"Artistas de Itararé, Cidade Poema"

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Clã dos Fanáticos Por Itararé, Cidade Poema

Palco Iluminado de Andorinhas Sem Breque

Os Dez Maiores Artistas de Itararé, Ano 2011

Dez Maiores Artistas de Itararé















01)-Maestro Gaya







02)-Jorge Chuéri







03)-Irmãs Pagãs







04)-Paulo Rolim







05)-Silas Correa Leite







06)-Paschoal Melillo







07)-Rogéria Holtz







08)-Dorothy Janson Moretti







09)-Regina Tatit







10)-Armando Merege







Itararé, Bonita Pela Própria Natureza

Itararé, Bonita Pela Própria Natureza
Nosso Amor já Tem Cem Anos

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2022

TRANSPENUMBRA DO ARMAGEDOM - Distopia depois da hecatombe

 


LETRAS

‘Transpenumbra do Armagedom’:

distopia depois de uma hecatombe

                                                                                                            Adelto Gonçalves (*)

                                                                               I

                Autor de livros polêmicos e diferenciados, Silas Corrêa Leite (1952), depois de publicar Ele está no meio de nós (Curitiba, Kotter Editorial), em 2018, O Marceneiro: a última tentativa de Cristo (Maringá-PR, Editora Viseu), em 2019, e Cavalos selvagens (Taubaté, Letra Selvagem; Curitiba, Kotter Editorial), em 2021, surpreende seus leitores com Transpenumbra do Armagedom (São Paulo, Desconcertos Editora, 2021), obra em que, mais uma vez, mistura gêneros e estilos, fazendo com que a crítica fique em dificuldades para defini-la.

            Na verdade, trata-se de uma reunião de textos que vão do romance de ficção científica a contos futuristas e crônicas minimalistas, passando por poemas de cunho libertário. Enfim, uma obra que traz uma visão épica e fantástica de um futuro que se desenha para o planeta Terra e que se avizinha como assustador.

            O autor reconhece que procurou fazer uma literatura de ficção futurista baseado na new weird fiction, (que pode ser traduzida como “ficção esquisita”), estilo que produz criaturas mutantes, personagens que não são totalmente humanos, que surgiu na década de 1990 com a ideia de subverter conceitos, combinando elementos da ficção científica, horror e fantasia, não seguindo convenções ou exemplos estereotipados. Um gênero que anuncia a chegada da distopia, também denominada cacotopia ou antiutopia, que representa a antítese do que se lê em Utopia, do escritor inglês Thomas Morus (1480-1535), onde um governo, organizado da melhor maneira, proporciona ótimas condições de vida a um povo equilibrado e feliz.

            Ou seja, distopia é qualquer representação ou descrição, organizacional ou social, de uma utopia negativa, às avessas. No caso da obra de Silas Corrêa Leite, o termo procura reconstituir um lugar, época ou estado imaginário em que se vive sob condições de extrema opressão, desespero ou privação, prenunciando o que seria o pós-mundo governado por regimes totalitários e vivido por populações degradadas e submetidas ao controle de uma tecnologia voltada apenas para o mal.

            Em outras palavras: aos elementos tradicionais da ficção científica, esse novo gênero procura agregar romance histórico, personagens reais, faroeste, diários de viagem, novela policial noir, com o objetivo de libertar a literatura fantástica dos clichês que infestam hoje as prateleiras das livrarias que restam. Apesar de toda essa bizarrice, as descrições que são vistas na new weird fiction se utilizam de palavras estranhas, termos inventados e analogias bizarras, como se fossem reproduzidas de um pesadelo. Perfeitamente adaptado a esse novo gênero, nesta obra, seu primeiro livro de fantástica ficção científica, o autor consumiu mais de dez anos.

                                                           II

            Como observa o editor Claudinei Vieira, “o mundo de Silas Corrêa Leite é um amálgama de cenários pós-apocalípticos, alta tecnologia e limites morais, sociais, sexuais completamente indefinidos, interligados, complexados. “É um universo muito distante. E, ao mesmo tempo, definitivamente próximo e reconhecível”, diz. E acrescenta: “Posso não saber como classificá-lo, mas uma coisa sei com certeza: é um livro espetacular. Uma viagem intrincada, vertiginosa, imperdível”.

            Como exemplo, leia-se este trecho: “(...) São esses supermercados subterrâneos, essas igrejinhas nos ares, esses farmaciassítios, esses açougues de almas, e esses soberbos condomínios de burgueses hostis que bancam e financiam o câncer desse governo sectário, fascista e tendencioso, por conta de antropoides especuladores do sórdido capital sujo. – Fale baixo, Penélope, fale baixo, que você, com essa cara de Celly Campelo com dengue, ainda vai ver seu disquinho historial sofrer adulteração raqueada. E você vai ter que rebolar e arrumar outro codinome para parecer meia porção de gente, com essa sua siliconada bundinha murcha de câmera de bola de futebol. E vai ter que pentear macacos no laboratório de inseminação de símios treinados para serem serviçais de agentes carniças que não são desse mundo (...)”.

            Ou ainda este trecho surreal: “(...) Altas tecnologias de ponta e todas top de linha, só para suntuosas cidades satélites de ricaços residentes. Eles que são elos. Nós aqui estamos e somos os novos campos tipo Auschwitiz e Treblinka, para dizer o mínimo.... – Pois é, mas volta e meia, a gente bota fogo na canjica, sobe clandestinamente e camuflado para as altas bordas, num Cavalo de Troia ou não, vai lá de supetão e traz um refém posudo e pimpão, um burguês macarrônico. E então negocia uma felação premiada, uma devolução calculada no muque como bagre cego no mercado das pulgas, e consegue um novo reator, um plug atípico, um chip quizilento, um torno, uma muda de laranja negra, uma válvula hidrante do tempo dos cardumes, um piloto gerador, um desfibrilador de úteros rompidos. Um pendrive de suturas... E assim vamos montando nossos jipes Nirvanas, nossas naves secretas de rebelião assistida (...)”.

            Por aqui se vê que a literatura fantástica de ficção científica de Silas Corrêa Leite, com a presença de neologismos, palavras estranhas, termos inventados ou tirados do dia a dia da atual onda informática, busca romper todas as regras e tradições de um modelo de se escrever romances ou contos. E procura anunciar um fim de mundo que parece estar cada vez mais próximo. Ao incrédulo leitor só resta conferir.

                                                           III

Nascido em Monte Alegre, hoje Telêmaco Borba, no Paraná, e tendo vivido sua juventude na mítica cidade paulista de Itararé, localizada na divisa entre os Estados de São Paulo e Paraná, Silas Corrêa Leite é poeta, romancista, letrista, professor, desenhista, jornalista, resenhista, ensaísta, conselheiro diplomado em Direitos Humanos e membro da União Brasileira de Escritores (UBE), além de blogueiro e ciberpoeta.

Tendo começado a escrever aos 16 anos, migrou em 1970 para São Paulo, onde se formou em Direito e Geografia, sendo especialista em Educação pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, além de ter cursado extensões e pós-graduações nas áreas de Educação, Filosofia, Inteligência Emocional, Jornalismo Comunitário e Literatura na Comunicação, curso este que fez na Escola de Comunicações e Artes (ECA) da Universidade de São Paulo (USP).

