Máscara, Arte de Armando Merege Consagrado Pintor de Itararé
Maria de Lourdes Luciano Nonvieri
Summertime
Beleza de música, ouvi ainda ontem. O quanto pode a música, em especial se ela fizer parte de nossa adolescência, de nossa juventude.
Quando as vozes de Ella Fitzgerald e Louis Armstrong tomaram corpo e ganharam o espaço, me levaram nas suas ondas até um grupo de jovens, nos altos da rua São Pedro, 1270. Ouvidos pregados num grande móvel, uma vitrola em formato de taça, de gosto excêntrico, o som altíssimo, como se assim pudéssemos levar a todo mundo a emoção de ouvir SUMMERTIME em tardes claras, de céu sem nuvens, de verão total, azul, em que nós, garotos poderosos em nossa inocência, sem adivinhar os caprichos da sorte, começávamos a inventar nosso futuro. Futuro a que nos levaria a rua larga, que no sentido leste- oeste, qual um rio, atravessa a cidade nesses dois rumos na direção das capitais de dois Estados.
A cada um de nós, de um modo particular, nos tocava a canção que alimentava nossa imaginação, provocava nossa emoção e se eternizaria em nossa memória.
Naquela época, música era só música. Não era dramatizada. Hoje é um show de sons e imagens delirantes que se sucedem e que corre o mundo em clipes comerciais audaciosos de suas bem assessoradas intérpretes: Madonna, Shakira, Britney Spears, Mariah Carey e outros ícones fabricados pela mídia de massas antecipando- se aos nossos sonhos e interpretações.
Em nossas vidas haveria ainda muitas e belas músicas, acompanhando nossa história. Mas SUMMERTIME voltaria em todos os verões, desde o primeiro, quando tudo era só promessa e o mundo nos aguardava. Quando ainda existia em nós um certo medo, um sabor de transgressão a cada novo passo, uma surpresa a cada nova emoção, a cada descoberta. O ouro da juventude sobre o rio da vida.
De todas as coisas que passam por nós e nós por elas, há de ficar a música, memória sensível, afetiva, pela emoção conferida ao vivido, que nos permite vivê-lo de novo. Então sentimos que a despeito de tudo, teremos para sempre o que o poeta chama de “dias de vinho e de flores” temperados com as graças da paixão. De SUMMERTIME.
Maria de Lourdes Luciano Nonvieri
Summertime
Beleza de música, ouvi ainda ontem. O quanto pode a música, em especial se ela fizer parte de nossa adolescência, de nossa juventude.
Quando as vozes de Ella Fitzgerald e Louis Armstrong tomaram corpo e ganharam o espaço, me levaram nas suas ondas até um grupo de jovens, nos altos da rua São Pedro, 1270. Ouvidos pregados num grande móvel, uma vitrola em formato de taça, de gosto excêntrico, o som altíssimo, como se assim pudéssemos levar a todo mundo a emoção de ouvir SUMMERTIME em tardes claras, de céu sem nuvens, de verão total, azul, em que nós, garotos poderosos em nossa inocência, sem adivinhar os caprichos da sorte, começávamos a inventar nosso futuro. Futuro a que nos levaria a rua larga, que no sentido leste- oeste, qual um rio, atravessa a cidade nesses dois rumos na direção das capitais de dois Estados.
A cada um de nós, de um modo particular, nos tocava a canção que alimentava nossa imaginação, provocava nossa emoção e se eternizaria em nossa memória.
Naquela época, música era só música. Não era dramatizada. Hoje é um show de sons e imagens delirantes que se sucedem e que corre o mundo em clipes comerciais audaciosos de suas bem assessoradas intérpretes: Madonna, Shakira, Britney Spears, Mariah Carey e outros ícones fabricados pela mídia de massas antecipando- se aos nossos sonhos e interpretações.
Em nossas vidas haveria ainda muitas e belas músicas, acompanhando nossa história. Mas SUMMERTIME voltaria em todos os verões, desde o primeiro, quando tudo era só promessa e o mundo nos aguardava. Quando ainda existia em nós um certo medo, um sabor de transgressão a cada novo passo, uma surpresa a cada nova emoção, a cada descoberta. O ouro da juventude sobre o rio da vida.
De todas as coisas que passam por nós e nós por elas, há de ficar a música, memória sensível, afetiva, pela emoção conferida ao vivido, que nos permite vivê-lo de novo. Então sentimos que a despeito de tudo, teremos para sempre o que o poeta chama de “dias de vinho e de flores” temperados com as graças da paixão. De SUMMERTIME.
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