"Artistas de Itararé, Cidade Poema"

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Capital Artístico-Cultural Boêmica do Sul de São paulo

BLOGUE ARTISTAS DE ITARARÉ CHÃO DE ESTRELAS

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Contatos: artistasdeitarare@bol.com.br

Clã dos Fanáticos Por Itararé, Cidade Poema

Palco Iluminado de Andorinhas Sem Breque

Os Dez Maiores Artistas de Itararé, Ano 2011

Dez Maiores Artistas de Itararé















01)-Maestro Gaya







02)-Jorge Chuéri







03)-Irmãs Pagãs







04)-Paulo Rolim







05)-Silas Correa Leite







06)-Paschoal Melillo







07)-Rogéria Holtz







08)-Dorothy Janson Moretti







09)-Regina Tatit







10)-Armando Merege







Itararé, Bonita Pela Própria Natureza

Itararé, Bonita Pela Própria Natureza
Nosso Amor já Tem Cem Anos

sexta-feira, 21 de dezembro de 2018

ESTOU DO LADO DOS QUE MERECEM RESPEITO


ESTOU DO LADO DOS QUE MERECEM RESPEITO...

-... Desde muito pequenino ainda, mesmo precoce, birrento e pidão, mas sentidor e eterno aprendiz da alma humana, por assim dizer, era tachado de encrenqueiro, por lutar contra injustiças, ver o lado humano dessa ‘gentehumana’ que errava por circunstancial de percurso de aprendizado e era criticada, punida, então, cedo me descobri, pobre de mim, poeta dos fracos e oprimidos, talvez um defeito de fabricação, do DNA... do meu amor e solidariedade aos aleijados por dentro, aos excluídos sociais, aos pequeninos... bem-aventurados... do meu respeito e respaldo às mulheres guerreiras, aos negros, aos pobres, aos nordestinos, aos animais, aos excluídos sociais...

-... desde muito jovem ainda que amava os Beatles e Tonico e Tinoco, e já escrevendo a escurez da vida, minha visão não era para os possuídos, de um país que só era rico para os ricos, para os brancos, para os estrangeiros, para uma elite insensível e inumana, mas não para os pobres que ficavam às margens do caminho, e cedo comprei briga, desde a minha cidade para os que eram discriminados, mulheres que eram despossuídas de afeto social, essa gente humilde da qual sou originário e amo tanto, pensando num país que realmente tivesse uma politica em que o chamado povão fosse realmente a razão de ser do que preconiza o próprio direito constitucional, de que o poder emana do povo (todo o povo) e em seu nome deve ser exercido...

-... depois, em sp, lutando contra as misérias do cotidiano, passei fome, dormi na rua, lutei pela sobrevivência possível e fui perseguido por ser contra uma ditadura financiada pela corrupção paulistana, perdi emprego, perdi bolsa de estudos, fui fichado nos porões dos podres poderes amorais do regime de exceção, mas eu sempre soube e sinto e sei de que lado da barricada estava e estou, os miseráveis...

-... formado, trabalhei na área de direito, e saquei com muita dor no coração e tristeza na alma que nesse país justiça é só para ricos e poderosos, para os pobres a vergonha, a humilhação, a desonra, os processos por dizer verdade que provocam fichas sujas de gente inocente e fichas limpas em corruptos e ladrões como em Samparaguai, o estado máfia, de muitos lucros impunes... riquezas injustas (como falou São Lucas), propriedades roubos... muito ouro e pouco pão...

-... fui reger aulas e me encontrei no humanamente possível, plantando mudanças, enchendo o coração dos alunos de sonhos, vivenciando finalmente um lado sentidor na prática presencial, formado, aflorado, e o lado da busca pela justiça batendo forte, contra autoridades que fazem do cargo a vida afetivo-emocional porque mal amadas, e que precisavam tomar remédios para dormir, porque quem precisa de poder, status, cargo, diploma hierarquia para se sentir importante, poderosa ou dona da verdade, está precisando de tratamento e muito amor, já que não há hierarquia na grossura... e a maior vingança é ser feliz…

-... por essas lidas da justiça sonhos, poemas, baladas e prosas, vim-me aprendendo, lutando contra a dor dos outros, me colocando no lugar do outro, a mulher perseguida, o negro discriminado, o subalterno oprimido, o índio caçado, o morador de rua abandonado, o excluído social, o velhinho desprezado, a criança não provida... A alma humana é minha praia...

-... assim, perdoem caros amigos, em qualquer lugar onde houver uma mulher sendo atacada, perseguida, xingada, eu estarei de prontidão com minha metralhadora dialética cheia de lágrimas para defendê-la. Onde houver um perseguido, lá estarei poeta sem lenço e sem documento com minha bandeira de luta buscando por justiça ainda que tardia, lá onde houver um caboclo, um favelado, um negro, um pobre, sou eu, sou esse, brasileirinho. Nunca me esquecerei do lugar que vim e o que sou... Não me mudei de lugar, não me mudei de mim, não estive nunca ao lado do opressor, do explorador, do que acha que é o que não é, do que pensa que pensa... do que xinga (sem caráter e sem educação), ofende sem conhecimento historial, porque ouviu o galo fascista e conservador cantar e não sabe onde, talvez mero cérebro receptáculo de uma mídia suja e tendenciosa, e de uma sociedade injusta, discriminatória, falso cristã, sem moral...

-... por isso perdoem meus posts, os que compartilho, as falas, o que crio no açodado da dor entre a ferida e a cicatriz, não posso deixar de ser porta-voz não remunerado dos fracos e oprimido, não melhorei de vida a não ser sendo um rebelde a estudar muito feito um louco, não logrei ninguém, não pilhei ninguém, não levei vantagem em nada, e quando alguém brinca de perguntar se estou rico, respondo que estou digno... as mãos limpas do sangue desses que sonham um Brasil de todos por todos... pátria-nação, pátria-mãe...

... assim, perdoem se eu sou um sonhador. Minha mulher diz que exercito bem a minha cidadania ético-plural-comunitária. Meus amigos dizem que sou um defensor de causas perdidas, meus inimigos dizem que se eu fosse malandro, mau caráter, corrupto, ladrão, menos bocudo (falso e dissimulado) e de direita, já seria deputado, estaria podre de rico na vida. Mas, afinal, o que somos nós?