Nos últimos tempos, o romancista lançou também Gute-Gute, barriga experimental de repertório (Rio de Janeiro, Editora Autografia, 2015); Goto, a lenda do reino encantado do barqueiro noturno do Rio Itararé (Florianópolis, Clube de Autores Editora, 2013), romance pós-moderno, considerado a sua melhor obra; Tibete, de quando você não quiser ser gente, romance (Rio de Janeiro, Editora Jaguatirica, 2017); e O lixeiro e o presidente (Curitiba, Kotter Editorial, 2019), romance social,  

            Como poeta e ficcionista, consta de mais de 100 antologias, inclusive no exterior, como na Antologia Multilingue de Letteratura Contemporanea, de Treton, Itália, Christmas Anthology, de Ohio, Estados Unidos, e Revista Poesia Sempre, da Fundação Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro. Seu texto “O estatuto do poeta” foi vertido para o espanhol, inglês, francês e russo.  

            É autor do primeiro livro interativo da Internet, o e-book O rinoceronte de Clarice, que reúne onze ficções, cada uma com três finais, um feliz, um de tragédia e um terceiro politicamente incorreto, que virou tema de tese de mestrado na Universidade de Brasília (UnB) e de doutoramento na Universidade Federal de Alagoas (UFAL). Foi finalista do Prêmio Telecom, em Portugal, em 2007. É autor ainda, entre outros, de Porta-lapsos, poemas (São Paulo, Editora All-Print) e Campo de trigo com corvos, contos (Joinville-SC, Editora Design, 2005), obra finalista do prêmio Telecom, Portugal 2007, e O homem que virou cerveja, crônicas hilárias de um poeta boêmio (São Paulo, Giz Editorial, 2009), livro ganhador do Prêmio Valdeck Almeida de Jesus, Salvador-Bahia, 2009.

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Transpenumbra do Armagedom, de Silas Corrêa Leite. São Paulo: Desconcertos Editora, 146 páginas, R$ 50,00, 2021. Site: www.desconcertoseditora.com.br E-mail: desconcertos@gmail.com Site do autor: poetasilascorrealeite.com.br E-mail do autor: poesilas@terra.com.br

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(*) Adelto Gonçalves, jornalista, mestre em Língua Espanhola e Literaturas Espanhola e Hispano-americana e doutor em Letras na área de Literatura Portuguesa pela Universidade de São Paulo (USP), é autor de Gonzaga, um poeta do Iluminismo (Rio de Janeiro, Nova Fronteira, 1999), Barcelona brasileira (Lisboa, Nova Arrancada, 1999; Publisher Brasil, 2002), Bocage – o perfil perdido (Lisboa, Editorial Caminho, 2003; Imprensa Oficial do Estado de São Paulo – Imesp, 2021), Tomás Antônio Gonzaga (Imesp/Academia Brasileira de Letras, 2012),  Direito e Justiça em terras d´el-rei na São Paulo Colonial (Imesp, 2015), Os vira-latas da madrugada (José Olympio Editora, 1981; Letra Selvagem, 2015) e O reino, a colônia e o poder: o governo Lorena na capitania de São Paulo 1788-1797 (Imesp, 2019), entre outros. E-mail: marilizadelto@uol.com.br

sexta-feira, 21 de janeiro de 2022

TRANSPENUMBRA DO ARMAGEDOM, ASSUSTADOR LIVRO DE SILAS CORREA LEITE, LEIA E FUJA

 


Romance surpresa, TRANSPENUMBRA DO AMAGEDOM, de Silas Corrêa Leite

 

Depois de um romance sobre um especial menino deficiente físico, improvisado barqueiro noturno à beira da terceira margem das espumas flutuantes do rio Itararé, que conversava com as estrelas dirigindo o barco de sua imaginação chamado Faísca de Aladim (GOTO – A lenda   do reino do barqueiro noturno do rio Itararé) feito as mil e uma noites de uma nova terra do nunca;

... depois de um inusitado romance sobre um bebê especial na barriga da poderosa mãe PHD em Física Quântica contando como é, como foi, como estava sendo no selfie-service troninho barrigal (GUTE GUTE – Barriga Experimental de Repertório) cheio de graça;

... depois de um romance meio a la pensador oriental Confúcio dizendo de um homem rico que, se sentido infeliz depois de tanta luta para ser vencedor em terra de dementes, que larga tudo e vai morar na selva para mal e porcamente numa cultura de subsistência ter a paz espiritual que nunca alcançou nas batalhas da Vida numa sociedade pústula e civilização podre (TIBETE, De quando você não quiser mais ser gente);

... depois de dois místicos romances ecumênicos bem diferenciados e desparafusados, como o explosivo (feito um arauto do caos) ELE ESTÁ NO MEIO DE NÓS, e o apocalíptico e assustador (mexendo com vespeiros historiais de religiosos impérios decadentes como o exército e o Vaticano) O MARCENEIRO, A última tentativa de Cristo...

... ao final de quase trinta livros, (quase todos no site AMAZON) era de se perguntar se o atiçado escritor Silas Corrêa Leite finalmente sossegaria o facho, enquanto nesses entremeios escrevia um livro sobre Anne Frank, um outro sobre Sylvia Plath e um perigoso trabalho sobre o golpe de 2016 no Brasil; e quando se pensava que o louco poeta e ficcionista daria um tempo e lançaria mais um de poemas, seus desvairados inutensílios ou mesmo um novo porta-lapsos, ou lançaria um de contos, feito troios perigritantes ou mesmo campo de trigo com corvos, e eis que o louco de mágica mão, o escritor dá pá varrida surpreende, e tirou um circo inteiro da cartola, e veio com um romance social, O LIXEIRO E O PRESIDENTE, para assim atiçar os ânimos, a imaginação e esse fim do mundo que se tornou o país em submissão fascistoide. Pode uma coisa dessas, mortadelas e coxinhas-hipoglós?

Pensou que era só isso? Pois, durante quase 15 anos o escritor vinha na moita tocando uma espécie assim de obra paralela tenteando um livro de ficção cientifica que ele escrevia meio nas coxas, na dúvida sobre o que era, o que seria, até o nominar de um leitor beta que sacrificou o livro-bezerro-de-ouro: Ficção esquisita, louca, bizarra, ultra-pós-moderna ou coisa assim, para dizer o mínimo.

“Transpenumbra do Armagedom – Desconcertos Editora, SP, eis o cavalo de troia do autor. Pode uma coisa dessas? O livro? A começar, por não poder ou não se saber como classificá-lo. No entanto, Silas Corrêa Leite vai muito além disso, nesse “romance” do avesso do avesso do avesso.... “TRANSPENUMBRA DO ARMAGEDOM” - A HECATOMBE NA TERRA, PLANETA HEWA NUM UNIVERSO DISTÓPICO DEVASTADO POR PÓS-HUMANOS HÍBRIDOS - JATOS DE PROSA NUM UNIVERSO DE FICÇÃO CIENTÍFICA. Em mistura genial de gêneros, tons e estilos, e na verdade quebrando-os todos, entre romance de ficção científica, contos minimalistas, crônicas futuristas, poesia libertária, uma visão épica de um planeta futuro que, talvez, não seja tão distante assim. O mundo de Silas Corrêa Leite é um amálgama de cenários pós-apocalípticos, alta tecnologia, e limites morais, sociais, sexuais completamente indefinidos, interligados, complexados. Um universo muito distante. E, ao mesmo tempo, definitivamente próximo e reconhecível. Pode não se saber como classificá-lo, mas uma com certeza a obra é: um livro espetacular. Uma viagem intrincada, vertiginosa, imperdível, diz o editor.

Isso porque o autor ainda não lançou o seu chamado número um.  Lá se vão mais de trinta livros, para um eterno escritor emergente, o neomaldito da web e sua poética da tristeza, como designou Antonio Abujamra que o entrevistou no Programa Provocações da TV Cultura de São Paulo, anos atrás.

