não vai ser um tal de “fora cérebro”. Saia de si. Fuja do seu meio redondamente enganado. Não deixe que sua mente seja um cérebro de penico, plim plim.

Segundo, entre o facebook e o blog, entre o site e o twitter ou mesmo outra chamada rede social, há uma vida exuberante, um mundo portentoso, fatie um mamão, um melão, leia um livro, tome um suco de couve com hortelã e abacaxi, pedale uma bicicleta, vá curtir um show em praça publica, visitar um museu, fazer ficha numa biblioteca, fazer pós-graduação, aprender francês. Faça de sua cabeça um liquidificador de ideias, não fique em casa enjaulado nesse pica-couve de consumismo rastaquera e tantã, dose dupla tevê-internet, vá ser feliz que evoluir é ler sempre, estudar sempre, e não compartilhar boi de piranha em um mundo virtual customizado de asnoias e asnonautas. Nem fique publicando foto de vc no banheiro, no cabeleireiro, no churrasco, feito um panaca de selfie-se quem puder. Não seja brega de postar tudo o tempo todo, feito uma perua sem afeto e carente, ou um alienado mané se achando. Faça poemas. Escreva um livro e livre-se de si. Atrás de um grande talento, tem uma preguiça danada compartilhando abobrices. Já pensou de que lado da força vc está?

Terceiro, procure saber quais são os cem melhores livros escritos no Brasil, e leia-os todos. Depois os cem ou mil melhores livros do mundo de todos os tempos, e leia-os todos, comente com amigos, faça rodas de fuxico com papos sobre artes, livros, cinema transcendental, etc. Ou vc vai ser mais uma periguete na manada, tipo aquela pessoa que ficando velha, não se aceitando assim, para parecer que é o que não é (mais nova) põe aparelhos nos dentes, faz tatuagens até na periquita, vira loira (oxige-Nada) de uma hora pra outra, e, carente, sem amor total e alguma dignidade de transparência de vida pura e impa, começa postar foto de tudo que faz na web, feito uma mórbida carência-remorso, uma mentira-vida infrutífera, uma ferrada que foi usada e agora quer aparecer sem conteúdo, replicando na web toda besteira que acha que é verdade, ou reverberando numa pg da net aquilo que é bobo, jeca e tantã. Pule fora. Frequente-se melhor.

Quarto, DETOX Cultural é luxo de arte, nobreza de cultura, principado de estudo, filosofia de vida – humanismo ético-plural comunitário – leitura voraz, a terapia do livro, livroterapia, não seja uma coxinha mal e mal classe media démodé que acha que é chique, que vai querer ser bonita de ocasião pra engabelar incauto, que acha que ainda é mocinha quando é balzaquiana, e na solidão dessas infovias efêmeras não sabe o que fazer, e fica repetindo papagaiadas de periguetes e matronas mal amadas, feito uma balzaquiana na menopausa... Ser feliz faz bem pra saúde, pra pose. O que vc faz para ser feliz? Quem fuxica, seu ego implica. Vá ser alguém na vida. Quem espera faz a hora, não espera acontecer. Quer que eu desenhe em mil tons de cinza-estrume pra vc cair na real e deixar de ser uma banana com godê? Vá vendo. Vá lendo. E vá sendo...

Quinto, no dia a dia, rotina cotidiana entre a internet, o rádio e a TV, e o supermercado e a rave, somos tocados de mirabolantes inverdades, pataquadas de políticos posando de santos, e falta água, falta luz, falta tutano, temos que estar logados e ligados, e não é a internet ou um curso de mobral ou madureza sequer, vc deve e precisa voltar a estudar sério-brincando, fazer um curso melhor, não de faculdade de beira de estrada, pesquisar antes de compartilhar bobices, quando mais leituras de livros melhor, cultura de condomínio fechado é lixo só, radical de condomínio, anarquista chapada, baixaria de meio, lendo e estudando vc vai ficar afinado e antenado, quantos mais cursos mais vai preencher seu cérebro de coisas sábias, porque de ignorante político e criticocozinho de ocasião esse pais tá cheio, e, política, mulher e futebol de discute sim, mas com conhecimento historial, pesquisas, busca de  comparações, verdades limpas e saradinhas, porque de critico daslu de ocasião e dono da verdade pela metade o inferno tá cheio e o Brasil respinga lama desses antros, meios e estrumes, e Samparaguai, o estado-máfia tá viciado do impune crime organizado no poder, todos eleitos por vc no local do crime. Caia em si e saia fora de si. Use o cérebro, enquanto ele funciona... Não seja uma mula sem cabeça... se achando... Periga ver.