-... “cada    quá com seu picuá”, diz um adágio popularesco de Itararé, minha terra-mãe. O guri que foi engraxate, boia-fria, garçom, e que uma professora anjo o tornou poeta de meia tigela, ainda carrega a sua cruz, a sua luz, a sua briga por utopias, acreditando na arte como libertação, acreditando no amor ao próximo sempre por inclusões sociais, em defesa dos fracos e oprimidos, dos negros, dos favelados, das mulheres-bandeiras desse Brasil de tantos canteiros e florações...

-... quando a morte vier me buscar; ou se eu morrer amanhã de amanhã, pois bem, digam que eu lutei contra moinhos e ventos,  ilusões humanas, que sonhei a esperança como inteligência da vida, que fui um plantador de sonhos, e que acredito sempre na força da mulher brasileira – tive ótimos referenciais em família, na escola e entre amizades zenboêmicas – que acredito na força do negro que canta e vibra e busca justiça social, que sou um pobre coitado que se aventurou de ser um sonhador de causas justas e que não se arrependeu, que morreu pelo sonho de uma verdadeira democracia social, de uma justiça realmente justa, de uma sociedade menos insensível e hipócrita, de uma verdadeira, no Brasil, no planeta terra, uma  GENTE HUMANA AINDA QUE TARDIA...

- SILAS CORREA LEITE

www.artistasdeitarare.blogspot.com/

Relatos de Um Certo “Gente”


E-mail: poesilas@terra.com.br


segunda-feira, 10 de dezembro de 2018

MUITO ALÉM DO CORAÇÃO SELVAGEM DA COISA, Novo Romance Virtual de Silas Corrêa Leite


Release

 

MUITO ALÉM DO CORAÇÃO SELVAGEM DA COISA, Novo Romance Virtual de Silas Corrêa Leite

Ficção-Cientifica Para Jovens no Wattpad

 

“A felicidade é o sentido e o objeto

da vida, todo o propósito e a finalidade

da existência humana” (Aristóteles)

 

-Depois de três diferenciados romances polêmicos, depois de uma antologia de quase cinquenta anos de prática de haicais (poemetos de milenar técnica japonesa), e mesmo depois dos romances assim chamados “ecumênicos”, Silas Correa Leite acaba por experimentar um inédito campo ficcional infanto-juvenil para agraciar seus alunos-filhos, e, pelo suporte da internet do Wattpad, lança “de grátis” seu novo ebook virtual, MUITO ALÉM DO CORAÇÃO SELVAGEM DA COISA, para seu estimado público jovem e os tantos curiosos dessa nave louca que é a web.

-Silas Corrêa Leite que loucamente já escreveu sobre um guri deficiente físico de beira de rio, com uma canoa ribeirinha, que na terceira margem do rio Itararé levava e trazia almas penadas, e das quais ouvia causos do arco-da-velha (In, Goto, A Lenda do Reino do Barqueiro Noturno do Rio Itararé); depois contou histórias sobre a criança especial e superdotada que, precoce e serelepe, na barriga da genitora PHD em física quântica como precoce atiçada que é, e assim narra como foi “lá dentro” do barrigal anexo (Gute-Gute, Barriga Experimental de Repertório): depois o estranho Tibete, De quando você não quiser mais ser gente, em que feito um “arauto do caos” (como disse crítica literária de professor da USP),  em        que um sujeito dito vencedor na vida larga tudo e vai morar no mato, na aldeia-ninhal de Itararé, para, numa rural cultura de subsistência tentar sobreviver mal e porcamente, mal sabendo lavar um lenço ou fritar um ovo... Pois, depois disso tudo, criou este livro, para refrescar das ideias e experimentar essa de ficção-cientifica, para agradar exatamente a patuleia de aborrecentes/adolescentes da pá virada nesses tenebrosos tempos de infovias efêmeras e solidões a galope...

-Materializando seu tempo difícil e sua época turbulenta na literatura contemporânea, Silas conta de um jovem com graves problemas de criação e de meio social carente, que resolve fugir de casa, dar no pira desse mundo terrível, fugir de si. E desesperado garra a perigosa hileia verde da chamada Serra do Mar da grande São Paulo. É quando, dando com os burros nágua, embarca literalmente numa canoa furada. Um disco-voador avariado? Uma nave espacial perdida ali?  Feito um E.T. desparafusado, o personagem tenta embarcar nessa viagem para aquilo que assustado nomina de A Coisa, no coração selvagem das alturas, e embarcando tem que ir para muito dentro, muito além do ser e do estar de si, na sua rota de fuga como um point do destino que o quer chipar.

Assim surge o romance de 141 páginas, livro free no suporte Wattpad da Internet, em que você navega e vê, navega e lê, entra de cabeça/mente e segue também a sua própria busca. Livro experimental. Você não vai acreditar. Você suportaria? Muito Além (Dentro) do Coração Selvagem da Coisa tem essa proposta. É isso. Leia e salve-se. Leia e capitule. Leia a viaje. Leia e se sinta dentro de seu sonho ou de seu pesadelo/universo cósmico. Que busca é o inusitado, o risco, a janela aberta no céu de uma dimensão? Capacite-se.

Link para acesso e leitura online do livro:


E-mail do autor


Bom susto.

-0-

Release/Divulgação: CULT-NEWS: la-goeldi@bol.com.br

 

segunda-feira, 26 de novembro de 2018

ROMANCE ELE ESTÁ NO MEIO DE NÓS DE SILAS CORREA LEITE


Silas Correa Lança seu Romance Místico ELE ESTÁ NO MEIO DE NÓS


-ELE ESTÁ NO MEIO DE NÓS, Romance místico, romance religioso ou romance ecumênico? Depois de Goto, A Lenda do Reino Encantado do Barqueiro Noturno do Rio Itararé, pela Clube de Autores Editora, SC, romance pós-moderno (considerado a melhor obra do escritor); depois do gracioso Gute-Gute, Barriga Experimental de Repertório, Editora Autografia-RJ, e depois do revoltado Tibete-De quando você não quiser mais ser gente, Editora Jaguatirica, RJ, três romances de peso e agraciados por boas críticas literárias de renome, o escritor, ciberpoeta, ensaísta, crítico literário e então por isso mesmo romancista, Silas Correa Leite, de Itararé-SP, premiado em diversos concursos literários, lança finalmente o romance ELE ESTÁ NO MEIO DE NÓS, primeiro de uma trilogia. Este livro começou a ser escrito em 1998, terminado em 2015, e só agora finalmente lançado pela Sendas Editora do grupo Kotter Editorial de Curitiba-PR.

