‘Troios Perigritantes’ Livro de Microcontos de
Silas Correa Leite
‘Troio’
é um neologismo para a mistureba de joio e trigo, numa catança marota de twittercontos, loas mínimas e
nanoprosa do autor que vão de pensadilhos jocosos (Pensamentos trocadilhos) a
pensagens irônicas (pensamentos mensagens), passando por doses de incompletudes
urbanas/humanas em drops cênicos. Microcontos, (rastilhos/meteoritos),
barbaridades e extravagâncias, feito
derrama em sachê de mixórdia para
rir, ficar de butuca sacando o quase, achar ruim pela desnatureza do vagido que
é regurgitado, desde a desvairada Paulicéia S/A. Prosa de desvairados inutensílios
agora em quinquilharias letrais. Nesse
pocketbook, stories que clarificam em atos mínimos o inominável e o indizível.
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Quando
escrevo permaneço em um nível de
concentração
que me permite criar vozes e frases
estranhas
a mim. John Banville, Luz Antiga
Fixar
o alvaiade no rosto com máscara. Dalton Trevisan em drops? Quem tem Orkut tem
medo. Sampa... nem ‘dulcora e nem eldorado’. Os coxinhas hedonistas retratados.
Nelson Rodrigues pósmoderno em tempo de infovias efêmeras como cincerros? Cenas
de sangue cênico como Plinio Marcos meio Bukowski tramando subterrâneos.
Pinceladas rápidas em Glauber de/compondo cenas de instante-trevas. O certo e o
errado, o ‘flagramenthus’ a arrebentação. Trigo e joio, num neologismo: TROIO.
A
palavra iluminando o silencial. Quinquilharias de mini'stories', contos
mínimos, parágrafos saindo pela tangente, pelo ladrão. A culatra da ironia, o
desdizer, do, curto e grosso “mãos ao ato” em si. Naniquidades perversas em
narrativas rápidas e rasteiras. O que alguém tem a dizer, quando escreve contos
nanicos como fotografias em 3X4 de um lambe–lambe fake mambembe em sépia, a
palo seco? O conto-quase no haraquiri das palavras. Contos rastilhos que,
quando saem, alvoroçam clarificações indizíveis, feito desvairados inutensílios
em narrativas contundentes.
O
que ninguém quer sacar, tem medo de, escoa o meio, a sociedade, o medo-rabo de
um ‘mondo cane’ em bravatas, panurgismos e polvorosas, como se a fazer ‘petalamentos’
de promessas 'perigritantes', feito ‘ilumideias’ em almanaque de micronarrativas
telúrico-lustrais. Conversa afiada pra boy dormir, sacadas-coivaras em
quinquilharias narrativas como naniquidades perversas.
No
final, todos tiramos o boné cabritado para tantas esquisitices? Viver é plágio,
sobreviver é platônico e escrever é ‘daltontrevisanar’ o rancor, o escárnio, o
vitupério, a vicissitude, o sígnico, desde o campo de lavanda com corvos,
passando por uma espécie de brincar de esconde-esconde com o trágico, o cômico,
o próprio abismo das alienações purgadoras. A faca é cega mas ainda acorda.
Tudo
é possível ao que cria. De perto ninguém é normal, cantou Caetano Veloso. O
importante é que a erosão social dê o que falar? Quando o perto fica mais
perto, nesse momento expande o universo, disse Helena Katz (Colônia Penal).
Deve ser isso o troio perigritante, em tons de cinza. TROIOS PERIGRITANTES como
cerebrança de arreios, nódoas e inquietações. Como tudo é impossível de mudar,
delatar é preciso, assim mesmo, na lata. Estamos todos ilhados no pântano da
condição humana com seus cincerros, e todos sangram e buscam desesperadamente
alguma coisa que não sabem o que é. Quem cria, regurgita? Talvez o mundo já
tenha acabado, e apenas os artistas, poetas, loucos e fabricantes de bonecas é
que não foram avisados.
É
isso, cara-pálida: Somos Todos ‘Troios’. A minha parte quero em cerveja,
controle remoto e uma máquina mágica de escrever pensaVENTOS. O romance vence
por pontos, o conto vence por nocaute, disse Octávio Paz. E os curtos “surtos
circuitos” de TROIOS? E o microconto, o twittercontinho; dedo de prosa no dedal
das anomalias? Ah um meteorito minimalista ainda faz estragos. Há o pé no
sacro, o repente-lucidez, a ficção-angústia, uma quimera narrativa do autor
destrambelhado que põe pingos em is, dábios e reticências. O prisma saindo pelo
buraco da fechadura/ferradura.
Repentes
cínicos, contos miniaturas, nanicos, do fantástico ao político, do poético ao
memorial, do elaborado no jorro neural em refluxo recorrente, ao contundente do
diálogo curto e grosso, do paradoxal ao escabroso, das falas rápidas pincelando
situações irônicas ou até mesmo
politicamente incorretas que sejam, sapecando fogo na canjica, tipo batatinhas
viajando na maionese; no shoio paraexistencial,
até no cervegetariano zenboêmico do autor feito um neobeatnik contemporâneo
a botar a boca no trombone, em suas disparidades ímpares... TROIOS são, Troios
hão, Troios vão, troios cão, troios chão, então: Perigritantes nanicas
contações bem ao estilo da revista MAD: você não vai acreditar no que vai sentir
quando acabar lendo.
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O
livro de microcontos e twittercontos do Cyber Poeta Confeccional Silas Correa
Leite, também novo ebook do autor, está à venda impresso e no formato digital
no site:
ou
no link:
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Antonio
T. Gonçalves
Jornalista,
Mestrando em Educação Contemporânea
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