Eis o livro, eia a obra: você não vai acreditar quando ler.

Livro bom é quanto o autor ou o leitor morrem no final?

Veja o site do livro:

 

https://desconcertoseditora.com.br/produto/transpenumbra-do-amargedom-silas-correa-leite/

Contatos com o autor: poesilas@terra.com.br

Site do autor: www.poetasilascorrealeite.com.br

terça-feira, 9 de novembro de 2021

Entrevista com SILAS CORRÊA LEITE, de Itararé-SP, autor premiado de vários livros, inclusive romances que cantam Itararé em verso e prosa

 


Entre/VISTAS -  Cult News – Silas Corrêa Leite – www.poetasilascorrealeite.com.br

 

 

01)-O que é afinal, esse misterioso e novidadeiro novo livro impactante chamado TRANSPERNUMBRA DO AARGEDOM?

Resposta: Pois é, um livro louco escrito no intervalo entre uns e outros, tipo, carregar pedras pra descansar... Dez anos e, aqui e ali, humor, desamor, zumbis, marionetes, espectrogramas, hologramas, homens-máquinas, vaginas de teflon, tudo ao fim e depois de uma hecatombe que destruiu grande parte do geoide Planeta Terra que virou Planeta Hewah, o pós humanos... os sobreviventes que não conseguem morrer, o caos, o medo-rabo... tudo a ver, tudo a ler, fogos de artificio, ar com areia, árvores em órbitas no espaço, fronteiras vazadas, satélites cidades-condomínios-ilhas de ricos na órbita desgovernada, a própria transpenumbra do amagedom, ou, num neologismo, AMARGEDOR...

02)-Quais seus dez melhores livros preferidos?

Resposta:

DEZ MELHORES LIVROS DOS DEZ MAIORES ESCRITORES BRASILEIROS

1.Dom Casmurro, Machado de Assis

2.Incidentes em Antares, Érico Verissimo

3.Grande Sertão Veredas, Guimarães Rosa

4.Vidas Secas, Graciliano Ramos

5.Os Sertões, Euclides da Cunha

6.A Paixão Segundo GH, Clarice Lispector

7.A Rosa do Povo, Carlos Drummond de Andrade

8.Gabriela Cravo e Canela, Jorge Amado

9.Educação pela Pedra, João Cabral de Mello Neto

10. A espera do nunca mais: uma saga amazônica, Nicodemos Sena

 

DEZ MELHORES LIVROS DO MUNDO

1.Biblia, Vários Autores

2.Cem Anos de Solidão,– Gabriel Garcia Marquez

3.Dom Quixote, Miguel de Cervantes

4. Crime e Castigo, de Fiódor Dostoievsky

5. Em Busca do Tempo Perdido, de Marcel Proust

6.A Metamorfose, Franks Kafka

7.Ulisses, James Joyce

8.Guerra e Paz, Leon Tolstói

9.Divina Comédia, Dante  Alighieri

10. A Ilíada e a Odisseia, Homero

03)-Que livros você gostaria de escrever?

Incidente em Antares, de Érico Veríssimo. Baudolino, de Umberto Eco. Ambos do meu gosto, estilo/loucura que adoro... 

04)-Você como ledor voraz, de ler vários livros ao mesmo tempo, cite alguns que você recentemente e ficou satisfeito e feliz

Resposta: O Peso do Pássaro Morto, da Aline Bei, que fui o primeiro a fazer resenha, e o livro foi premiado, autora novata. Também reli Dois Irmãos do Milton Hatoum, que tb à época, fui o primeiro a fazer resenha, e o livro foi consagrado. Como também li, gostei muito e fiz resenha, do livro A Menina Que Roubava Livros.. me fez chorar...

05)-Todo mundo agora quer ser artista, quer ser poeta, quer ser escritor, como você avalia isso?

Resposta:  Reza a lenda que todo mundo tem que escrever um livro, ter um filho e plantar uma árvore. Eu, que plantei um filho, escrevi uma árvore e gerei um livro, acho que todo mundo tem o direito de sacar e seguir sua estrela, realizar seus sonhos, ler muito, estudar muito, pesquisar muito, e, claro, por conseguinte, também escrever um livro. Ser escritor, escritor mesmo, consagrado, elogiado, criticado, acolhido pela crítica e com o melhor juiz, o tempo julgando, é outra coisa. Mas acho justo e válido.

06)-Você parece que o único que, mesmo, produz a verdadeira Literatura Itarareense, é isso?

Resposta: Pois é, como León Tolstói preconizou, quando disse CANTA A TUA ALDEIA E SERÁS ETERNO, faço isso desde os 16 anos, em vários livros, em entrevistas, reportagens, canto, louco e falou de Itararé, terra-mãe, como também promovo a chamada Literatura itarareense, sobre tema o qual até fiz um micro-ensaio pertinente. Acredito que sou o primeiro e o que mais se apega a Itararé, tem tb o Zé Maria dos Contos, dos Causos, hoje Zé Maria de Santa Cruz dos Lopes... com quem aprendi causos, falas, expressões, humores e ricas especificidades letrais próprias de Itararé. Mas já há jovens estudando, ledores em potencial, pesquisadores ótimos, formados, lecionando, que também se apegaram a essa trilha. Como estou ficando velho, Deus deve estar renovando o estoque de loucos... e já se sabe, como digo numa trovinha antiga, do final dos anos 70,  que diz: SE DEUS É BRASILEIRO, Jesus Cristo também é, Deus do Rio de Janeiro, e Jesus de Itararé...

07)-Você saiu na grande mídia, inclusive televisiva, comente isso;

Resposta: Pois é, ao criar o primeiro ebook virtual, interativo, da rede mundial de computadores, O RINOCERONTE DE CLARICE, único no gênero, ficções com três finais, um de tragédia, um final feliz, outro surrealista ou politicamente incorreto, por ser obra pioneira, foi destaque na chamada grande mídia, tipo Estadão, Jornal da Tarde, Diário Popular, em revistas como a Revista Época e Panorama Cultural, e tb na mídia televisiva, como Jornal da Noite, Momento Cultural, Márcia Peltier, Rede Bandeirantes, e tb no Metrópoles e Programa Provocações de Antonio Abujamra da TV Cultura de São Paulo. Fora os chamados, quinze minutos de fama... como disse Andy Warhol, na década de 1960 .

Resposta:

08)-Você teve sua literatura elogiada por professores da USP e mesmo por membros da ABL-Academia Brasileira de Letras. Comente isso

Resposta: Quando lanço meus livros, envio para articulistas de renome de jornais e revistas, às vezes numa palestra aqui e ali conheço um e outro escritor, e mando também para escritores famosos, professores de literatura, para aprender com as críticas, ideias, sugestões, aprendizados eternos e necessários para se evoluir paulatinamente, até porque, segundo Bertold Brecht, tudo que está perfeito e acabado está podre. E alguns generosos escritores responderam, como Moacir Scliar, Ledo Ivo, Carlos Nejar, da Academia Brasileira de Letras, e também Oscar D´Ambrosio (que me entrevistou várias vezes na Rádio USP e indicou um poema meu para um simulado de vestibular da VUNESP),  Inácio de Loyola Brandão, Álvaro Alves de faria, Adelto Gonçalves, entre jornalistas, escritores, professores da USP. No geral, a recepção das minhas loucas abobrinhas foram legais... Mas continuo eterno aprendiz, nossa pátria, nossa língua, e, se bobearmos somos pegos pela palavra... pela frase chinfrim, pelo parágrafo bobo, pela paráfrase copiada, pela citação que não tem nada a ver com o contexto... Cinquenta anos escrevendo ainda é pouco, e uma carreira literária não se faz em poucas décadas... e tb não gosto de escrever muito tipo água com açúcar, porque isso já fiz quando tinha apenas o curso primário, aos 16 anos, em croniquetas pueris publicadas em jornais de Itararé, o que tb foi uma evolutiva escala de verdadeira escola. De lá para cá, cursos, leituras, estudos; venho tentando aprender, evoluir... Desafios...