Como todos os livros diferenciados do autor, polêmicos, críticos, ELE ESTÁ NO MEIO DE NÓS não foge à regra e ao estilo de Silas Correa Leite vai nesse fulcro literário. Desta feita, entrando num campo por assim dizer místico, ele narra a história de um cidadão de Itararé, claro – “Canta a tua aldeia e serás eterno”, disse Leon Tolstoi – (e isso o Silas faz como primeiro expoente da chamada Literatura Itarareense), e narra sobre um cidadão pobre, renegado pelo pai empresário rico da cidade de origem, que depois de décadas de muitos trabalhos e estudos em SP, vence na vida, feito um new rich da chamada alta sociedade paulistana.  Menino sensível, camuflou seu lado sentidor, especial, para ganhar dinheiro. Ficando rico – e ninguém fica muito rico impunemente entre riquezas impunes e lucros injustos – o personagem (real, imaginário?), dr Paulo de Tarso Trigueiro um dia ao sair de um luxuoso jantar em point rico de área nobre da capital, tem uma visão que o alumbra. Curioso a contemplar lá de cima os periféricos cantões miseráveis da cidade entregue a corruptos, em tempos tenebrosos de dezelo social, de muito ouro e pouco pão, e lá de cima num magno momento mágico vê, ou sente que vê, ou pensa que vê. E nesse contexto espiritual somatizado, todo tocado – entre o terreal e o numinoso - recupera a sensibilidade sublimada com muito dinheiro de forma não necessariamente legal. Então é ferido de ver. E abre a alma nesse ver. E então se redescobre em si. É rico mas isso não faz sentido. É rico, mas não é feliz. Então, com o que viu, como um milagre, um chamado, um final de busca, resolve tomar a decisão radical de sua vida. É quando se firma no propósito de largar tudo, doar tudo o que tem aos fracos e oprimidos, atendendo à uma máxima que Cristo preconizou nos evangelhos (maktub – está escrito!), e ir morar na rua com os fracos e oprimidos, para assim tentar encontra Deus e ser salvo. ELE ESTÁ NO MEIO DE NÓS? Curto e grosso e em rápidas pinceladas, esse é o mote, o fulcro e o ponto de partida desse romance-documentário, por assim dizer. O leitor vai ficar atiçado e mergulhar nas 208 páginas até ser revelado não apenas o final propriamente dito que toda técnica de romance normal engendra, mas saber finalmente o que o dr engenheiro realmente viu, quem está no meio de nós, e porque essa decisão radical de ser escolhido, para tanto estando entre os excluídos sociais, os sem-terra, tem teto, sem amor, a partir do que diz o Novo Testamento, de que o rico (para passar pelo buraco de agulha e entrar no céu) deve vender tudo o que tem, dar aos pobres, e depois seguir a Cristo. A justificação de Deus para os homens, triunfos e fracassos nesse sentido, foram marcos da filosofia de Platão, Santo Agostinho, Alberto Magno, Tomás de Aquino...  O autor nesse livro segue o curso de tempos tenebrosos de riquezas[S1]  injustas, lucros impunes, propriedades roubos...

Depois de ler este romance o leitor nunca mais será o mesmo?

ELE ESTÁ NO MEIO DE NÓS.

Leia e creia. Leia e veja-se.


 

BOX

Editora SENDAS EDIÇÕES


Ano 2018

Contato: Site da Editora:


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01.


02.



 [S1]Punes, riquezasinjustas, propiiedades-roubos.;

quinta-feira, 27 de setembro de 2018

Poema Exílio, de Silas Correa Leite


Poema

EXILIO

Escrever
É meu autoexílio.

Perdoem as ilhas de fantasia.

Vejo o mundo
como um peixe no liquidificador
Vê a mão
Que aperta o botão.

Sou insolúvel.

Escrevendo tiro a aura
Para dançar.

Escrevivo
para existir-me (um pouco melhor)
Numa realidade substituta.

Não me sinto bem,
entre humanos.

Sou um caco de vidro de espelho
no cérebro de minha solidão-coivara.

Às vezes me simplifico
para tentar conviver com os outros.

Tenho medo do humano pouco humano; os outros.

Não procuro rimas. Mas endorfina.
Não escrevo estrofes. Mas placebos.

Que insulina é a POESIA na minha triste amargura?

Existir é tão pouco, não faz sentido...

Preciso tomar comprimidos para acordar?

Leio as vísceras da civilização.
Para isso fomos feitos?

Caço o que fazer. A rotina mente e empareda.

Escrevo feito um surto-circuito. Perdoem os endereços.

Somos todas cobaias do inferno.
Morrer é a única saída.

No exilio de minhas escritas, dissipo escuridões e abismos, e me imanto; me neutralizo...

Às vezes escrever é uma prancha terminal de navio pirata.
Outras vezes ilha, sextante e bússola,
onde me encontro com o que resta,

De minha sanidade possível.

-0-
Silas Corrêa Leite




terça-feira, 31 de julho de 2018

ESTATUTO DO MEDO DE SILAS CORRÊA LEITE


Comportamento & Ética Humanista

 

ESTATUTO DO MEDO

“Medo de ver a polícia estacionar à minha porta //Medo de dormir à noite // Medo de não dormi. // Medo de que o passado desperte // Medo de que o presente alce voo// Medo do telefone que toca no silêncio da noite // Medo de tempestades elétricas // Medo da faxineira que tem uma pinta no queixo // Medo de cães que supostamente não mordem //Medo da ansiedade! // Medo de ter que identificar o corpo de um amigo morto // Medo de ficar sem dinheiro //Medo de ter demais, mesmo que ninguém vá acreditar nisso // Medo de perfis psicológicos //Medo de me atrasar e medo de ser o primeiro a chegar // Medo de ver a letra dos meus filhos em envelopes // Medo de que eles morram antes de mim, e que eu me sinta culpado // Medo de ter que morar com a minha mãe em sua velhice, e na minha // Medo da confusão // Medo de que este dia termine com uma nota infeliz// Medo de acordar e ver que você partiu // Medo de não amar e medo de não amar o bastante // Medo de que o que amo se prove letal para aqueles que amo // Medo de viver demais // Medo da morte. // (Medo) Raymond Carver)

.....................................................................................

