Arte e Cultura de
Itararé nos 120 Anos de Aniversário
Primeira Feira
de Literatura Itarareense, Dia 23 de Agosto no Teatro Sylvio Machado
I
Feira da Literatura Itarareense
Evento
acontece às 19h30 do dia 23 de agosto
Através de parceria
realizada com o Elos Clube e o Centro do Professorado Paulista, a Coordenadoria
de Cultura da Prefeitura Municipal de Itararé e o curso de Letras das
Faculdades Integradas de Itararé apresentam a I Feira de Literatura
Itarareense, que compõe parte das homenagens aos 120 anos do município. Na
mesma noite, o evento promove uma série de atividades destinadas ao público
literato:
- Declamação de
trechos do CD "Itararé na Poesia", coordenado pela ilustre Tere de
Jesus Mello Martins em 2008; Apresentação de novas produções literárias locais;
Intervenções teóricas sobre gêneros literários;
- Lançamento do
livro de crônicas "Instantâneos", de Dorothy Jansson Moretti, e
bate-papo com a autora;
- Lançamento do
livro de poesias "Desvairados Inutensílios", do escritor Silas Correa
Leite, e bate-papo com o autor;
- Exposição de
poesias; Sessão de autógrafos.
De acordo com o
Coordenador Municipal de Cultura, Murilo Cleto, "o objetivo do evento é
valorizar simultaneamente as produções literárias locais do passado e do
presente, num intercâmbio entre o universo acadêmico e a comunidade gestora
dessas obras, que representam a materialização do intangível, neste caso, o
amor por Itararé", disse.
Confira o release
dos livros lançados no evento:
‘Instantâneos’,
Crônicas, de Dorothy Jansson Moretti
Instantâneos é a
fotografia textualizada dos momentos vividos por esta sensível observadora da
vida e das circunstâncias que sua memória registrou e transformou em saborosos
relatos. A leitura das crônicas Instantâneos, além do prazer que nos
proporciona seu conteúdo fluente e escorreito, nos transporta à infância, aos
tempos pacíficos do apito dos trens na hora certa, as festas na praça, da
música nos coretos, da bola-de-meia, dos pés descalços na grama molhada, dos
mergulhos nas águas turvas do rio, das pandorgas e papagaios coloridos que
soltávamos no espaço enfeitando o céu como saudação à liberdade, num tempo sem
bullyings, sem bandidos e sem as violências da atualidade.
E não vamos
enumerar aqui esta ou aquela crônica, mas assegurar que todas elas são diamantes
do mesmo quilate; testemunhos inquestionáveis do enorme talento da autora de
Instantâneos, livro onde o passado e o presente se encontram na fotografia
indelével das palavras. O leitor comprovará isto quando ele chegar às suas
mãos.
‘Desvairados
Inutensílios’, Poemas, de Silas Correa Leite
Desvairado já é uma
perdição, Inutensílio um neologismo que por si só diz de quase uma errança até,
pós “Porta-lapsos” (o primeiro livro de poesia do autor). Da “poética da
tristeza” a uma espécie de ópera rock, no pragmatismo paradoxal de criar o
vice-versos, o livro é um tabuleiro de macadames. Se, do jazz nasce a luz, como
prega o próprio autor, premiado em verso e prosa, na obra ele destila o verbo,
o impropério, o haikai, o terceto – Silas e suas “Siladas” -e, ainda,
contentezas, em insights e closes poéticos, além de twitter-poemas. Fazer humor
é coisa séria, no labirinto socrático das contundências. O Poeta é o ladrão do
fogo, dizia Rimbaud. Misturar umas e
outras pode dar nisso, um desvario literário. Misturar microcontos, pensagens
(pensamentos-mensagens), letras de rock ou blues elípticos (para ler, cantar,
chorar), pode dar em ideia caudalosa, livral. Tudo isso cabendo nesse pocket-book
como mixórdias letrais, toleimas, risos, barulhanças, voações e cantárias de
ócios do oficio, pérolas aos poucos; cantagonias, pensadilhos
(pensamentos-trocadilhos), sempre barbarizando o chamado “fazer poético”, ora
em vislumbre niilista, ora saudoso, lustral. Inventar o inexistente é a ideia
primordial de Silas Correa Leite, feitio dele. Surpreender. Evocar. Tocar
sentimentos e também provocar o lado sentidor de cada leitor. Antagônico,
epifânico, boêmico, ou anárquico-sentimental e com autoironia. Díspare.
Esse é o projeto do
livro. Loucura e farsa. Tormentos e malabarismos criacionais. Infância
deslavada (em rebeldias com guloseimas). Repúdios e disparates. Pirilâmpadas e
acelerações de proximidades, com partículas de luz. Um convertido neobeatnik
cervejólogo em tenebrosos tempos pós-modernos?. O autor conhece bem o lado
doloroso da sobrevivência humana, ainda que tenha um sentimento profundo como
fuga, no poetar entre a arte risadora, e as tentativas de abismos, por isso
mesmo traz pertencimentos, entre achadouros e chorumes; com
poemas-histórias-em-quadrinhos, e ainda poemas-figurinhas-carimbadas. Paletas
de acontecências, muito além de Santa Itararé das Artes, Cidade Poema. O cyber
poeta deita falatório. Meteoritos. Toca (sola) prazeiranças líricas,
contentezas barulhosas muito além das sofrências da vida. Solos de silêncio e
solidão. Reflexos literários de seu lado sentidor, pensador. Poesia variada e
incomensurável. Que fio-terra é
escrever? Todo é poeta assim mesmo, como o próprio autor disse no Programa
Provocações de Antonio Abujamra, TV Cultura/SP, que “Corta os pulsos com
poesia”. Desvairados Inutensílios é isso.
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