Sexto, a arte como libertação. Faça arte. Pinte, borde, desenhe, cante, dance, faça artesanato, escreva um livro, você pode, nós podemos, faça caminhada, pedale livros, viaje livros, coma e beba livros, tome porres homéricos deles, esse é o melhor Detox. Faça um canteiro, adote uma árvore, uma criança pobre carente, um cão abandonado, um gato sem pedigree, um peixe, um idoso precisado, uma biblioteca, uma coleção de gibis, de clássicos, de livraços. Seja voluntária. Obesa Cult, já pensou? A caridade é o melhor energético. Amar e ser amado, faz bem pro espírito. Não atrofie. Imagine gorda mórbida e ignorante? Bonitinha mas tapada? Nem pensar. Fora isso, fora aquilo, não. Dentro arte, dentro cultura, eterno aprendizado, busca de conhecimento, sabedoria, filosofia, não seja contra nada só por ser de seguir a manada, seja a favor de um humanismo de resultados, limpe a aura, o halo, a alma quer ‘almar’, o coração quer se enlivrar, a mente quer arejar, e vc fica aí de tocaia na sua solidão acompanhada, embusteira, encucando neuras e sublimações, pagando mico, procurando problemas pra se coçar, a demência chegando, esquecendo coisas, imaginando impurezas, troçando errado, brigando com quem ama vc, pq quem não estuda não muda, quem para de estudar atravanca, quem não lê não se vê, não gosta de ler é ignorante funcional, quem não trabalha, sem a terapia do trampo, acaba viciada em becos sem saídas, respostas sem perguntas, depois vem a baixa autoestima, a depressão, e não há quem suporte vc por perto, vá ser chata assim nas pirâmides do Egito.

Sétimo, passe sua vida a limpo. Do céu viemos ao céu voltaremos, ou do selfie viemos e é mesmo cada um por si, sebo nas canelas, salve-se quem puder e Deus por todos? Mãe, família, meio, evolução. Seu amor é verdadeiramente seu amor, ou vc entrou numa fria de papel passado feito um azedume como sequelas e neuras, e a idade chegando, pegando, surtando? Vc fez escolhas certas, ou há lonjuras e distanciamentos na sua relação barrinha-de-cereal, de enfeite, e vc sendo comida e gaseificada quase de grátis, bananeira que já deu goiaba, pq há mal que sempre dura, e quem vê bondade de ocasião e interesse não vê o que há por trás do acomodamento de juntas. Pense, reflita, vc foi usada e se acha feliz pra sociedade, família e filhos? Supere isso. Passe sua relação a limpo, saia do limbo, nem pensar. O buraco é mais encaixe. E quando o circo pegar fogo, vc vai ser a Judas ou a Cinderela rodando as tamancas, pisando na bola, fazendo parte do seu embuste particular e sem eira nem beira? Que amanhã espera por vc? E quando descobrirem tudo, de que lado do espelho vc está, que apito vc toca, que aberração vc reverbera, ou Alice não mora mais aí em vc, com seu espelho quebrado, seu sapo chulé posando de príncipe, sua rota de fuga cheia de lacunas, lágrimas e pragmatismos? Sacou ou quer que eu bata no liquidificador de ideias? Só os imbecis são felizes? Quem não tem inimigo é bobo. Enriquecimento ilícito é crime, chorar escondido é pecado. Chore em público. Depile-se fique nua e chore aos borbotões e borboletas em público. Há males que vem pra bem. Amar se aprende levando um pé na bunda. Ou vc escolhe: ser o pé ou bunda. Das duas, mão única.

Oitavo, vc merece mais do que vc tem, vc merece mais do que vc é, vc está aí feito um Buda arreganhando os dentes e “sentado no trono do apartamento, com aquela velha opinião formada” sobre tudos e nadas, adquirindo toxinas de mesmices, achismos, coxinhices, purgantices? Caia fora. Leia um livro, assine uma revista super interessante de ciência e saúde, faça as malas e vá se embora mundão afora, faça outro curso, faça um mestrado, doutorado, erga-se do chão, não seja um analfa e reaça ômega, levante âncoras, solte as amarras, limpe as gavetas, financie um barco, uma chácara, uma casa na praia, não viva as custas de ninguém, dos outros, pague o pato, pague honestamente suas dividas, e seus preços, honre seu pai e sua mãe, não seja corrupto, nem dê carteiradas, tudo o que vem fácil é sujo, vc merece as posses que vc tem, sua firma é fantasma, para engabelar bens, ou tudo está mal explicado, mal adquirido, vc glosa o imposto de renda, tem bens que não merece ter, a toxina da falsa classe média new rich faz de vc, um mero mané asnoia e ‘ovelho negro’ em amealha mento errado, improbo, o seu meio justifica pra vc mas não justifica que vc coloque pão pintado em casa, sem que saibam realmente qual é a origem, porque vc gasta o triplo do que ganha, e tem bens que na sua categoria e meio não se justificam, se tudo passado em pratos limpos vc dança, envergonha sua família, sua cidade, seus amigos, vai preso, perde tudo, pq tb é um amigo de alheio em seara nefasta. Vc ainda está ai, ou sumiu do mapa, deu com os burros do ego em nada? Parece que vc precisa tb de um Detox de ética e de justiça limpa... qual é a sua cota, a sua cara, a sua limpeza íntima, o seu preço?