Se você tem MEDO, então, na hora exata e líquida, ele, o medo, pode ser a sua única energia vital para o sentido também exato de agir em seguida, de tomar sentido, de tomar partido, de enxergar no escuro, e não correndo risco, escapar com vida...

Se você não tem medo, então vc já está dominado, pois as aparências enganam, e se sentir seguro em terra batida e campo minado nesses tempos tenebrosos, é estar desprotegido, abrir a guarda, confiar no impossível...

O medo serve de sentido e alerta, para o sujeito estar ativo, manter-se plugado, ciente da realidade do risco emergente, se você, ocasionalmente e por força de perigo inusitado tiver do que se esconder para não ser atingido, desviar para não ser predado, cair fora do problema, ou, capitular...

Assim como não ter medo, e então você pode estar se sentenciando a ser descoberto errado, no erro flagrante, e sofrer sanção, porque nada é fácil e ninguém é santo, assim como todos deixam suas pegadas, todos têm suas impressões digitais; e o medo regula o erro, regula o acerto, controla o impulso do achismo e do roubismo, pois liga as antenas, acende as lanternas, serve assim como endorfina ou vaselina, como penicilina ou como adrenalina, como ponto de fuga ou como labirinto, como caverna ou como proteção...

Os grandes momentos cruciais dos grandes seres humanos em toda a história da humanidade em evolução, vem da circunstancial logística decisão sábia de, num momento instintal de medo para a sobrevivência, a sobrevida, o pão, a vitória, a conquista, o diploma pelo esforço pelo mérito, o anel, o final feliz pelo conhecimento em dedicação total e singular...

As pessoas que não têm medo, ou porque tudo foi fácil para elas, ou começaram a trabalhar tarde, ou estudaram além do mínimo, e tb assim de alguma forma obtiveram vantagens ilícitas em malfeitos bem dissimulados, ou ajudas ocasionais e sacrificiais a terceiros, usados ou seduzidos por interesse de ocasião, e assim, na moleza, cientes da impunidade, descarregam a pilha do medo que não conhecem (não se enfrentaram) , confiam-se impunes para sempre e seguros assim, então têm que mentir para encobrir rastros, apagar resíduos de reincidências, fugir para dar calote, se esconder de despejo, de cobrança judicial por impunidade de estilo, mudar de desculpa, mas, como não têm medo, seguem roubando, errando, sendo espertos em vez de experts, a tal ocasião faz o ladrão, embora a repetição do erro disforme faz o confiante muito seguro de si, até o abate final...

O medo revela, a falta de medo esconde, o medo aciona os canais sensitivos primitivos, a falta de medo apazigua a contenção, disfarça e camufla, adere etiquetas de falso-felizes, falso-mocinhos, falso-bonzinhos, e a pessoa se sentido confiante na falsa e movediça zona de conforto, acaba se entregando, dando na cara, dando na vista, não sacando o óbvio ululante, mesmo que vangloriando, mas sentados no rabo... Ah a utilidade subjetiva do Medo...

Tudo o que deu certo na moleza não cria medo. A pessoa certa, ou escolhida pela boa ou má sorte, tem medo de perder por um mero erro de acaso ou de bala perdida do ocaso; ou de análise errada de risco... quem nos protegerá quando não tivermos medo?

Nada deu certo; o medo de não sobreviver funda heróis, mártires ou vitoriosos, pois o medo pode ser tanto o impulso como o dínamo da sobrecarga, de suporte e de encaminhamento superior, porque vencer com medo é o que traz soldados de volta pra casa depois da guerra... Ele, no front, em risco, trauma, neura, fome, insalubridade, momento, lugar inseguro e selvagem, luta mais e feito um louco para sobreviver àquele inferno, pensa rápido, com atitudes de defesa e de ataque (e de sobrevivência)  sensatas, até o medo de uma loucura, o que num ímpeto calculado (o medo! o medo!) o conduz ao pódio... Medalhas de honra e de bravura não acontecem por acaso, o medo, tácito ou não, as facultou... O perigo cria monstros. Ou guerreiros.

Um dia a triste coincidência do destino algoz, a  inesperada encruzilhada em situação errada dentro até do imponderável, e você, por falta de treino no medo, capitula, avacalha, conta palha, firme na bravata de insensível-bobinho não mede bem os prós e contras, confia no taco e, toma o incidente fatal na fuça, o crime, o fiasco, o risco do medo não praticado, e a morte, os sacrifícios; o pagamento do destino é muito pior do que da justiça que tarda e valha, e, diga-se de passagem, abençoados sejam aqueles que pagam aqui, nesse plano espiritual...

Muitos dos sem medo, em riquezas injustas, lucros impunes, propriedades roubos, enriquecimento ilícito, escapam da justiça corrupta e moral da terra, e, tomando pé de que é impune, infalível; deu tudo certo na ficha corrida (a tal capivara implícita), e o sujeito cômodo e babaquara acaba se esquecendo dos flancos de desenlaces, tramas e lamas, e acaba aquela casa, aquele carro, aquele erro, aquela glosa, aquele peculato, e o medo sem ser treinado vira treino de tiro e alvo para parvo, para falso malandro, e quando se vê, o santo não era santo, o rico não era rico, o honesto era corrupto até as tripas, a classe média forjada era de embuste e pose, e tudo se define, sucumbe o asnoia: teve medo de cair na arapuca, mas não treinou no medo para evitá-la, se preservando na honestidade transparente. Pisou em falso, errou no bote...

Medo, sábio conselheiro. E se a família descobrir, e se o imposto de renda sacar? E se a polícia levantar a ficha marota nos bastidores do poder, do cargo, das dissimulações, bobas pancas e mãos sujas?

