sexta-feira, 21 de dezembro de 2018
ESTOU DO LADO DOS QUE MERECEM RESPEITO
ESTOU DO LADO DOS QUE MERECEM RESPEITO...
-... Desde muito pequenino ainda, mesmo precoce,
birrento e pidão, mas sentidor e eterno aprendiz da alma humana, por assim
dizer, era tachado de encrenqueiro, por lutar contra injustiças, ver o lado
humano dessa ‘gentehumana’ que errava por circunstancial de percurso de
aprendizado e era criticada, punida, então, cedo me descobri, pobre de mim,
poeta dos fracos e oprimidos, talvez um defeito de fabricação, do DNA... do meu
amor e solidariedade aos aleijados por dentro, aos excluídos sociais, aos
pequeninos... bem-aventurados... do meu respeito e respaldo às mulheres
guerreiras, aos negros, aos pobres, aos nordestinos, aos animais, aos excluídos
sociais...
-... desde muito jovem ainda que amava os Beatles e
Tonico e Tinoco, e já escrevendo a escurez da vida, minha visão não era para os
possuídos, de um país que só era rico para os ricos, para os brancos, para os
estrangeiros, para uma elite insensível e inumana, mas não para os pobres que
ficavam às margens do caminho, e cedo comprei briga, desde a minha cidade para
os que eram discriminados, mulheres que eram despossuídas de afeto social, essa
gente humilde da qual sou originário e amo tanto, pensando num país que
realmente tivesse uma politica em que o chamado povão fosse realmente a razão
de ser do que preconiza o próprio direito constitucional, de que o poder emana
do povo (todo o povo) e em seu nome deve ser exercido...
-... depois, em sp, lutando contra as misérias do
cotidiano, passei fome, dormi na rua, lutei pela sobrevivência possível e fui
perseguido por ser contra uma ditadura financiada pela corrupção paulistana,
perdi emprego, perdi bolsa de estudos, fui fichado nos porões dos podres
poderes amorais do regime de exceção, mas eu sempre soube e sinto e sei de que
lado da barricada estava e estou, os miseráveis...
-... formado, trabalhei na área de direito, e saquei
com muita dor no coração e tristeza na alma que nesse país justiça é só para
ricos e poderosos, para os pobres a vergonha, a humilhação, a desonra, os
processos por dizer verdade que provocam fichas sujas de gente inocente e
fichas limpas em corruptos e ladrões como em Samparaguai, o estado máfia, de
muitos lucros impunes... riquezas injustas (como falou São Lucas), propriedades
roubos... muito ouro e pouco pão...
-... fui reger aulas e me encontrei no humanamente
possível, plantando mudanças, enchendo o coração dos alunos de sonhos,
vivenciando finalmente um lado sentidor na prática presencial, formado,
aflorado, e o lado da busca pela justiça batendo forte, contra autoridades que
fazem do cargo a vida afetivo-emocional porque mal amadas, e que precisavam
tomar remédios para dormir, porque quem precisa de poder, status, cargo,
diploma hierarquia para se sentir importante, poderosa ou dona da verdade, está
precisando de tratamento e muito amor, já que não há hierarquia na grossura...
e a maior vingança é ser feliz…
-... por essas lidas da justiça sonhos, poemas,
baladas e prosas, vim-me aprendendo, lutando contra a dor dos outros, me
colocando no lugar do outro, a mulher perseguida, o negro discriminado, o
subalterno oprimido, o índio caçado, o morador de rua abandonado, o excluído
social, o velhinho desprezado, a criança não provida... A alma humana é minha
praia...
-... assim, perdoem caros amigos, em qualquer lugar
onde houver uma mulher sendo atacada, perseguida, xingada, eu estarei de
prontidão com minha metralhadora dialética cheia de lágrimas para defendê-la.
Onde houver um perseguido, lá estarei poeta sem lenço e sem documento com minha
bandeira de luta buscando por justiça ainda que tardia, lá onde houver um
caboclo, um favelado, um negro, um pobre, sou eu, sou esse, brasileirinho.
Nunca me esquecerei do lugar que vim e o que sou... Não me mudei de lugar, não
me mudei de mim, não estive nunca ao lado do opressor, do explorador, do que
acha que é o que não é, do que pensa que pensa... do que xinga (sem caráter e sem
educação), ofende sem conhecimento historial, porque ouviu o galo fascista e
conservador cantar e não sabe onde, talvez mero cérebro receptáculo de uma
mídia suja e tendenciosa, e de uma sociedade injusta, discriminatória, falso
cristã, sem moral...
-... por isso perdoem meus posts, os que compartilho,
as falas, o que crio no açodado da dor entre a ferida e a cicatriz, não posso
deixar de ser porta-voz não remunerado dos fracos e oprimido, não melhorei de
vida a não ser sendo um rebelde a estudar muito feito um louco, não logrei
ninguém, não pilhei ninguém, não levei vantagem em nada, e quando alguém brinca
de perguntar se estou rico, respondo que estou digno... as mãos limpas do
sangue desses que sonham um Brasil de todos por todos... pátria-nação, pátria-mãe...
... assim, perdoem se eu sou um sonhador. Minha mulher
diz que exercito bem a minha cidadania ético-plural-comunitária. Meus amigos
dizem que sou um defensor de causas perdidas, meus inimigos dizem que se eu
fosse malandro, mau caráter, corrupto, ladrão, menos bocudo (falso e
dissimulado) e de direita, já seria deputado, estaria podre de rico na vida.
Mas, afinal, o que somos nós?
-... “cada quá
com seu picuá”, diz um adágio popularesco de Itararé, minha terra-mãe. O guri
que foi engraxate, boia-fria, garçom, e que uma professora anjo o tornou poeta
de meia tigela, ainda carrega a sua cruz, a sua luz, a sua briga por utopias,
acreditando na arte como libertação, acreditando no amor ao próximo sempre por
inclusões sociais, em defesa dos fracos e oprimidos, dos negros, dos favelados,
das mulheres-bandeiras desse Brasil de tantos canteiros e florações...
-... quando a morte vier me buscar; ou se eu morrer
amanhã de amanhã, pois bem, digam que eu lutei contra moinhos e ventos, ilusões humanas, que sonhei a esperança como
inteligência da vida, que fui um plantador de sonhos, e que acredito sempre na
força da mulher brasileira – tive ótimos referenciais em família, na escola e
entre amizades zenboêmicas – que acredito na força do negro que canta e vibra e
busca justiça social, que sou um pobre coitado que se aventurou de ser um
sonhador de causas justas e que não se arrependeu, que morreu pelo sonho de uma
verdadeira democracia social, de uma justiça realmente justa, de uma sociedade
menos insensível e hipócrita, de uma verdadeira, no Brasil, no planeta terra,
uma GENTE HUMANA AINDA QUE TARDIA...
- SILAS CORREA LEITE
www.artistasdeitarare.blogspot.com/
Relatos de Um Certo “Gente”
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