Artigo/Breve Resenha:
Resistir é Refletir - Socióloga Márcia Moussalem lança livro de
ensaios sobre temáticas contemporâneas
“Fazemos parte de um
sistema de forte ideologia dominante que desumaniza e nos rouba a alma, dando
lugar ao individualismo, competição, poder, ganância, desigualdade, exclusão e
violência.”. (in, A CULTURA CRUEL DOS ADÃOS E A RESISTÊNCIA DAS EVAS, Márcia
Moussalem, citado in, “Pensatas, Ensaios Literoculturais” de Silas Corrêa
Leite)
-Nesses tempos tenebrosos de
muito ouro e pouco pão, de muitas atrocidades e pouca razão, de um fascismo no
cio e de uma horda empoleirada em todos os podres poderes mal constituídos, em
que a ética sóciocomunitária de inclusão social faliu e os imbecis ditam as regras
funestas de um câncer neoliberal, em que a justiça é midiática e a mídia abutre
viceja o despotismo e a impunidade por atacado, resistir é preciso, e também refletir
é a soma de todas as esperanças e valores, por isso, muito oportunamente a
Mestra e Doutora Márcia Moussalem, juntando sua fé num humanismo de resultados à
obras de quilate, de vida e produção intelectual datada de registro de seu
espaço e lugar, lança um livro que bem registra e retrata esse nosso tempo de
lucros impunes, de riquezas injustas, de insanidade de todos os teatros
maléficos de totens de nosso “capitalhordismo americanalhado! Nesse propósito é
seu livro “RESISTIR É REFLETIR”, Editora UNI, SP, 182 pgs.
-Com nossa frágil e drenada Democracia
usurpada, com constituição violada, com a violência, o quinto poder, ferindo as
instituições e a própria constituição, carta magna, em portentosos textos,
artigos, opiniões e ensaios a autora, como bem diz Viviane de Paula, Professora
de Direito, na quarta capa da obra, vem cumprir seu papel de cidadã e reforçar
as trincheiras da legalidade, pois resistir é preciso, e refletir sobre também.
-Uma coletânea de textos variados
sobre a sociedade contemporânea, em dezesseis anos de opiniões e artigos publicados
no jornal Folha de São Paulo, no Observatório do Setor, em outros portais e
jornais, selecionados criteriosamente que foram para retratar questões desses
nossos tempos, e na página 7 já demonstra o que a obra como cenário, palco e
mosaico propõe: “Eu decidi ser eu e nunca mais voltar atrás” (Carina Fuentes) e
“Nunca soube o que é o medo. Tenho o mágico segredo de conquistar o impossível”
(Dom Quixote”. As narrativas do livro nesse fulcro seguem e mostram a peleja da
autora, professora universitária, entre outras coisas e estudos que a
qualificam.
-Discorrendo sobre os mais variados
temas bem atuais, que vão de delineamentos sobre acultura atual dos Adãos e a
resistência das Evas, passando por áreas como Artes, defesa da vida (descriminalização
do aborto), o Brasil que sangra, as eleições, a América Latina e seus muros ,
lutas e resistências, as redes sociais, a questão das drogas, educação e escola
sem partido (a formação de zumbis), passando por juventude, cidadania,
movimentos sociais, terceiro setor, o saber popular, o silêncio das virtudes,
findando em a importância dos livros na transformação, a luz da Amazônia
(projeto Vaga Lume), ou, ainda, tópicos como rebelar ou obedecer, socialismo e
qualidade de vida, sustentabilidade e empreendedorismo, o interessante livro
engloba várias prismas, setores e referências, além de, generosamente ao final
indicar filmes e sites que reafirmam e sustentam esses nossos tempos e sobre as
teses em que a autora se fundou com
gabarito acadêmico e intelectual nesse propósito.
-Às páginas 33 do referido livro
Márcia Moussalem pontua: “O momento de barbárie
que estamos passando em todas as dimensões da vida é assustador. Porém, é nesse
cenário real que uma parte dos seres humanos inseridos nessa selvageria resiste
e luta em busca da construção de outro mundo. Os outros, por outro lado, se
encontram em um estado de hipnose, ignorância e apatia profunda”(...)
(América Latina: Mudos, Lutas e Resistências).
-Nesse enfoque, a autora com seu
severo e precioso olhar foca as questões todas, que muito criteriosamente analisa,
sem ser exatamente acadêmica, mas tendo a precisa e preciosa visão
ético-humanista desses nossos tempos, e assim assenta e registra sobre seu momento
e lugar de ser, confirmando suas reflexões muito além da militância, sempre com
sentido de resistência, insurgência e testemunho desses tenebrosos tempos
contemporâneos.
-“Escrever sobre temas polêmicos
é necessário para a reflexão coletiva, mesmo em tempos de cegueira, ignorância
e violência”, diz Márcia Moussallem, e acrescenta: “A ideia é estimular o
leitor a refletir sobre questões que envolvem a sua vida, a coletividade em que
está inserido e os impactos na sociedade”, acrescenta.
-Leia e resista também. Leia,
pense, sinta e reflita sobre. Como somos todos “dos filhos deste solo”, e como a
ordem é para alguns, o processo é para uma elite, e o retrocesso institucional
geral, o livro documenta, fomenta resistência numa soma de tentarmos – a arte
como libertação – livrarmos o Brasil da escória que fede no poder.
-Juntos somos fortes. Quem
escreve faz a história tomar tento e acontecer.
-Salve limpo pendão da esperança.
-0-
Silas Correa Leite, professor,
blogueiro e escritor, Conselheiro em Direitos Humanos e Cidadania
E-mail: poesilas@terra.com.br
Autor de ‘O LIXEIRO E O
PRESIDENTE”, Sendas Edições/Kotter Editorial, Curitiba-Pr.
BOX
RESISTIR É REFLETIR
Márcia Moussalem, Editora UNI,
2019
E-mail: atendimento@editorauni.com