Depois não adianta o medo do câncer, da biópsia positiva, da amante vingativa, da justiça comendo pelas beiradas, pelo rabo, da família desconfiando e sacando que o tipo que chamava todo político de ladrão, era um eleitor também corrupto e ladrão, o sujo falando do rasgado, sem moral. Ladrão de si mesmo?

Depois não adianta ter medo de Deus, medo da mulher ou do parente jeca usada como laranja, e descobrirem, e a peça-chave finalmente descoberta sendo apenada e contar tudo; o próprio irado colega de trabalho que finge que não vê mas tem a ficha de meio e embuste prontinha, para quando você quiser sair do esquema, entregar todo mundo, pagar por todos os outros também. E nenhum esquema podre perdoa infiéis de malandragem...

Dostoievski, um dos maiores escritores do mundo de todos os tempos, era epilético, numa época em que a doença ainda era pouco conhecida, e obviamente tinha um terrível medo da doença, acabando por depois de sofrer e sacar, usando-a em seu favor, pois o escritor, por meio de alguns personagens, assim e por isso mesmo oferecia uma descrição muito precisa dos sintomas mais estranhos que ela suscitava, em especial as crises místicas. Por outro lado, os conhecimentos modernos sobre o tipo de distúrbio de que ele aparentemente sofria, a epilepsia do lobo temporal, lançaram nova luz sobre a personalidade do autor e o conteúdo de sua obra, o medo da doença, por ela, com ela como sequela, (e instrumento de trabalho?) criou o grande escritor, o fora de série.

León Tolstoi, um filósofo de ir fundo na psicologia dos monstros que escrevia, que carregava – Somos Todos Hamlets (o medo-monstro de Shakespeare) - numa confissão o escritor russo contava do medo da vida como ela era (de como ele sofrera), e de como nesse fulcro os camponeses primitivos o ajudaram a recuperar a fé e encontrar o sentido da vida além do medo...

Aliás, William Shakespeare dizia: “Não tenham medo da grandeza. Alguns nascem grandes, alguns conseguem a grandeza, e outros têm a grandeza imposta a eles”. É assim que funciona? Deus não treina na dor inocentes inúteis e tolos?” –O medo é o combustível da humanidade, o medo de perder, o medo de não ser, o medo de não chegar a lugar algum. Isso é o que nos move”, disse Ronaldo David Segundo. Não ter medo de entrar no esquema? Periga ver.

O esquema pune. O medo pune, a falta de medo pune também. Escolha as cartas do jogo do medo, do estatuto dele. Escolha as armas, os rótulos, as conquistas. Bem-vindo à bolha do medo, ao arame do medo, à alfafa do medo, ao sistema rotativo e psicótico do medo, o medo-embuste, o medo-rabo, o medo-panca, o medo-coisa, o medo com suas prerrogativas todas, assim como o medo de voltar a passar fome, o medo de ser ridicularizado por parentes envergonhados, por amigos informados, conterrâneos suspeitando, no pacote o medo de ser execrado, o medo de perder os bens conquistados de forma inidônea, a aposentadoria cancelada por improbidade, no combo a impunidade, e o próprio sistema que o nutriu, fazendo vc refém dele; o fomento de como enricou sem ter como, não justificável, o que então será o mesmo medo-monstro a cassar você, a apagar você do sistema, do esquema, pois tudo tem um preço a pagar e o medo do seu inimigo maior e mais forte de seu meio talvez tenha maior autarquia, seja mais pontual, tenha mais infiltrações hierárquicas de  percurso, e você é só mais um sem medo boiando na maionese porque se acreditou capaz e competente no erro, quando a corda arrebenta para o lado mais fraco, os moscas mortas sem medo, os peixes pequenos, e você querendo parecer tubarão entre carteis, propinas, subornos, esqueminhas...

Tenha medo e se liberte. Tenha medo e saque aquela dos evangelhos: “Disse Jesus: —Vai, vende tudo o que tens, dá tudo aos pobres e terás um tesouro no céu; então, vem e segue-me. ” Marcos: 10.17

A ouvidoria do destino na encruzilhada é mais embaixo. A corregedoria da impunidade na consciência sem remorso paga pela pele e pela fala, pelos atos, pelos disfarces, e, num segundo de investigação de alto a baixo, de cabo a rabo, de começo, meio e fim, com fins escusos, e uma análise jurídico-processual-legal desmonta tudo, a casa cai, daí é só medo de morrer e não deixar nada para os que achavam que você erra correto, certinho, bonitão com panca, honesto, sincero, inteligente, culto, trabalhador.

Bem-vindo ao Cartel do Medo. O Estatuto cumpre-se. Qual é a sua? Vai encarar ou vai ter medo? Medo-Rabo? O livro dos medos//Ainda não foi escrito//Mas como dói. //

Quem acredita na eterna impunidade não tem medo. Mas tem o cinismo de elmo. Sincericidio não é para os fracos, é onde os canalhas não frequentam com medo do oficio. Sabe de nada, inocente. O passaporte da renúncia. A decodificação do medo-coisa

A consciência do medo nos faculta um eterno estado de alerta. Pois pode sempre haver retorno não previsto dentro do explicável... Medo não é sinal de fraqueza, mas de intenso apuro tentando impedir riscos, e assim, no treino se adquire a técnica de estar sempre ligado, sempre atento e forte, afinando intuições, formando refinamentos de caráter e testamento psicológico, tipo, no popularesco, é melhor um frouxo com medo instintal vivo do que um valente ciente de impunidade  pego, punido ou morto, pois o medo qualifica e permite segurança na hora em que você for testado na moral, e se sentir seguro de si, não dissimulando, porque o errado conhece o cheiro do caçador, do que pode ser uma vítima perigosa mesmo depois de morto... Um animal ferido e com medo, é muito mais perigoso. Medo, segundo livros sagrados, é um sentimento natural, tipicamente humano, compõe a persona. Você tem medo de que?