09)-Como tem o Livro de Judas, o Livro de Salmos, o Livro de Lucas, tem um amigo seu, fanático pelo que você produz como arista – escritor, jornalista, professor, desenhista, que tb é letrista, compõe, já foi cantor, já foi até ator de teatro amador, etc – e que estaria reunindo textos profundos e filosóficos seus para um chamando de O Livro de Silas. Como você vê isso, e como tb avalia os seus chamados Fanáticos Pelo Silas, do Grupo leia Silas, como tb tem grupos tipos Leia a Bíblia, Leia Kardec, etc.

Resposta: amigos generosos, bondosos. Me ajudam, criaram uma espécie de guarda-chuva para mim, num grupo chamado de GPS-Grupo de Proteção do Silas – me alertam, me cobrem, me defendem, em agitos culturais, erros, ameaças, destratos, processos, labutas, pois tb sou um militante insurgente contra as misérias, o fascismo, as hordas corruptas de direita assacando direitos civis, direitos humanos, direitos de minorias, e, volta e meia tomo um processo, uma condenação em redes socias, vai por aí o bolero, porque acredito que não posso fazer arte que preste sendo neutro, de direita, concordato, focado em mesmices e achismos, nem corrupto impune, ou aliado ao esquema e  sistemas desses pobres poderes, nesses brasis gerais... Um filósofo, pensador, humanista, que preste, toma cicuta e se mantem na palavra dita, se levantando contra tudo e contra todos...

10)-Você ao escrever, certamente que por influência de seu familiar meio musical, artístico, cultural,, de origem e de clã familiar rico nesse fito, tem algo de filosófico, de teólogo, de educador, entre o paradoxo de ser militante de esquerda, e, ao mesmo tempo com seus humores ácidos, insurgentes, pops e cultos, pensadilhos e pensagens, como nomina. Tem algum projeto de livro mesmo sobre Educação, e sobre Humor como o melhor energético como você diz, e, mesmo dentro da sua Livroterapia, que propõe um dia de leitura na escola?

Resposta: Como leio vários livros ao mesmo tempo, diferentes um do outro, para não cansar o cérebro, também toco paulatinamente e concomitantemente vários projetos de livro ao mesmo tempo, ao longo de décadas. Como por exemplo lancei agora o livro TRANSPENUMBRA DO AMARGEDOM (Weird Fiction) , escrito aos poucos ao longo de mais de dez anos. Nesse interim e contexto, tenho um projeto de livro sobre Educação, um de ácid Humor Cult, um sobre Anne Frank, um com poemas evocando Sylvia Plath, entre outros tantos projetos de novos romances, de livros de poemas sobre a morte, de contos estranhos, de microcontos, de haicais, e mesmo um de ensaios sobre  meus ensaios, resenhas e críticas literárias.

Resposta:

11)-Se você não escrevesse feito um louco, uma fábrica de livros como diz no site

http://artistasdeitarare.blogspot.com/2015/11/silas-correa-leite-um-louco-que-e-uma.html

Você seria:

Resposta: Se eu não escrevesse muito e tanto e loucamente, para vazar meus monstros, porões, sótãos e escuridões, por tudo o que passei e sofri (passar fome, dormir na rua, quase morrer, ser processado, ficar desempregado, etc.), eu acho que nem estaria vivo mais. Adoro aprender. Viver é ser o melhor aluno possível, aprender com o humilde, o simples, os erros e acertos meus e dos que me cercam... Viver é isso. Tipo fazer a lição de casa. E que a lucidez nos proteja, porque a arte é isso, proteção, levitação, e, como sobreviveríamos mal e porcamente nesse mondo canne, sem poesia, sem música, sem teatro, e, principalmente sem as mãos limpas pra darmos orgulho à nossa mãe, à nossa terra, aos familiares e amigos que torcem por nós? Obrigado pela oportunidade.

CULT NEWS

La-goeldi@bol.com.br

 

 

 

sábado, 6 de novembro de 2021

Livro louco e fora de série, TRANSPENUMBRA DO AMARGEDOM, de Silas Corrêa Leite - o melhor livro do escritor

 


Release

Livro assustador “TRANSPENUMBRA DO AMARGEDOM”, fantástica literatura de ficção Científica (“New Weird Fiction”) de Silas Corrêa Leite, bancado pela Desconcertos Editora de SP.

“Em uma planície//Eu sou a ausência//da planície.//Esse é//sempre o caso.//Onde quer que eu esteja,//Eu sou o que falta(...)//Quando eu caminho//Eu fendo o ar//e, sempre,//o ar se move//para preencher os vãos//onde meu corpo estivera(...)//Todos nós temos motivos//para nos movermos.//Eu me movo//para manter as coisas inteiras”.// (Mantendo as coisas inteiras, de Mark Strand, tradução de Lucas de Lazari Dranski)

A “Desconcertos Editora” acaba de colocar em pré-venda de lançamento, o primeiro livro de fantástica ficção científica escrita ao longo de dez anos por Silas Corrêa Leite, já autor de outros sete livros, inclusive romances, mas não deste gênero, e que, segundo ele, é primeiro, único e último, pelas dificuldades de escrever, encontrar palavras, tramas, nos seus jorros neurais todos dessas narrativas diferenciadas, a priori tachada de New Weird Fiction, curto e grosso, ficção esquisita, tipo, um pesadelo muito além do fim do mundo...

Breve Análise da obra, de um chamado Leitor Beta: TRANSPENUMBRA DO AMARGEDOM – Livro de fantástica ficção cientifica: Planeta Hewah. - Gian Celli Gianpaolo(*)

1 – Um apresentação de fogos de artifícios, pós-moderna; Multiplicidade de narrativas.

1.2 –A obra em questão, é uma obra de “New Weird Fiction”; um estilo que produz criaturas mutantes, personagens que não são totalmente humanos. Alguns têm mutações orgânicas, outros, partes mecânicas, inclusive de plástico como partes do corpo. As diferenças são quase como metáforas de nossa própria vida, de como vemos o mundo. A New Wieird Fiction surgiu na década de 90 com a ideia de subverter conceitos, combinando elementos da ficção científica, horror e fantasia, não seguindo convenções ou exemplos estereotipados.  Apesar de toda essa bizarrice, as descrições se utilizam de palavras estranhas, termos inventados e analogia bizarras para as descrições, tipo, um pesadelo.

2 –Toda a nova-história dessa pós ou trans-humanidade, como o “Último poema da espécie humana”, localizado dentro de uma arca de porcelana de titânio, trazendo ideia de uma dobra pandimensional.