Nono mandamento, repense os DEZ, faça promessa, jejue, e nutra-se em si, de si, que normas e regras cabem?:  AMARÁS O SENHOR, TEU DEUS, DE TODO O TEU CORAÇÃO, DE TODA A TUA ALMA E DE TODO O ENTENDIMENTO: 1.   NÃO ADORE OUTROS DEUSES; ADORE SOMENTE A MIM// 2.  NÃO PRONUNCIARÁS O NOME DO SENHOR, TEU DEUS, EM VÃO// 3.  LEMBRA-TE DO DIA DO SÁBADO PARA SANTIFICÁ-LO// 4.  HONRA TEU PAI E TUA MÃE// 5.  NÃO MATARÁS// 6.  NÃO COMETERÁS ADULTÉRIO// 7.  NÃO ROUBARÁS// 8.  NÃO LEVANTARÁS FALSO TESTEMUNHO CONTRA TEU PRÓXIMO// 9.  NÃO DESEJAR A MULHER DO PRÓXIMO//// 10. NÃO COBIÇAR AS COISAS ALHEIAS... Qual é o seu caso, o seu deslize, a sua impropriedade? Já pensou ou quer prorrogação, assentamento de ideias, purgações, feridas expostas, mágoas passadas, ressentimentos intrusos revisitados? Detox Cristão dói pra quem é pego com a mão na botija, os pés na lama, remorso disfarçado, consciência pervertida. Riqueza impune, riqueza injusta, já ouviu falar? Está escrito. Qual a sua fala, a sua desculpa, o seu álibi, o seu butim, a sua laia?

Décimo quesito, curto e grosso, ler, não salva vc, mas salga. Lembra-se da mulher de Ló? Escrever não livra seu remorso, nem disfarça bem seu betume, nem limpa limbos e sandices mal feitos e orquestrações espúrias. Santo de uma dia para o outro? Critico de uma hora pra outra? Dono verdade para quem, pra quê? Montar uma igreja depois de uma trilha mal vista, mal revista, disfarçada, mal explicada, um roteiro que envergonha, coloca vc muito mal na fita? Quem mais quer, mais é cobrado. Quem mais tem, mais sabe que os fins não justificam os meios. O tempo-juiz espera vc numa encruzilhada do caminho. Salvo por uma doença? A morte-justiça? A cura-doença? Justiça tarda e falha? Seja claro. Seja franco. Detox Cultural é bom mas não salva mau caráter, nem limpa trilhas sujas. Deus não é religião. Não há Detox pra alma. Quem for limpo, se limpe ainda mais. Quem for sujo, se suje ainda mais. Ninguém é perfeito, nem dono da verdade, nem há um Jesus bem certinho e na sua medida para o seu pensar, para o seu acomodamento,  sua máscara, seu disfarce, nem há um Deus com a sua cara e que compactue com o que só vc sabe contra vc. Vc, aliás, é a melhor testemunha de acusação contra vc mesmo, na hora agá, quando o bicho pegar, quando aparecerem seus podres e infrações, e vc for posto na balança e achado em falta... Quem haveria de dizer, hein? Teus rastros seguem, marcam,  retratam... pistas, evidências... Há um DEUS. Então tá explicado o mal explicado. Só podia ser assim. Não havia justificativa. Comparece veja, sinta. As aparências enganam mas ferem verdades. Compareçam ao tribunal do tempo-juiz. Vc sempre esteve presente no local de seus erros e acertos íntimos. E estragou tudo. Empesteou tudo. Vc é a melhor e pior defesa, e prova de acusação. Por que isso? Por que aquilo? Não deu sorte na vida? Destino? Maracutaias. Pense e se enxergue. E se entregue. E peça demissão. Vá, vende tudo o que tens e que amealhaste na improbidade e em desvãos da alma, depois, peça perdão, indenize os logrados, e então, vem, e segue com retidão uma religião, uma fé, uma missão, um propósito. Nunca é tarde. Ou a máscara já colou em sua pose, que mais do que um cidadão, um cargo, um diploma, uma riqueza impune, já és a própria máscara? Ainda haverá alguém que terá piedade de vc? A sua piscina está cheia de ratos, diz a balada... Detox não sara e nem cura aberrações. Ao final da jornada, todo mundo tem o que merece... Plantou, colheu. Pague pra ver.

 

 

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Silas Corrêa Leite - Texto da Série “Fi-lo Porque Silas – Feridos Venceremos”, Autor de NÃO DEIXEM QUE TE TIREM A PRIMAVERA, Editora Clube de Autores