A oposição e o confronto só brecam o vacilão. Assim como a ocasião faz o ladrão, o medo treinado nas barricadas da lida, nas trincheiras da legalidade, no aparato comum dos fortes com resiliência e consciência limpa, faz aquele que passou por dissabores pensar rápido, ter noção exata da dimensão do perigo, quando então e por isso mesmo, por assim dizer, sai-se bem, toma decisões com lucidez de quem foi treinado nos desafios. Simples assim...

Quando a sua única arma de se fazer defeso for seus gestos, suas palavras, seu currículo de trabalhos e seus estudos e sua ficha limpa, mais suas mãos limpas, com suas conquistas sóbrias e justificadas, sua inteligência provocada e limada em decisões sábias, então você vai estar bem na vida, e na fita...

Tenha-se medo. Somos um perigo quando sem medo estamos à deriva, no piloto automático, ao bel prazer da suposta impunidade mal calculada (na ausência do medo) dando no ego, nos calcanhares, no nosso rastro...

“O comportamento humano se transforma na convivência tomando para si novas nuances antes inauditas. Ao se confrontar com as dúvidas ou questionamentos rotineiros na sociedade, ou seja, na vida em comum, a perspectiva é forjada em prol daquilo que se pretende, ou, da resposta que mais lhe é aprazível, como estudado por Lev Vygotsky, psicólogo, pensador e educador”. O ser humano lida muito mal com as ideias contrárias à sua certeza subjetiva, causando assim a distância dos que lhe são “desfavoráveis”, disse Iverson Kech Ferreira.

O medo vem prever, impedir, prover de susto-conhecimento (evitando o erro), ou predar?

Quando desenvolvemos, na busca-identidade de um sentido para o medo que nasce conosco (choramos ao nascer de medo?) e nos acompanha na vida pregressa sequencial, o eixo primordial dele foi aprendido, desenvolvido, organizado de alguma forma no interior contextual, neurológico e psicossomático de nós, e deve ser esse sentido dele, o medo-chave-mestra, para o nosso desenvolvimento espiritual, sensorial, intelectual, profissional e sobrevivencial. Muitos erros, crimes, prevaricações, maus feitos, poderiam ser evitados, se houvesse a consciência do medo, dentro do círculo paulatinamente vidamorfoseado do caráter, bancando o medo de vir a ser descoberto, risco de ser sancionado, sequelado, punido. Essa espécie de “medo bom” evita o crime sob uma salutar ótica mínima da ética. O medo é um grande motivador, crucial as vezes. Importante sempre, como estratagema intima da própria defesa do caráter se sobrepujando. O medo por impulso. Temos o direito (e o dever?) de ter medo. Não culpe o medo. Veja-o como um relé que se afina, se compartilha, se assunta, se projeta como filamento de sua ocasional lucidez extrema entre a ocasião do erro e o não-erro, a partir de pensar sobre evidências, consequências. O medo as vezes é nossa única força sistêmica num momento de errar e acertar... Ah o medo de envergonhar os amigos, o medo de envergonhar os familiares incautos, ou mesmo sacrificar a igreja, a fé, o emprego, a corporação toda manchada, então, nesse contexto de soma e prós e contras, você torna-se correto, limpo, digno, vencendo pelo lado bom da força assim.

Não adianta vc ter medo quando estiver no corredor da morte.  Muito melhor um medo-precaução-intuitivo para vc fazer de tudo na sua vida pregressa para nunca estar nessa condição-situação-sanção... Bendito seja o fermento do medo customizado a favor da verdade e da transparência existencial. Quais os benefícios humanos das conquistas não honrosas, com as moedas podres do mal feito, da corrupção, peculato, enriquecimento ilícito?

Diga... Melhore... Socorra-se... Centrifugue... Certifique-se... Procure... Siga... Entenda... Faça-se o Medo Preventivo; um medo experimental de aprimoramento do ego, do caráter, da existencial dignidade ético-humanista e presencial de si... Medo ou barbárie?

As engrenagens girando. E você dentro do sistema, sem nenhum medo-remorso-consciência...

“Se gritar pega ladrão”...

Ah as prisões que guardamos dentro de nós mesmos.

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SILAS CORRÊA LEITE – Itararé-São Paulo/Brasil, Membro da UBE-União Brasileira de Escritores

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Silas Corrêa Leite – Breve bibliografia

Educador, ciberpoeta, Jornalista Comunitário, blogueiro premiado, livre pensador humanista e Conselheiro diplomado em Direitos Humanos. Consta em quase 800 sites como Estadão, Noblat, Correio do Brasil, Usina de Letras, Daniel Pizza, Wikipédia, Observatório de Imprensa, Releituras, Cronópios, Aprendiz, Pedagogo Brasil, Jornal de Poesia, Convívio e LibeArti, Itália, Storm Magazine e InComunidade (Portugal), Brasil com Z (Espanha), Politica Y Actualidad (Argentina), Poetas del Mundo (Chile), Fênix (Moçambique), Literatas (Angola), Pravda (Rússia) outros. Publicado em mais de 100 antologias, até no exterior, como Antologia Multilingue de Letteratura Contemporânea, Trento, Itália; Cristhmas Anthology, Ohio, EUA e na Revista Poesia Sempre/Fundação Biblioteca Nacional, Rio de Janeiro (Ano 2000/Gestão Ivan Junqueira).  Autor entre outros de TIBETE, De quando você não quiser ser gente, romance, Editora Jaguatirica, RJ; GOTO, A lenda do Reino do Barqueiro Noturno do rio Itararé, Romance, Editora Clube de Autores, SC, e Gute Gute, Barriga Experimental de Repertório, Romance, Editora Autografia, RJ

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

segunda-feira, 30 de julho de 2018

FRAN ROSAS, NOVO TALENTO DA NOVA MUSICA POPULAR BRASILEIRA CONTEMPORÂNEA COM RAIZES EM ITARARÉ-SP


MPB Contemporânea

Cantora Fran Rosas, a nova joia no florir do lume da New MPB em ebulição

-“Minha terra tem Pinheiros//Adonde canta a Fran Rosas...” Melhor dizendo: em Curitiba – Curitiba, que quer dizer terra dos pinheirais - tem a Artista talentosa Fran Rosas com raízes entre Itararé-SP (Celeiro de artistas) e Ponta Grossa-Pr (pertinho de Itararé) dando ao lume artístico-musical suas “cantárias”, louvações... shows e espetáculos...