3 –Poesias, contos poéticos, pequenas colocações xistosas e alguns textos mais longos. A maioria deles dando ideias e criando imagens na mente do leitor. Narrativas quase jornalísticas, sendo assim uma história com essa trama, personagens e outros elementos que aguçam a curiosidade. Tramas, personagens, reviravoltas... O último estertor, acabando a bateria, os fluidos, etc, dando, inclusive, chance para um possível segundo livro, no mesmo outro no estilo deste, ou, se por acaso o mesmo fosse achado por outra civilização que o religasse. Cria um vínculo de empatia com o leitor.  Às vezes até subtramas, dentro do estilo New Weird Fiction, isso sem contar a Distopia. Um romance de contos entrelaçados, e pertinentes; a história dessa trans-humanidade do início ao fim... Haverá um segundo livro, o fim continuará? - Gian Celli Gianpolo – Editor, escritor, tradutor, leitor crítico, leitor beta e estudioso de mitologia – SP - E-mail: giancelli@yahoo.com

Diz o Editor Claudinei Vieira:  Lançamento de um livro assustador: “Transpenumbra do Amargedom – Desconcertos Editora, SP

Um livro muito especial. A começar, por não poder ou não saber como classificá-lo. No entanto, Silas Corrêa Leite vai muito além disso. “TRANSPENUMBRA DO AMARGEDON” - A HECATOMBE NA TERRA, PLANETA HEWA NUM UNIVERSO DISTÓPICO DEVASTADO POR PÓS-HUMANOS HÍBRIDOS - JATOS DE PROSA NUM UNIVERSO DE FICÇÃO CIENTÍFICA. Em mistura genial de gêneros, tons e estilos, e na verdade quebrando-os todos, entre romance de ficção científica, contos minimalistas, crônicas futuristas, poesia libertária, uma visão épica de um planeta futuro que, talvez, não seja tão distante assim. O mundo de Silas Corrêa Leite é um amálgama de cenários pós-apocalípticos, alta tecnologia, e limites morais, sociais, sexuais completamente indefinidos, interligados, complexados. Um universo muito distante. E, ao mesmo tempo, definitivamente próximo e reconhecível. Posso não saber como classificá-lo, mas uma coisa sei com certeza: é um livro espetacular. Uma viagem intrincada, vertiginosa, imperdível.

Editora: - Link de lançamento da Editora:

https://desconcertoseditora.com.br/produto/transpenumbra-do-amargedom-silas-correa-leite/

Dados da Editora:

https://desconcertoseditora.com.br/produto/transpenumbra-do-amargedom-silas-correa-leite/

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(*)- Pós Scriptum:

Uma das características mais interessantes da Weird Fiction é sua difícil capacidade de classificação. Parece paradoxal? E é: num mundo cada vez mais governado pela “marketabilidade”, onde tudo tem de ter um rótulo, a ficção weird é uma das mais difíceis de encaixar em classificações de gênero literário.

https://blogdaboitempo.com.br/2015/01/30/weird-fiction-essa-forca-estranha-parte-ii/

Nova onda atualiza a literatura fantástica - THALES DE MENEZES - ESPECIAL PARA A FOLHA DE SÃO PAULO

Cuidado. Você pode ler por aí que "new weird" ("nova esquisitice") é um recém-nascido movimento da literatura de fantasia e ficção científica, o futuro desses gêneros, espécie de nova onda depois do cyberpunk surgido nos anos 80(...). Desconfie. "New weird" não é nada disso. Ou talvez seja. Os fóruns de discussão pipocam na internet, totalmente inconclusivos. Algumas facções até defendem que o "new weird" não existe. Mas ele está aí. O desafio é classificá-lo. Não se trata de um movimento. Um manifesto "new weird" não teria sentido. Afinal, os escritores arrolados sob esse rótulo não estão dispostos a ditar regras. Eles querem, na verdade, quebrar todas elas. Explicando: o que caracteriza esses autores é a mistura ilimitada de gêneros. Aos elementos tradicionais da ficção científica, eles agregam thriller político, romance histórico, personagens reais, faroeste, diários de viagem, policial noir e o que mais estiver à disposição. Tudo para libertar a literatura fantástica dos clichês que infestam hoje as prateleiras de livraria dedicadas ao gênero.

https://www1.folha.uol.com.br/fsp/ilustrad/fq1803200617.htm

sexta-feira, 16 de julho de 2021

CAVALOS SELVAGENS, novo romance de Silas Corrêa Leite, já nasce um clássico

 


Lançamento

Cavalos Selvagens, o novo romance de Silas Corrêa Leite, de novo surpreende, cativa, emociona.

“...quem somos nós, autointitulados humanos, senão meros cavalos passando de mão em mão e servindo como veículos para que a vida possa escorrer por meio de nossas existências? – Roberto Damatta

-Como em seus outros diferenciados romances anteriores, o polímata Silas Corrêa Leite de novo se supera. Seu novo livro, bancado pela LetraSelvagem (SP) e Kotter (PR) - Editoras que inauguram parceria de coedição - começa como se em um thriller desesperado e assustador, já iniciando a própria dicotomia que funda a obra como um todo, feições entre a vida morrendo e a morte nascendo, nesses entremeios o medo, o desespero, revisitanças, mais doces e amargas memórias, passagens de vidas a limpo, a corrida contra o tempo, desvãos de almas, tudo isso partindo de uma doença fatal, da capital, para o interior, mais precisamente Itararé, sudoeste do Estado de São Paulo, divisa com o noroeste do Paraná, e ali finca-se o palco do romance em que o cavalo selvagem pode ser apenas uma metáfora de tudo o que somos, como em Hamlets, carnicentos e afins. Diz o rock Cavalos Selvagens “A infância é algo fácil de viver(...)/Você sabe que não posso deixar você deslizar pelas minhas mãos(...)/Cavalos selvagens não conseguiriam me levar embora(...)/Eu assisti você sofrer uma dor lancinante(...)/Nenhuma saída ligeira ou falas nos bastidores(...)/Podem me fazer sentir amargurado ou lhe tratar com grosseria - Wild Horses, (Composição de Keith Richards / Mick Jagger).

O livro em si, como se sob o foco dessa música, quando o autor, mais dez anos atrás escreveu esse romance que, como todas as obras dele, partem de um situação inusitada, crucial, quando não fatal, para o desenvolver do enredo como um devaneio de jorros neurais criando em disparada; como em Cavalos Selvagens romance que, mais uma vez, revela o escritor, blogueiro, professor e escritor premiado, surpreendendo pelo estilo, também ele mesmo um cavalo selvagem, nessa manada contemporânea de idiotas entre hordas fascistas em tantos estábulos de uma manada alienada. Nesse romance meio macunaímico pelas reviravoltas, narrativas sobre uma vida que vai findar, uma vida que acaba de nascer, e nesse prisma Silas Corrêa Leite focaliza o fio da trama, e vai tecendo rumos romance a dentro, o local ermo, a vida se esvaindo, o sangue de seu sangue que brota no rancho ermo sem recursos, uma charneca, e o personagem principal, um executivo sedentário que nem sabe fritar um ovo ou lavar um lenço, tem que cuidar de um recém-nascido, perseverar e preservar a vida do único remanescente de seu clã na face da terra, condenado que está. Como não se perturbar lendo, como não acompanhar a arte do escritor, ora a galope nas circunstancias terríveis e terminais, ora amansando a fera do momento, como parte do rebanho. No prefácio, o reconhecido literato, Joaquim Maria Botelho (ex-diretor da UBE-União Brasileira de Escritores) já bota água na fervura, bota fogo no chão, e apresenta o livro e o escritor dizendo, entre outras coisas: “O texto de Silas Corrêa Leite não é texto de quem vai à esquina, comprar fósforos para acender o candeeiro, com tempo, antes que escureça. É texto de quem vai longe, num andamento agalopado, meio frenético até, levar uma notícia que não pode esperar. Nessa corrida, é como se o exagero de ar batendo na cara da gente sufocasse, de tanto pensamento, de tanta reflexão, de tanta posição tomada. O leitor é o cavaleiro, no lombo dessa narrativa de aparente atropelo(...). No caminho, a cavalgada solitária leva a meditações e faz a realidade transitar para o sobrenatural. E surgem as assombrações, os medos atávicos que nos perseguem desde as cavernas mal iluminadas, antes da invenção do fósforo e do candeeiro. E lá se vai o mensageiro, metido em suposições e mistérios”. Prepare-se: você vai entrar nesse livro, ou, nessa baia, por assim dizer, e se sentir sobre o cabresto da leitura e o pelego das contações, talvez também se revelando um cavalo garraio se olhando no espelho da espécie, nas aparências que ficam, que foram, que virão. CAVALOS SELVAGENS é isso: um romance para você montar nele e curtir a narrativa, pois a “vidamorte” mesmo pode ser só isso, uma corrida contra o tempo, contra o tal final feliz em que todos morrem, já que o que o maior desfecho pode ser um páreo duro de saber, mas bonito de se ler e se situar, se sentido parte do cocho que, afinal, pode ser isso que rotulam de existir. Temos, dessa forma, num romance ultra contemporâneo e pós-moderno, drama e suspense reunidos em um só livro... quando a morte é o grande eixo da trama, talvez seja melhor desmontar da pose e pegar gosto na cavalgada da leitura.

