Páginas

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Twitter-Poemas, "Siladas" de Silas Correa Leite de Itararé, Cidade Poema

Silas de Itararé entrevistado na Tv Bandeirantes



Desimportâncias



O Ícaro pousou num fio de alta tensão e encontrou o nirvana

As paredes têm ofídios


Poeta é procurar ovos em pelos e ser salvo pelas metáforas

Em cada porto há um pedaço de eternidade

A agulha do poeta longe de Itararé, toca um vinil de pirillâmpadas

Quem não chora não se arma

Existir é colocar pingos em dáblios

Enterros são plantações der arquivos

Encontrou o amor no farol fechado. Nunca teve filhos. Deveria obedecer aos sinais.

A morte não manda e-mail





Brincanças


Os endereços são estercos

Técnica de aproximação comigo mesmo: lesmo

A morte é uma desaceleração de partículas

A civilização humana às vezes é um pé no sacro

Fui atropelado pela existência

Quem nasce morto não nasce

A terra é o aterro sanitário do espaço, onde estão depositados todos os vermes


Sou estrangeiro em meu próprio corpo

Silêncios cumplices têm gerador próprio

Quando o mundo acabar eu volto para Itararé





Agulhas

A morte me deu um saxofone e disse, vá tocar tambor em Nova York

Minha vida é um livro aberto de mim sem mim

O sorvete sorriu para a groselheira seca, se derretendo todo

Escrever é voar com remos

Durante a TPM, converso com a minha esposa de mulher para mulher

O livro era bom, mas tão bom, que o leitor orria no final


Uma vez achei uma bolinha de gude no miolo de uma jabuticaba vesga

Colabore com as autoridades: cometa um crime perfeito


Uma vez fui a um baile de fantasmas: eles ficaram com medo porque eu era o único

Cheguei cedo para não ser surpreendido. No entanto, o meu rabo, de alguma espécie de dinossauro, ainda balançava no cipó de Darwin

-Silas Correa Leite

Livros no site:


Um comentário:

  1. Silas Correa Leite

    Beleza pura, obrigada pelo convite para conhecer este recanto literário,
    Efigenia Coutinho

    ResponderExcluir