-Pois, afinal, Itararé, cidade de revoluções, ex-capital do trigo, depois capital do feijão, mas, ainda e sempre capital artístico-cultural da região sul de São Paulo, terra entre outros craques de arte musical, de Maestro Gaya (descobriu, burilou, orquestrou, Chico Buarque de Hollanda, entre outros, como Taiguara, Nelson Gonçalves, etc. e ganhou prêmios em áureos tempos de festivais de MPB da Record), Paschoal Melilo, (seu Baião Cuco estourou nos anos 20 quando ele pintava e bordava na Lapa do RJ em época de Noel Rosa e Aracy de Almeida), terra-mãe também de Regina Tatit, Rogéria Holtz, Carlos Casagrande, Elvira pagã (que Rita Lee cantou), e assim dessa raiz, tronco e chão, redondezas e trilhas pertinentes, brotou uma “Rosas” que canta porque é Fran e ao ouvi-la, acabamos todos fãs também...

-Tive a honra (e orgulho, claro), eu, um fanático por Itararé (canta a tua aldeia e serás eterno, disse León Tolstoi), de sabê-la por lá, com amigos, familiares, de Itararé, de ouvi-la, ver nas canjas virtuais do You tub sua performance, e encantei-me de curti-la, eu, com três notas musicais no nome, filho de um Maestro de bandas e Regente, de corais, compositor, fundador de corais e bandas no estado de SP e PR, que hoje é nome de Rua em Itararé, Rua Maestro Antenor Corrêa Leite.

-Pois nesse feitio todo de diapasão de acontecências, da Fran Rosas que soube e quis ouvir mais, recebi o belíssimo cedê LUME, interessante trabalho desde a estética da capa do projeto, à beleza singular da cantora/intérprete, passando, é claro, pela qualidade musical dos interessantes arranjos finíssimos de primeira linha, espetaculares, ainda as canções que ela com portentoso espetáculo verte para nós em seu lume de voz maviosa e singeleza na interpretação. Bravo!

-Espetacularmente assim e por isso mesmo muito bem produzida pelo namorido Rafael Rosas, de Itararé-SP, Fran Roas esbanja simpatia, cativa, e você bebe/ouve sua qualidade vocal, com belas composições, letras e músicas, inclusive do Celso Viáfora, Maninho, Estrela Ruiz Leminski e Djavan que botou sua Asa e seu Azul na voz exuberante da Fran Rosas que nas canções assomou-se.

-Diz o site Tratore, a distribuidora de artistas Independentes:

 “Expoente da música curitibana, Fran Rosas é cantora e interprete de grande expressividade e personalidade. Dona de uma voz suave e versátil, assume diversas influências musicais, transitando com facilidade entre os mais variados estilos.  Em 2017, lança o seu primeiro álbum - Lume, com produção de Rafael Rosas. O trabalho traduz com fidelidade a gama de influências que recebe ao longo da carreira, consolidando sua originalidade como marca pessoal.”

Vejam-na, quero dizer, ouçam-na, e babem:


No site GENTE.IG.CULTUR, a consagração da carreira:

“Revelação da MPB, Fran Rosas se prepara para a sua primeira turnê na Europa”


Crítica: - Crítica Sobre o Álbum Lume

“Já em Estrela de Brilhar, primeira faixa de seu álbum de estreia, a cantora curitibana Fran Rosas mostra ter muitos horizontes. O álbum revela uma cantora afinadíssima e à vontade em diferentes estilos(...). Foi bailarina clássica e prefere a delicadeza das canções…”– Juarez Fonseca – Jornal Gaúcha ZH

Eu que nasci no bairro operário de Harmonia, em Monte Alegre, Pr, hoje Telêmaco Borba, e fui criado desde os seis meses de idade na histórica cidade de Itararé-SP, terra de meu pai, um dos cem primeiros itarareenses a nascer na cidade, e que quando jovem foi acendedor de lampiões de gás em Itararé nos indos de antigamente, vejo as andanças musicais da Fran em sintonias e trajetos pertinentes, por assim dizer, e para nosso orgulho, claro...

Fran Rosas tem essas raízes fincadas em Itararé, seu  marido produtor musical, maestro, arranjador e instrumentista, e familiares dele todos residentes em Itararé, mesmo ela tendo nascida de papel passado em Ponta Grossa, Pr, pertinho de Itararé, tendo por fim a bela Curitiba, a capital do Paraná, como seu palco iluminado.

Por essas e outras, como nova estrela na nossa também nova MPB, desejamos à FRAN ROSAS sempre muito sucesso, porque brilho, talento e lume ela tem, e, como diria Caetano Veloso, gente é para brilhar.

Brilhe Fran, solte a sua graciosa voz nas estradas de tijolos amarelos da vida.

Bravo!

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Silas Correa Leite - E-mail: poesilas@terra.com.br


Poeta, Escritor, Professor e Jornalista Comunitário. Autor entre outros de TIBETE, De quando vc não quiser mais ser gente, Romance, Editora Jaguatirica, RHJ, 2017.

sábado, 24 de março de 2018

JULGUEMOS O JUIZO, POEMA SOCIAL DE SILAS CORREA LEITE


Julguemos o Juizo


 "Eu já havia reparado, em pessoas,
 que a afetação de sentimentos louváveis
 não é a única desculpa, mas que são malvados,
 sendo que um pretexto mais novo é a exibição destes,
 de forma que ao menos não pareça ocultá-los." Proust,
 Marcel Proust. Le Temps retrouvé.
 ...........................................................
 
-Julguemos o Juiz, Julguemos! Juízo ao juízo.
 Se a suposta autoridade constituída de forma leviana e imprudente, julgar inocentes, condenando-os
 Denunciemos o juiz sem ética e sem o devido e transparente critério e juízo de valor
 (Juiz marajá, que, condenado se aposenta compulsoriamente com alto soldo
 Que espécie de ladrão da própria toga o é?)
 Julguemos os juízes. E os acusemos:
 -Eu vos acuso de:
 (  )-Julgar  por querer aparecer no palco aloprado da historial mídia insana
 (  )-Julgar por julgar, nãopor caráter imperioso ou dever de oficio e conhecimento de oficio
 (  )-Julgar todo prepotente pensando que é o que não é, pensando que pensa
 (  )-Julgar como um carrasco de ego inflado, querendo aparecer mais do que a justiça propriamente dita
 (  )-Todas as alternativas estão corretas.
 