Clarice Lispector disse: “O mistério do destino humano é que somos fatais, mas temos a liberdade de cumprir ou não o nosso fatal: de nós depende realizarmos o nosso destino fatal. Enquanto que os seres inumanos, como a barata, realizam o próprio ciclo completo, sem nunca errar porque eles não escolhem. Mas de mim depende eu vir livremente a ser o que fatalmente sou. Sou dona de minha fatalidade e, se eu decidir não cumpri-la, ficarei fora de minha natureza especificamente viva. Mas se eu cumprir meu núcleo neutro e vivo, então, dentro de minha espécie, estarei sendo especificamente humana. (in, “A paixão segundo GH”)

Eis o romance CAVALOS SELVAGENS, eis a fatalidade romanceada entre a ração, a razão e o chicote da vida abrindo veredas, trilhas, iluminuras, vertentes e histórias cavalares.

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BOX:

Link para compra e informações sobre o autor e o livro:

 https://kotter.com.br/loja/cavalos-selvagens-silas-correa-leite/

Kotter Editorial

Rua das Cerejeiras, 194 – Curitiba, Pr

Telefone: +55 (41) 3585-5161

Email: contato@kotter.co

Autor: poesilas@terra.com.br

Pedidos de livros também podem ser feitos pelo e-mail: atendimento@kotter.com.br

quarta-feira, 6 de novembro de 2019

Triângulo de Fogo, Romance Infantojuvenil de Carlos Augusto Segato, Giselda Laporta Nicolellis e Rosana Rios


Breve Resenha Critica

 

“Triângulo de Fogo”, um belo romance infanto-juvenil escrito a seis mãos

 

A Coleção Jabuti, da Editora Saraiva, há décadas brinda seu seleto público juvenil com belíssimos livros cults de qualidade e emoção, dezenas deles já clássicos entre jovens, e entre todo acervo algumas obras de Carlos Segato, já autor de vinte livros. Este “TRIANGULO DE FOGO”, foi escrito a seis mãos, em coautoria com Giselda Laporta Nicolelis e Rosana Rios.

A literatura infanto-juvenil é um ramo da literatura dedicado especialmente às crianças e jovens, sendo fundamental para que crianças travem contato com os livros desde cedo, acostumando-se com sua textura, seu formato, seu cheiro e seu maravilhoso universo de possibilidades.

Nesse contexto, Carlos Augusto Segato faz bonito desde 1987, pois escreveu vários livros já com edição esgotada, lançados pela Editora Moderna, Atual Editora, Editora Palavra Mágica, Escala Editorial, Editora Positivo, Saraiva, entre outras.

O romance TRIÂNGULO DE FOGO que pega você pela palavra, quando passa um roteiro de filme na sua cabeça, daqueles que você não quer parar de assistir. A história, bem movediça, se assoma quando jovens deparam com um mundo de ambição, corrupção, tráfico e assassinatos. O velho João Carlos Lorquemad, o JCL, homem rico e influente, morre em um incêndio. Quando a família se reúne para o funeral e para discutir a divisão dos bens, os netos do de-cujus, adolescentes curiosos, acabam ouvindo conversas estranhas, assuntos como sobre divisão de bens, possíveis suspeitos (caso o incêndio no casarão não tenha sido um simples acidente...), fatos políticos embaraçosos e coisas do tipo. Ousados, resolvem investigar por conta própria a morte do querido avô. A partir daí ocorrem fatos estranhos, perigosos, revelando um mundo de ambição, de corrupção, de tráfico e de assassinatos. Você segue a leitura numa narrativa ora de romance policial, ora de pura ação, com um toques de terror, e anseia descobrir o que de fato aconteceu. A investigação ganha nova força quando dois policiais audaciosos também entram em ação. Acidente ou crime premeditado? Mistério! O que está por trás do incêndio e da morte do velho empresário com tanta influência política? Desde o início, os três primos, Henri, Fausto e Ingra acharam o incêndio muito mal explicado.  O livro é divertido, cativante, cheio de mirabolantes reviravoltas, revelações, situações de riscos, mentiras, tramas ocultas. Um repertório de criação e tanto. Uma narrativa que prende a atenção do leitor do começo ao fim nas suas 184 páginas. Aliás, daria um belo filme infanto-juvenil, mas que também agradaria a todos os públicos. Em cada página uma descoberta, um mistério, um novo personagem, uma surpresa, um novo elemento na trama: o bendito/maldito e complicador “triângulo de fogo’, uma certa seita secreta, etc e tal. De perder o fôlego. Romance cativante.

Para variar, e isso é interessante e datado, pois o que surpreende ainda por cima é que o livro começou num ocasional desafio entre os autores amigos, uma troca de e-mails, depois um encontro, depois, tipo um começa, outro continua e todos terminam, e assim a própria feitura do livro é uma bela história nesses tempos de tantas infovias que levam, trazem, focam, trocam e acrescentam arte e cultura.

A Rosana Rios (escritora, ilustradora, arte-educadora e roteirista brasileira) teve a ideia; a Giselda Laporta começou (escritora com mais de cem trabalhos, entre livros infantis e juvenis, ficção, poesia e ensaio), escrevendo o primeiro capítulo, e Carlos Augusto Segato tocou no mesmo ritmo e foco. E assim foram, num revezamento tríplice ao longo de 21 capítulos até o final, desembocando neste já clássico de literatura contemporânea. Que conta com as ilustrações expressivas e marcantes do artista plástico Henrique Kipper (ilustrador gaúcho consagrado, vencedor do prêmio HQMIX), carregando nas tintas e criando uma atmosfera sombria que faz um diálogo perfeito com o texto.

Livro recomendado para crianças, jovens e adultos, e também aos mestres educadores para leitura e indicação aos alunos. Li de uma pegada só. E cada vez ficava mais curioso com a revelação seguinte, a página seguinte, o personagem seguinte, o mistério seguinte, o perigo seguinte, eles todos se entrecruzando, até o final que, ponhamos, foi literariamente um achado.

Bravo!