 Julguemos o Juiz. Que a sua cadeia seja a sua consciência, o seu remorso ("Toda história é remorso" diria o Poeta Drummond)
 Pois a própria pele é a cela epidérmica do juiz injusto
 Não, não se enforca mais ladrões de cavalos, nem se corta mais cabeças de nobres , poderosos e infiéis de propósitos
 Assim como, na democracia republicana, nem sentenças alopradas de vaidosos deixam de gritar em detrimento de uma elite de tribunais de 'eles por eles'
 Então, camaradas e irmãos sonhadores, julguemos, condenemos o juiz-fuinha, o juiz-blefe, o juiz-cloaca
 O juiz-babaquara, o juiz tendencioso e parcial, o juiz inumano e amoral
 Condenemos o juiz lerdo - da justiça que tarda e falha (com seus suspeitos labirintos burocráticos a peso de ouro)
 Condenemos o juiz-hiena, o juiz-circo, o juiz-fuinha
 O juiz bufão que bate na esposa e fica tudo por isso mesmo - Que justiça é essa?
 O juiz que liberta empresários bandidos do crime organizado - Que justiça é essa?
 O juiz que vai à formatura de chefes de quadrilhas devidamente aparentado de juiz (com presunção de impunidade e de imunidade entre os podres poderes)
 O juiz que liberta latifundiários assassinos de freiras - Que justiça é essa?
 O juiz que liberta banqueiro ladrão a preço de banana - Que justiça é essa?
 E que, quando cansado de lustrar o ego para aparecer em hora imprópria que na verdade deveria ser de foro intimo
 Estressado por luzes de falsas ribaltas demodés, vai à Europa se curar da mesmice...
 (Todo poder emana da verdade e em seu nome deve ser exercido)
 
 Fora juiz-burguês, juiz níquel-náusea, juiz luxo-fusco, juiz palco, juiz banker, juiz spot-light, juiz fantoche
 Juiz que corta cebola e é a cebola quem chora
 Juiz que ignora a verdade que o enobreceria ou daria claridade ao direito e à justiça, sem tacão ou chicote
 (No Supremo Tribunal do Inferno
 Poucos são chamados e poucos escolhidos)
-Não julgueis para não serdes julgados, está escrito -  
Condenemos o juiz que não olha com prisma de juiz, mas açodado com foco de pelotão de fuzilamento
 (Ah a letra fria da Lei; a letra morta da lei - a Lei? Ora, a Lei...)
-Para os inimigos, a Lei, para os amigos, a prescrição, o suspeito entendimento rigor-formol, a formação de quadrilha para defesa dos mesmos...
 Critiquemos o juiz que, todo pimpão cerceia o direito da defesa com cara de tacho de Casagrande
 Critiquemos o juiz banana que quer aparecer mais do que a justiça (que nem sempre há para ricos e poderosos)
 -Ah as riquezas impunes
 -Ah os lucros injustos
 -Ah as propriedades roubos
 (Ah as privatizações-roubos impunes de Samparaguai, Tucanistão, o Estado Máfia)
 Ah o cínico estado mínimo do neoliberalismo câncer da história
 Ah o juiz que se enrola no tapete das etiquetas e varre a verdade para debaixo do palácio (entre estátuas e cofres) das aparências
 Que justiça é essa?
 Que juiz é esse? - Mais: que direito é esse?
 Eu vos acuso, justiça injusta, senil, decrépita, tendenciosa e parcial
 Eu voz condeno juiz turrão de colarinho branco engomado
 Eu vos acuso juiz de pequena causa aloprado em defesa de si mesmo, de sua pose tacanha e medonha
 E vos condeno. Juízo ao juízo.
 As algemas são do tempo - o tempo é o melhor juiz
 A sentença final cedo ou tarde virá
 E aqueles que atirarão torrões de terra em vossa tumba de mumificado para agradar a incautos, mal formados e mal informados
 Serão as mesmas mãos sujas de vosso meio, de vossa elite, de vosso estilo, de vosso clã; e então gritaremos em alto e bom tom, soltando o verbo, levantando bandeiras, soltando foguetes:
-A morte faz justiça para todos. A morte virá cobrar com choro e ranger de dentes...
 Ai de ti Justiça amoral e inumana...
 E das celas soarão os gritos. E dos campos santos revirarão cadáveres de miseráveis entregues à própria sorte, ao deus-dará
 E sobre a vossa sepultura os vermes não ocorrerão, pois não saberão quem é quem
 E apodrecerá o pó de vossa tumba toda pomposa de cara cruz inútil
 Semeada de engano, de mentira, de enganação, de presunção e de tanta prepotência
 Quando ainda agora posas de falso moralista, de falso dono da verdade
 Com sentenças tendenciosas e parciais; preservando o outro lado - os amigos do alheio e seus antros de escorpiões com bezerros de ouro do lucro fácil, das máfias de jecas
 E fazes pose para a mídia amoral de uma elite amoral
 Nós vos acusamos; nosotros vos condenamos
 Até que essa mesma morte que ao final a todos julga, repare o vosso erro, o vosso martelo ignóbil e vil
 E sejas apenas uma página virada no tribunal da ética
 E envergonhando toda uma categoria, todo um clã; representado uma infame sociedade hipócrita (no pântano da condição humana)
 Serás finalmente então um pote de vísceras dela; um refil de vaidades doentias...
 Mas, nós, nós os simples, os comuns, os paisanos, ainda em júbilo cantaremos vitória sobre os vossos ossos,
 em nome dos oprimidos,
    dos injustiçados,
       dos inocentes,
          dos condenados em vão
 Porque bovinamente vos tornaste lacaio da injustiça e do logro social que alimenta o ferrão tacanho da elite sórdida
 Fundada numa ditadura, num regime de exceção, num capitalhordismo de agiotas
 E do qual fostes um bastardo refém, foste freguês, foste mero rufião. Foste um marionete!


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Silas Correa Leite