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Triângulo de Fogo

Editora Saraiva, Coleção Jabuti



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Silas Corrêa Leite, Professor, Jornalista e Escritor. Autor de O LIXEIRO E O PRESIDENTE, romance social, Sendas Edições, Curitiba, Pr, 2019. Contatos: poesilas@terra.com.br

 

terça-feira, 29 de outubro de 2019

O Escritor Carlos Segato Comenta sobre o Livro O LIXEIRO E O PRESIDENTE, de Silas Corrêa Leite


Carlos Segado Lixeiro e o Presidente

Prezado Silas Corrêa Leite

Acabei a leitura do seu divertido "O lixeiro e o presidente". Dei muitas risadas e relembrei alguns casos, infelizmente indigestos, como muito do que se refere ao governo do FHC.
Gostei muito.

Achei o texto um pouco fragmentado, o que é um desafio a mais para o autor, já que quebra aquela sequência clássica da narrativa.

Por outro lado, os diálogos parecem cair para uma prosa em forma de teatro.

Minha preferência, ao escrever (e aí é uma questão pessoal, assim como a questão da fragmentação), é por um equilíbrio entre o diálogo e a descrição. Mas aí é o desafio que cada obra se impõe, e você é um conhecedor da matéria.

No mais, me diverti bastante. As referências, os termos da nossa região, mesclados com a fala irreverente do Severino, que é uma grande sacada como personagem, tornam o texto muito interessante, e o surgimento, aos poucos das mazelas do governo FHC (em contraponto quase trágico), dão um bom tempero ao livro.

Obrigado pelo envio do livro O LIXEIRO E O PRESIDENTE e parabéns! 

Grande abraço literário, meu amigo!

CARLOS SEGATO(*)

Breve currículo:

(*) - Carlos Augusto Segato (Itapeva, 1960) é um escritor brasileiro. Trabalhando como analista de TI do Banco do Brasil, estreou na literatura com a publicação de "A morte do Conde", em 1987, pela Editora Moderna. Mora em Brasília desde 1999 e já publicou histórias infantis conhecidas em todo o país como "A terra das coisas perdidas" (Atual Editora, 1994), "Um rato na biblioteca" (Atual Editora, 1995) e "Resgate de Amor" (Quinteto/FTD, 1996). Em 2008, publicou dois livros: "Yacamin, a floresta sem fim" (Giz Editorial, 2008) e "O raposo e as luvas" (Positivo, 2008). Em 2012 publicou "A última flor de abril" pela Editora Saraiva, em parceria com o escritor mineiro Alexandre Azevedo, chegando à marca de dezenove livros publicados em 25 anos de carreira. Em julho de 2019 saiu seu vigésimo livro, "Pretérito mais que imperfeito", o segundo em parceria com Alexandre Azevedo, pela Editora Bagaço, de Recife



segunda-feira, 28 de outubro de 2019

Tibete, Romance, de Silas Correa Leite, resenha crítica de Marcelo Pereira Rodrigues


Silas Corrêa Leite e o seu Tibete particular
Por Marcelo Pereira Rodrigues (MPR)*

Silas Corrêa Leite é um ser performático. Professor, profícuo escritor, jornalista, agitador cultural, comentarista político nas redes sociais, comunista e visionário, seus escritos por vezes se travestem de verborragias e um desejo muito natural (propício a todo artista que se preze, de aparecer). No bom sentido do termo. Mas é aí que surge o contraditório: nos tempos atuais, onde as pessoas se importam mais com a forma do que o conteúdo, em que beldades se auto intitulam atrizes e onde youtubers colecionadores de likes viram celebridades e consequentemente escritores, qual o espaço para verdadeiros escritores, de almas atormentadas, desses que escrevem com sangue, como bem sugerido por Friedrich Nietzsche (1844-1900)? Pois este é o dilema de Silas, a partir da leitura que fiz de Tibete, de quando você não quiser mais ser gente. Com uma advertência na capa: Destruam este diário ou destruam suas vidas. Publicado pela Jaguatirica, em 2017, o livro possui 381 páginas.
Na obra, um homem se retira do mundo e vai viver em um sítio em Itararé – SP. Através de um cotidiano ordinário, vai purgando as suas angústias e sobressai o lirismo de versos bem construídos, letras de músicas que evocam a Raul Seixas, chistes e aforismos poéticos que fazem da leitura um exercício prazeroso, pois a diagramação da obra é bastante convidativa. À medida em que vamos acompanhando o cotidiano deste matuto, vamos subindo as nossas montanhas e estranhando o povo que insiste em ficar na planície. Metáfora do excepcional A Montanha Mágica, de Thomas Mann? Se não temos a verticalidade do sanatório de Davos, a horizontalidade do sítio, o amor do homem pelos bichos de estimação e os cuidados com os afazeres práticos nos conduzem pela mão, como a mostrar generosas relações interpessoais, quando acontecem. O sujeito estranho a este mundo faz o seu diário com trocadilhos, e tem uma visão aguda sobre a corrupção das pessoas. Faca quente cortando a manteiga. O ermitão sabe bem dar o seu recado. Pessoalmente, esse cenário rural me é familiar, e como escritor apresentei ao mundo das letras Arioswaldo, personagem do romance O Filósofo Idiota.
Como toda excelente obra, Tibete... não é conclusiva, e me deixou com a pulga atrás da orelha, e assim pretendo continuar, sobre ser o matuto o alter ego do escritor. Tudo isso devido ao nome Ivo Gabriel Moura Scarpelli. Por favor, autor: não me esclareça! Entre a vida e a arte, escolha a verdade da arte, como bem indicado por Oscar Wilde (1954-1900). Adendo: verdadeiramente, o ano de 1900 foi detestável: perdemos dois gênios. Nietzsche e Wilde.
Que o autor continue com a sua subida (vertical ou horizontal), que escreva para continuar purgando seus sentimentos e que encontre bons leitores. Certamente os do q da qualidade em detrimento aos q da quantidade, pois, como sentenciado por Nietzsche: “Alguns nascem póstumos! ”.
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Marcelo Pereira Rodrigues (MPR) é filósofo e escritor, autor de 12 livros, tendo publicações no Brasil, Portugal, Espanha e América Latina. Editor da Revista Conhece-te, que existe há 18 anos e meio com periodicidade mensal.

terça-feira, 17 de setembro de 2019

Resistir é Refletir, livro de ensaios temáticos de Márcia Moussalem


 

 

Artigo/Breve Resenha:

 

Resistir é Refletir - Socióloga Márcia Moussalem lança livro de ensaios sobre temáticas contemporâneas

 

“Fazemos parte de um sistema de forte ideologia dominante que desumaniza e nos rouba a alma, dando lugar ao individualismo, competição, poder, ganância, desigualdade, exclusão e violência.”. (in, A CULTURA CRUEL DOS ADÃOS E A RESISTÊNCIA DAS EVAS, Márcia Moussalem, citado in, “Pensatas, Ensaios Literoculturais” de Silas Corrêa Leite)

 

-Nesses tempos tenebrosos de muito ouro e pouco pão, de muitas atrocidades e pouca razão, de um fascismo no cio e de uma horda empoleirada em todos os podres poderes mal constituídos, em que a ética sóciocomunitária de inclusão social faliu e os imbecis ditam as regras funestas de um câncer neoliberal, em que a justiça é midiática e a mídia abutre viceja o despotismo e a impunidade por atacado, resistir é preciso, e também refletir é a soma de todas as esperanças e valores, por isso, muito oportunamente a Mestra e Doutora Márcia Moussalem, juntando sua fé num humanismo de resultados à obras de quilate, de vida e produção intelectual datada de registro de seu espaço e lugar, lança um livro que bem registra e retrata esse nosso tempo de lucros impunes, de riquezas injustas, de insanidade de todos os teatros maléficos de totens de nosso “capitalhordismo americanalhado! Nesse propósito é seu livro “RESISTIR É REFLETIR”, Editora UNI, SP, 182 pgs.

-Com nossa frágil e drenada Democracia usurpada, com constituição violada, com a violência, o quinto poder, ferindo as instituições e a própria constituição, carta magna, em portentosos textos, artigos, opiniões e ensaios a autora, como bem diz Viviane de Paula, Professora de Direito, na quarta capa da obra, vem cumprir seu papel de cidadã e reforçar as trincheiras da legalidade, pois resistir é preciso, e refletir sobre também.

-Uma coletânea de textos variados sobre a sociedade contemporânea, em dezesseis anos de opiniões e artigos publicados no jornal Folha de São Paulo, no Observatório do Setor, em outros portais e jornais, selecionados criteriosamente que foram para retratar questões desses nossos tempos, e na página 7 já demonstra o que a obra como cenário, palco e mosaico propõe: “Eu decidi ser eu e nunca mais voltar atrás” (Carina Fuentes) e “Nunca soube o que é o medo. Tenho o mágico segredo de conquistar o impossível” (Dom Quixote”. As narrativas do livro nesse fulcro seguem e mostram a peleja da autora, professora universitária, entre outras coisas e estudos que a qualificam.

-Discorrendo sobre os mais variados temas bem atuais, que vão de delineamentos sobre acultura atual dos Adãos e a resistência das Evas, passando por áreas como Artes, defesa da vida (descriminalização do aborto), o Brasil que sangra, as eleições, a América Latina e seus muros , lutas e resistências, as redes sociais, a questão das drogas, educação e escola sem partido (a formação de zumbis), passando por juventude, cidadania, movimentos sociais, terceiro setor, o saber popular, o silêncio das virtudes, findando em a importância dos livros na transformação, a luz da Amazônia (projeto Vaga Lume), ou, ainda, tópicos como rebelar ou obedecer, socialismo e qualidade de vida, sustentabilidade e empreendedorismo, o interessante livro engloba várias prismas, setores e referências, além de, generosamente ao final indicar filmes e sites que reafirmam e sustentam esses nossos tempos e sobre as teses  em que a autora se fundou com gabarito acadêmico e intelectual nesse propósito.

-Às páginas 33 do referido livro Márcia Moussalem pontua: “O momento de barbárie que estamos passando em todas as dimensões da vida é assustador. Porém, é nesse cenário real que uma parte dos seres humanos inseridos nessa selvageria resiste e luta em busca da construção de outro mundo. Os outros, por outro lado, se encontram em um estado de hipnose, ignorância e apatia profunda”(...) (América Latina: Mudos, Lutas e Resistências).

-Nesse enfoque, a autora com seu severo e precioso olhar foca as questões todas, que muito criteriosamente analisa, sem ser exatamente acadêmica, mas tendo a precisa e preciosa visão ético-humanista desses nossos tempos, e assim assenta e registra sobre seu momento e lugar de ser, confirmando suas reflexões muito além da militância, sempre com sentido de resistência, insurgência e testemunho desses tenebrosos tempos contemporâneos.

-“Escrever sobre temas polêmicos é necessário para a reflexão coletiva, mesmo em tempos de cegueira, ignorância e violência”, diz Márcia Moussallem, e acrescenta: “A ideia é estimular o leitor a refletir sobre questões que envolvem a sua vida, a coletividade em que está inserido e os impactos na sociedade”, acrescenta.

-Leia e resista também. Leia, pense, sinta e reflita sobre. Como somos todos “dos filhos deste solo”, e como a ordem é para alguns, o processo é para uma elite, e o retrocesso institucional geral, o livro documenta, fomenta resistência numa soma de tentarmos – a arte como libertação – livrarmos o Brasil da escória que fede no poder.

-Juntos somos fortes. Quem escreve faz a história tomar tento e acontecer.

-Salve limpo pendão da esperança.

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Silas Correa Leite, professor, blogueiro e escritor, Conselheiro em Direitos Humanos e Cidadania


Autor de ‘O LIXEIRO E O PRESIDENTE”, Sendas Edições/Kotter Editorial, Curitiba-Pr.

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RESISTIR É REFLETIR

Márcia Moussalem, Editora UNI, 2019



 

 

quarta-feira, 28 de agosto de 2019

Romance Social O LIXEIRO E O PRESIDENTE, de Silas Correa Leite, Lançamento


 

 

Lançamento, Romance Social

 

Lançamento do livro O Lixeiro e o Presidente, de Silas Corrêa Leite

 

O Lixeiro e o Presidente

 

Mais do que um chamado “romance social” datado, crítico, irônico e destroçador, além de ser mais uma obra polêmica e diferenciada do autor, “O lixeiro e o presidente” tem tom de denúncia, de apontamento, investe na reconstrução sistêmica por meio da ironia e de outras escol(h)as literárias para, a partir desse lugar de fala/escuta da literatura levantar material histórico e repensar o espaço público. O LIXEIRO E O PRESIDENTE por meio de memória histórica/política/literária possibilita repensarmos aquilo que é/seria o agora da vida no âmbito público, mediante as vigas históricas desse finito, ou sistema que o antecede (…) “O lixeiro e o presidente” tem uma narrativa difícil de catalogar; seu gênero textual torce a ideia de romance e se aproxima da crônica, e do texto acadêmico, pois também é teórico. Um aspone ao lado de um Fernando Dois (e de “Fernando em Fernando o Brasil foi se ferrando”, disse o poeta), contando como é, como foi. Lixos, desmandos, bastidores e acontecências de um Palácio do Planalto em que a faixa presidencial foi literalmente jogada no lixo, e o real do plano econômico foi um embuste, sustentado por privatizações-roubos, (privatarias), moedas podres, engavetamentos de denúncias, entre achismos e mesmices de dentaduras, nhenhenhéns e outras falcatruas palaciais. O LIXEIRO E O PRESIDENTE vai botar a boca no trombone. Salve-se quem puder. Prepare-se. Entre pela porta dos fundos da história e remexa o lixo antes que proíbam o perigoso livro.

Inverno 2019 - ISBN: 978-65-80103-30-0

198 págs. Selo SENDAS da Kotter Editora, Pr


O AUTOR:

Silas Corrêa Leite

Poeta e escritor premiado nas horas vagas de reger aulas vivas, um criador que vaza pensares sobre seu tempo tenebroso (Brecht), sentidor e inventariante de incêndios, o autor Silas Corrêa Leite, zen-boêmico pela própria natureza, sonha consertar discos voadores, e, como disse no Programa Provocações da TV Cultura, de Antonio Abujamra, “corta os pulsos com poesia”. Plantador de livros polêmicos e diferenciados, acredita na arte como libertação, escreve alucilâminas, desvairados inutensílios e bulbos da sociedade pústula, ganhou prêmios de renome, consta em antologias e sites importantes, até no exterior. Sua frase predileta é “Feridos Venceremos”.  O LIXEIRO E O PRESIDENTE é apenas um relato dessa turva terra brasilis, feito antena da época (Rimbaud), pois, parafraseando Caetano Veloso, “desperto ninguém é normal”, e, se toda a história é remorso (Drummond), nesses bicudos anos neoliberais de muito outro e pouco pão, somos todos animais perante a lei, mas o homem-animal-político (Aristóteles) berra as sequelas sociais do ódio customizado, pois, como cantou Cazuza, os imbecis estão no poder, e o fascismo que sempre está no cio (Maiakovski) fede. Contar é preciso. Salve limpo perdão da esperança? A arte como libertação. O LIXEIRO E O PRESIDENTE como registro e delação. 

Contatos com o autor: poesilas@terra.com.br